terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Vida simples

A direção do Grêmio fez o que tinha que fazer: complicou a vida do Maxi López. O clube exerceu seu direito, conforme contrato, e depositou judicialmente o valor referente a 50% do passe do jogador: R$ 3,75 milhões.

É muita grana, mas acho que o argentino vale. Maxi pensou que a gauchada dorme de touca. Ele e seu empresário tentaram enrolaroô Grêmio na expectativa de que o clube deixasse passar o prazo, dia 31 de dezembro. Se isso acontecesse, Maxi poderia negociar diretamente com a Lazio.

Está claro que Maxi, talvez estimulado por sua mulher, prefere jogar na Europa. Eu, no lugar dele, também preferiria. Mas acontece que ele tem contrato com o Grêmio, e deve cumpri-lo.

Vale o mesmo para o Guiñazu, que também mostrou que prefere deixar Porto Alegre. Acho que nós gaúchos não somos tão hospitaleiros assim. Brincadeira.

Ah, já circula a informação de que Guina agiu dessa forma porque o Inter não havia cumprido uma promessa de reajustar seu salário. E que esse reajuste agora foi providenciado.

O negócio desse pessoal é grana, muita grana. Quanto mais melhor. O resto não importa. Não importa nem mesmo contrato assinado pelas partes envolvidas, todas de acordo.

O caso Maxi ficou litigioso. Não sei aonde isso irá parar, mas o certo é que o argentino só sai daqui se o Grêmio receber uma boa compensação financeira.
Um pouco mais de ética seria bom para todos.

Bem, estou seguindo para o oeste catarinense, perto do rio Uruguai. Passarei a virada do ano na colônia, longe da internet e essas tecnologias que nos fazem esquecer, por vezes, o quanto a vida simples é bela.

Gosto de um samba do Agepê: "Moro onde não mora ninguém, é lá onde moro que me sinto bem".

Feliz 2010 pra todos.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Os boleiros argentinos não gostam daqui

O que Guiñazu e Maxi López têm em comum, além do fato de serem argentinos?

Um é completamente careca e é o tipo do cara que a gente não gostaria de deparar numa rua deserta. O outro ostenta uma cabeleira loira e faz o tipo que agrada as mulheres, ou boa parte delas. É o tal 'bonitinho' do Olímpico.

O que eles têm em comum é o fato de que querem se mandar. Não querem mais ficar aqui.

O Guina está ajeitando o seu lado com o São Paulo. Acusam o SP de antiético. E algum clube tem ética na luta por reforços? Concordo que o SP lidera o ranking dos piratas do futebol. Mas o Inter não fica muito atrás.

O que o Inter fez com o Thiago Humberto, do Barueri, não é muito diferente. Acertou com o jogador sem conversar com o clube.

Já o Maxi quer ir para a Itália. O charme do futebol europeu o seduz. Na revista FourFoutTwo, edição de dezembro, mas material colhido em novembro, em meio ao Brasileirão, há uma matéria com a Xuxa do Olímpico.

Ali ele diz claramente que neste mês de dezembro ele definiria sua ida para a Europa e que seu sonho era voltar a disputar a Liga dos Campeões. Está ali, muito claro. E a declaração foi dada em novembro.

Só resta ao Grêmio endurecer, como promete o Inter em relação ao seu argentino 'traidor'. O clube deve comprar 50 por cento do passe, depositar o valor em juizo, e obrigar Maxi a cumprir o contrato, ou então ganhar algum dinheiro em cima dele.

É o mínimo que o Grêmio pode fazer. E até acho melhor que o Maxi vá embora. Ah, ele ganha uns 300 mil reais. É muito para quem não joga tanto assim.

Jogador que não quer ficar aqui tem mesmo é que ser liberado, mas não de graça, claro. Vale para os dois argentinos.

Aliás, vocês já notaram que os argentinos, os boleiros, dificilmente firmam raizes por aqui?

Fazem de Porto Alegre um lugar de passagem rápida, diferente dos jogadores uruguais e chilenos.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Espetacular e o significado das palavras

Se a contratação 'espetacular' anunciada por Fernando Carvalho é Wilson Mathias, volante destaque do poderoso futebol mexicano, justifica a preocupação dos colorados com quem encontrei hoje.

Aqui na redação do CP percebi que a reação dos colorados não foi de euforia, longe disso. Eles esperavam nomes como o Fred, Ricardo Oliveira, Nilmar e até Riquelme. Estavam frustrados. Mas ainda esperançosos.

- Quem sabe ainda vem alguém realmente espetacular?

O significado de 'espetacular' depende um pouco de cada um, embora haja consenso de forma geral. (um show do Latino pode ser espetacular?)
Wilson Mathias, por melhor que ele seja, está longe de ser um reforço espetacular. Promissor seria a palavra mais adequada no caso. Uma aposta.
Além disso, volante é prioridade para o Inter?

Enquanto Fernando Carvalho não parece saber o significado de espetacular, seu igual no Grêmio, Luís Onofre Meira, tem dificuldade para perceber que o time precisa de um articulador.

Ele já deixou Marquinhos escapar. O meia do Avaí acertou com o Santos. Ricardinho foi oferecido, mas também não serve para o douto do futebol gremista. Para ele, Douglas Costa, Hugo e Souza são articuladores. Então tá.

Larguei.

Quem parece ter consciência das coisas é o auxiliar do Dunga na Seleção, Jorginho. Boa dupla ele e o Dunga. Enquanto o Dunga mostra seu lado político ao dizer que as portas da seleção está abertas para os Ronaldos, Jorginho foi duro diante da pretensão dos dois, que sonham em disputar o Mundial na África:

- Vontade eu também tenho, mas já estou com 45 anos. Meu tempo já passou, assim como passa o de todo mundo. Admiro a vontade deles, mas, para voltar à seleção, é preciso mostrar também dentro de campo.

Está aí alguém com a cabeça no lugar. Está fazendo falta alguém assim no Olímpico.

AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ

Execrado no Beira-Rio, odiado até hoje por alguns colorados, alguns muito conhecidos, Cleiton Xavier deu a volta por cima. Fez uma bela temporada no Palmeiras e agora está nos planos de um dos clubes mais poderosos do planeta: o Real Madrid.

Um jornal espanhol, o AS, deu a informação, dizendo que Cleiton se encaixa no perfil procurado pelo time espanhol por ser polivalente. "Trata-se de um meia habilidoso de 26 anos, comfacilidade para fazer gols e dar bons passes para os atacantes. Prova disso é que foi o melhor em assistências no último Campeonato Brasileiro, comdoze passes para o gol", informou a matéria. O jornal ainda destacou que o bom desempenho no Brasileirão valeu a Cleiton Xavier uma convocação para a seleção brasileira em setembro - para ojogo com o Chile, pela última rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

As mancadas do 'imexível' e do Guina

Na ânsia de responder aos que o vaiaram no Passo da Areia, na decisão do brasileiro sub-20, o 'imexível' Luís Onofre Meira acabou pagando mais um vale. Ele tinha que fechar o ano com chave de ouro.

Divulgou que ao meio-dia anunciaria o atacante Leandro como novo reforço, seria o seu presente de Natal à torcida. Mais do que isso, uma resposta para aqueles torcedores injustos que o xingaram até a sua quinta geração.

Toda a imprensa presente. Expectativa. Aí ele, o douto do futebol gremista, aparece para dizer que não poderia anunciar o reforço, que estava na sala ao lado.

- Por que? - gritaram em coro os setoristas de rádio, TV, jornal e internet.

Constrangido, Meira disse que faltava um detalhe. Um mero detalhe, coisa sem importância. A liberação do Verdy Tokio, clube do Leandro.

Como se vê, coisa banal, um detalhe insignificante, tão insignificante como disputar a Libertadores com três treinadores, esperar 40 dias por um técnico, pagar caro por ele, e depois sair dizendo que ele, Paulo Autuori, não teve tempo para trabalhar, que era um técnico para longo prazo. Um técnico para longo prazo numa competição em andamento, que exigir resposta rápida?

Detalhes, detalhes tão pequenos... Conforme canta Roberto Carlos.

Bem, apesar do mico, parece que Leandro vem mesmo. É uma boa contratação.

PISADA DE BOLA

O Guiñazu pisou na bola. Achou que o Inter o liberaria assim no mole para o São Paulo. Como escrevi dois ou três tópicos atrás, o volante argentino assinou a procuração porque realmente tinha interesse em jogar no Morumbi, onde com certeza receberia mais. Guiñazu deixou muito claro que quer ir embora. Ainda tenho minhas dúvidas se o Inter vai conseguir segurar o jogador. Todos nós sabemos que jogador quando quer sair ninguém segura. Agora, com um reajuste salarial tudo se resolve. Não tem essa de amor a camisa. Guiñazu não ama o Inter pelo fato de correr, se doar, ser um guerreiro. Ele ama a grana que recebe no final do mês, como todos os outros jogadores. Pagando bem, que mal tem?

Tem um colorado aqui na redação desolado. Perguntei por que (eu também sou sacana quando quero). Ele respondeu, choroso:

- Eu pensava que o Guina era colorado como eu.


NATAL

Amigos, o boteco vai fechar suas portas. Afinal, é Natal. Deixo de falar de futebol pra poder ficar impregnado do tal espírito natalino. Espero que todos vocês deixem o futebol, e também a política e todas essas coisas que só nos irritam, de lado ao menos até os festejos de Natal.

Bom Natal pra todos.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Meira ouviu poucas e boas no Passo da Areia

O melhor da decisão do Brasileiro Sub-20, nesta terça, aconteceu depois do jogo em que o Grêmio bateu o Atlético Mineiro por 1 a 0 e sagrou-se bicampeão do torneio.

O vice de futebol do Grêmio, sr. Luís Onofre Meira, que não parece ter noção do quanto é rejeitado pela imensa maioria dos gremistas, ousou deixar o reservado destinado ao pessoal dos juniores para participar da cerimônia de entrega do troféu.

Foi só ele aparecer na pista do Passo da Areia para a torcida gritar tudo que é tipo de palavrão e ofensas, algumas de muito baixo nível. Coisa pesada mesmo.

Houve quem lembrasse que ele recusou receber o meia Roger de volta porque o jogador não teria o perfil do Grêmio. Aí, ele foi obrigado a ouvir o seguinte, conforme relatou o colega Chico Izidro, que estava lá cobrindo o jogo:

- O Roger não tem o perfil; então quem tem é a tua mãe, seu fdp.

Essa é apenas uma das baixarias que o dirigente ouviu. Houve também quem lembrasse do Ferdinando, essa pérola de talento que ele garimpou no Avaí, onde tem jogadores muito melhores, como o Marquinhos e o William.

É claro que não concordo com manifestações de tão baixo nível, mas o torcedor no anonimato da arquibancada não perdoa, e os dirigentes precisam entender isso, ainda mais quando acumulam fracassos e ainda continuam no cargo. Caso do cidadão acima referido.

O sr Meira é um sujeito legal. Mas ele seria ainda mais legal se desse o cargo para outro.

QUESTÃO DE ORDEM

Não sei se foi em função do ocorrido no Passo da Areia, mas o Grêmio estão agilizando a vinda do Borges. Isso significa também que Maxi está mesmo indo embora. Borges não ata uma chuteira do argentino, e isso que o Maxi não é lá essas coisas.

DIZEM POR AÍ...

... que Guiñazu vai ganhar muito dinheiro. Ou do São Paulo, onde deixou claro que gostaria de jogar, ou no Inter, por conta de um generoso aumento para sossegar o rabo.

EM TEMPO

Acreditava que o Atlético venceria o Grêmio, que me pareceu um time melhor tecnicamente, com mais toque de bola, mas qualidade. Foi um jogo parelho, mas o Grêmio mereceu vencer. Bruno Renan foi um dos destaques do time. O goleiro Busatto fez pelo menos duas grandes defesas. Por mim, já fica na reserva do Victor. Outro destaque: Saimon, que inclusive tirou um gol no segundo tempo.

O torcedor e os argentinos

Movido por sua paixão – e a paixão cega –, o torcedor costuma acreditar que os jogadores mais aplicados em campo ou aqueles que beijam o distintivo na hora do gol correndo em direção à massa, mas sempre de olho numa câmara de TV ou de uma lente de fotógrafo, o fazem porque amam o clube.

Com isso, é criado um laço muito firme e sólido entre o torcedor e o atleta.

Maxi Lopez e Guiñazu, cada um a seu modo, se encaixam nessa situação. Os dois argentinos – quer dizer, por que motivo esses estrangeiros teriam amor por clubes que conheceram há tão pouco tempo e que nem fazem parte de sua trajetória da infância à fase adulta? - conseguiram criar rapidamente uma identificação com os clubes e suas torcidas.

Além da origem argentina, os dois têm em comum a valentia, a entrega, a dedicação. São suas características. Jogam assim pelo Grêmio, pelo Inter, pelo Cerro Portenho, pela Lazio, não importa. Não tem nada de amor ao clube. Eles só precisam ser bem pagos.

Se eles se movem por dinheiro – e não há nada de mal nisso, são profissionais -, o torcedor é movido pela paixão. E, como em qualquer esporte, busca ídolos, busca jogadores que se identifiquem com essa paixão. Maxi Lopez e Guinazu conseguiram isso rapidamente.

O segundo chegou a ganhar um bonequinho. Maxi seguiria pelo mesmo caminho. Mas agora ele está indo embora. O centroavante ‘gremista’ ficou fascinado pela chance de voltar ao futebol europeu. Vai correr e se doar pela Lazio. Bem remunerado, claro. Os gremistas vão logo, logo encontrar outro jogador para representá-lo em campo.

Guiñazu, por falta de proposta, foi atrás de uma. Ele assinou documento permitindo que um empresário iniciasse uma negociação com o São Paulo. E o tal amor ao clube?
O brioso volante, um jogador que qualquer gremista gostaria de ter no seu time, estava (está) interessado em sair. Foi esperto.

Se o SP topasse, faria uma proposta a ele e ao Inter. Se o negócio não saísse, como não saiu, Guinazu poderia ser compensado com um reajuste salarial. E talvez isso ainda aconteça. Ele fica no Inter, seu atual clube do coração, provavelmente com um reforço no contracheque.

Assim, continuará jogando com muito ‘amor’, vibrando e beijando a camisa vermelha.

Agora, acredito que as vendas do bonequinho Guinazu devam cair, ao menos por enquanto.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Que gurizada ruinzinha!

Impregnado do espírito natalino me acomodei diante da TV de 42 polegadas da editoria de esportes para assistir ao Gre-Nal. Estava disposto a se menos crítico, tolerante e compreensivo, como convém nesta época de ano.

Quinze minutos foram suficientes para detonar minha disposição para a paz e a fraternidade.

Que gurizada ruinzinha essa!

Mesmo descontando que era Gre-Nal, jogo decisivo, e tudo mais, o que se viu foi um festival de ruindade. Era zagueiro dando de rosca e chutão para qualquer lado; meio-campista enfiando a bola ou muito curta, ou muito longa ou nos pés da marcação; atacantes sem inspiração; chutes de longe todos muito altos; trombadas a todo instante.

Enfim, uma pelada daquelas que eu disputava nos potreiros do interior de Lajeado, em meio às bostas de vaca.

No final, venceu o menos ruim, ao menos neste jogo. Se desse Inter, não seria injustiça.

E só não deu Inter na final porque Busatto defendeu pênalti batido pelo André. Aliás, o guri foi todo posudo para a bola, balaqueiro. Busatto adivinhou o canto e salvou.
Depois, com o inevitável 0 a 0, já que a bola quase não chegou nos goleiros pela inoperância dos atacantes, Busatto mais uma vez salvou.

Até nos pênaltis faltou criatividade. Dos doze cobrados, 9 foram no canto direito. Ah, inclusive o do decorrer da partida.

Confesso que me considero sem condições de apontar quem jogou bem, mas um jogar bem no sentido de colocar a bola no chão, driblar, lançar, etc.

Posso estar exagerando, mas se os profissionais da dupla dependerem dessa gurizada para conquistar algum título importante teremos um longo jejum.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Andrezinho no Grêmio?

Sempre tão tranquilo e afável, mesmo quando era sacado injustamente do time, preterido algumas vezes pelo inquieto D’Alessandro, o meia Andrezinho está mostrando que sabe ser durão na defesa de seus interesses.

O jogador está pedindo 200 mil reais por mês para renovar com o Inter. É um valor alto, mas ainda inferior ao que ganha o argentino, que não vacilou em arrumar confusão no vestiário para ter seu lugar de titular garantido quando o técnico Tite o sacava. D’Alessandro tinha, então, o apoio da massa colorada.

No final das contas, quem salvou o Inter foi ele, Andrezinho.

Agora, uma informação: Andrezinho teria um pré-contrato assinado com o Grêmio.

Com o seu lado garantido, Andrezinho fica à vontade para pedir alto. Se o Inter não quiser, há quem o queira.

O diretor Fernando Carvalho já admitiu que a negociação com o meia regrediu.

O passe dele está vinculado ao Nova Iguaçú, e pelo que soube custa perto de R$ 3 milhões.

Acho difícil que o Inter não banque o Andrezinho. Afinal, tem uma Libertadores logo ali. Mesmo assim, não dá para descartar sua saída.

Andrezinho seria um belo reforço para o Grêmio. Seria o articulador que o time perdeu com a saída de Tcheco. Alguém discorda?

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Grêmio e suas escolhas no futebol

Marcelinho Paraíba que não servia para o Grêmio acertou com o São Paulo, contrato de dois anos. Aos 34 anos, o jogador provou que continua em boa forma, jogando com inteligência, armando, fazendo gols.

Hugo, que o São Paulo dispensa, serve ao Grêmio. Borges, que o São Paulo dispensa, também serve ao Grêmio. Ou melhor seria dizer que servem ao (argh) vice de futebol Luís Onofre Meira? É claro que com o respaldo do presidente Duda Kroeff.

A continuar assim, com Duda comendo pela mão de Meira, temo pelo Grêmio em 2010, da mesma forma que temia no final do ano passado quando soube que a dupla Krieger/Meira havia renovado contrato com Celso Roth.

É óbvio que Meira teve acertos em 2009. Só não consigo identificá-los, mas aí é um problema meu. Falta de inteligência ou burrice mesmo.

Afinal, quem contratou, depois de muita briga, o Renato Cajá e ainda continua dirigindo o futebol deve ter algum acerto significativo.

Se Meira não tivesse acertado em algum momento, Duda não teria permitido que depois desse ano funesto (conforme previ que seria em dezembro passado) ele continuasse com esse dirigente que vira-e-mexe está no poder.

É mais ou menos como o PMDB hoje. Como era o PFL e/ou o PDS no passado.

São 17 anos de serviços prestados ao clube. Meira já provou que é um grande gremista. Já deu sua contribuição.

Repito o que escrevi dia desses: o gremista tem como anseio ajudar o clube, seja só torcendo, seja com um cargo qualquer. Assumindo um cargo, se não der certo, ele como bom gremista deve dar lugar a outro. Afinal, ele, como bom gremista, não vai querer prejudicar o clube do seu coração só para exercer poder? Ou vai?

QUESTÃO DE ORDEM

O Meira é um grande cara, um sujeito legal, mas o Grêmio precisa de alguém melhor para comandar o futebol.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Política gremista em ebulição

O Grêmio é um marasmo em ebulição. Não acontece nada, mas ainda assim o clube está em efervescência. É um vulcão adormecido, pronto para explodir.

O primeiro sinal aconteceu hoje. Evandro Krebs, assessor da presidência, se desligou. O vulcão começou a se manifestar.

Krebs para quem não sabe é o responsável (ou o culpado, depende do ponto de vista) pela ascensão de Duda Kroeff ao poder.

Ele conseguiu unir seis movimentos do clube em torno da candidatura de Duda. Não foi difícil, porque todos queriam o fígado do ex-presidente Paulo Odone, sobrando para o seu candidato, o Antônio Vicente Martins. Até o ex-presidente Fábio Koff deu sinal de vida no Olímpico, aparecendo para apoiar o candidato do G-6.

O que está doendo nesse pessoal todo é que Duda Kroeff virou as costas ao movimento que o apoiou. E mais: tomou uma decisão que parece provocação: manteve o sr. Luís Onofre Meira no futebol. Pior, no comando do futebol.

Depois de 17 anos do clube, Meira hoje é o titular do futebol gremista. E Meira, para quem não se tocou ainda, é remanescente da gestão Paulo Odone.

O movimento que elegeu Duda queria o afastamento de Meira, o que seria natural depois do rotundo fracasso dele (ao lado do sr André Krieger, que picou a mula após o vexame protagonizado durante a Libertadores, uma das coisas mais absurdas que eu já vi no futebol) na temporada.

Sabe-se lá por que, Duda bancou Meira, e assim desafiou seus apoiadores. Duda está brincando com fogo.

Sempre defendi que ele deveria assumir o comando do Grêmio, ouvindo todas as facções, tudo bem, mas tomando a decisão por sua cabeça.

Eu só não imaginava que da cabeça do presidente fosse sair esse tipo de decisão, totalmente contrária ao bom senso.

Se eu fosse o Lula, usaria aquela palavra para definir a decisão de manter (e promover) Meira, contrariando as correntes que o apoiaram, e, principalmente, contrariando grande parte da torcida.

A saída de Krebs foi apenas o primeiro sinal de que o vulcão pode entrar em erupção. É situação brigando com situação.



ENQUANTO ISSO...

Contratações de peso (Hugo e Borges são consideradas de peso pela direção e parte da torcida, todos neófitos de futebol) seriam anunciadas logo depois do campeonato. Agora, ficaram para a virada do ano. Enquanto isso, é anunciado o glorioso Ferdinando. Marquinhos, cérebro do Avaí, é ignorado. Léo está indo, Douglas Costa pode ir, e por aí vai. Menos mal que Réver ao que parece vai ficar. Maurício, do Palmeiras, é um bom zagueiro. Nervosinho, mas é bom.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A Arena e a 'resposta' de Preis

O presidente da Grêmio Empreendimentos, Adalberto Preis, foi ao programa do Lasier, na Gaúcha, para rebater o advogado Gladimir Chieli, contratado pelo grupo liderado pelo eterno presidente Hélio Dourado.

Preis parecia mais preocupado em desqualificar o advogado, frisando que 'nem conselheiro ele é'. E daí?, pelo jeito ele sabe mais do que a maioria dos conselheiros que aprovaram o contrato com a OAS sem uma análise mais profunda como requeria e requer a gravidade do assunto.

Aí, passou a desfiar uma longa lista de personalidades que teriam examinado o documento e aprovado cada passo do processo. Ninguém questiona a integridade dos conselheiros e dos integrantes das comissões.

Lasier tentava interromper para que Preis entrasse no mérito das questões que haviam sido levantadas na véspera. Depois de muita insistência, Lasier conseguiu citar alguns itens, como o fato de que os sócios terão de pagar ingresso.

O dirigente gremistas disparou: "São grosseiras inverdades". Mas logo completou: "Bem, algumas até são verdadeiras".

Depois de mais um discurso, Preis admitiu que os sócios terão de pagar, mas enfatizando que hoje já pagam, que o clube arca com alguns custos, etc., e que será estudada uma maneira de resolver o problema.

No final das contas, de tanto que Preis falou, faltou tempo para responder todas as dúvidas levantadas pelo advogado e endossadas por Hélio Dourado.

Aliás, o apresentador fez questão de dizer que Dourado respaldava o documento do advogado que "nem conselheiro é". Foi aí que Preis comentou que respeitava o passado do presidente que concluiu o Olímpico sem precisar vender à alma a empreiteiros.

Pois eu quero dizer que respeito o passado e ainda mais o presente de Hélio Dourado, que, beirando os 80 anos, luta com todas as suas forças pelo seu Grêmio.

Pena que outros grandes nomes da história gremista não apareçam para opinar, participar. Afinal, é o futuro do Grêmio que está em jogo.

O que não se pode admitir que a discussão em torno da Arena termine como tudo aqui no RS: grupos radicais de um lado contra grupos radicais de outro, sem que se busque o melhor para o clube com diálogo e transparência, mas transparência de verdade.

EM TEMPO

O programa Conversas Cruzadas, da TVCom, pelo sei, vai debater a Arena nesta quarta-feira. Acho que é às 22h30min. Soube também que o Preis não irá participar. Teria algum compromisso fora do Estado.

PROPOSTA

Um grupo de investidores ofereceu 7 milhões de euros ao Grêmio por Douglas Costa. O negócio pode ser fechado hoje. O Grêmio quer ficar com 20% do passe do guri. Se conseguir, será ótimo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Arena e o 'sentimentalismo' do Dom Quixote

Um grupo de gremistas, entre eles o eterno presidente Hélio Dourado, segue preocupado com o contrato firmado entre o Grêmio e a OAS para construção da Arena.

Ninguém é exatamente contra a Arena (na verdade, eu ainda acho que seria melhor remodelar o Olímpico, mas isso não me faz um inimigo da Arena), mas com a forma como o negócio foi alinhavado, no qual a construtora parece sair com larga vantagem.

O que o Movimento Grêmio Acima de Tudo quer é o melhor para o Grêmio, não para a OAS. No máximo, que a coisa fique equilibrada. Ou seja, foi bom pra você, também?

O grupo entregou ao presidente Duda Kroeff um documento contestando pontos do contrato, como a questão dos direitos dos sócios, que na Arena terão de pagar ingresso. Ou o Grêmio terá de pagar à OAS, que ficará com direito a todos os ingressos para comercializar livremente.

Quer dizer, o clube terá de comprar ingressos (parcial ou integralmente) para os seus sócios entrarem no estádio que só será seu daqui a 20 anos.

Quantos de nós que debatemos esse assunto estarão aqui para ver o Grêmio de novo dono de um estádio?

O presidente Hélio Dourado, que há muito tempo não é mais criança, com certeza não pensa em si mesmo quando questiona o contrato.

Hélio Dourado pensa no Grêmio. Ele quer o melhor para o Grêmio. Não para a OAS.

(Dourado é um Dom Quixote. Foi com esse espírito que ele ergueu o Olímpico Monumental.)

Se há furos no contrato, que sejam debatidos, questionados, rediscutidos com a empresa.

O que não pode, o que não é aceitável, nem tolerável, é que o presidente do clube, o homem que deveria comandar todo esse processo, ao tomar conhecimento do documento e das dúvidas ali postas, se limite a reduzir todo esse debate a uma palavra que até agora ecoa nos meus ouvidos.

- Sentimentalismo.

Foi o que o presidente Duda, pelo qual tenho o maior apreço, disse hoje numa emissora de rádio, não lembro qual. Para ele, a ação comandada pelo maior de todos os presidentes do Grêmio, o que está presente em todos os momentos, como este agora, que simplesmente está definindo o tamanho do clube no futuro, é uma questão de 'sentimentalismo'.

Mesmo que seja - e não duvido que possa ser um pouco, e ele tem direito -, o mínimo que o presidente do clube teria de fazer neste momento é ele mesmo se debruçar sobre o contrato, analisar todos os pontos, e verificar se as críticas apresentadas têm fundamento e o que ainda poder ser feito para buscar o melhor para o Grêmio.

É isso que eu esperava do filho do patrono do Grêmio, com quem tive a honra de conviver um pouco na condição de setorista do clube no final dos anos 70 início dos 80.

O que faria o patrono Fernando Kroeff na situação em que está colocado seu filho?

Sem sentimentalismo, mas com saudosismo.

Sim, saudosismo. Sinto saudade dos grandes comandantes que o Grêmio há muito tempo deixou de ter.

Cheguei a imaginar que o Duda poderia recuperar essa tradição.

Bem, ainda acredito nele.

QUESTÃO DE ORDEM

Sei que o Adalberto Preis, presidente de uma empresa que não existe, a Grêmio Empreendimentos, anda negociando alguma coisa, e até já conseguiu uma grande vitória, ampliar a área que será do Grêmio daqui a 20 anos. Ficou equivalente à área do Olímpico.
Quer dizer, negociando pode-se melhorar esse contrato, principalmente se esse questionamento público continuar, o que contribui para pressionar a empresa.


AS VOLTAS QUE O MUNDO DÁ

Vágner Mancini assinou com o Vasco, que contratou (ou está contratando) Rafael Carioca, que foi dispensado por Mancini no Grêmio.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Minhas primeiras resoluções

Comecei hoje a fazer uma lista de resoluções para 2010. Fiz isso depois de ler que o filme sobre o Lula estreia por aqui na virada do ano. Minha primeira determinação:

- prometo não assistir a esse filme, nunca.

Depois, fiquei pensando em outras...

- prometo combater a volta da família Assis Moreira ao Olímpico por todo o sempre.

- prometo o máximo de empenho em aceitar a Arena do jeito está posto, inclusive sem definição de como ficará o quadro social para frequentar o local nos primeiros 20 anos.

- prometo que não vou ler nenhum livro de ex-jogador de futebol e de ex-dirigente de clube de futebol.

- prometo todo o esforço para acreditar tanto nos jogadores das categorias de base quanto o meu parceiro Francisco do Alegrete.

- prometo que vou tentar torcer para a seleção brasileira na Copa do Mundo (nunca torço, me é indiferente).

- prometo que vou tentar acreditar que o brasileiro de pontos corridos é melhor que o com mata-mata.

- prometo que vou fazer de tudo para melhorar este blog.

Bem, por quanto é isso. Quem quiser colaborar com sugestões será muito bem recebido aqui no boteco, inclusive com direito a uma rodada de cerveja por conta da casa.

sábado, 12 de dezembro de 2009

A festa de Danrlei e as vaias a Assis

Foi bonita a festa de despedida do goleiro Danrlei, um jogador recordista em conquista de títulos. O jogo do time Amigos de Danrlei contra o Grêmio de 1995 até que foi interessante. Ganhou o time de 95, 4 a 3, com uma ajudinha do Victor no segundo gol, marcado por Jardel. Acho que foi uma entregadinha amiga.

Foi bom rever alguns jogadores que marcaram seu nome na história. Dinho fez alguns lançamentos primorosos; Luis Carlos Goiano discreto e eficiente; Jardel sempre oportunista; a dupla Galvão e Adilson jogando o fino; Arce cruzando com perfeição. Todos mais velhos, cabelos grisalhos, carecas, barrigudinhos.

Dinho parecia um guri no final. Estava feliz porque seus filhos, que eram muito pequenos quando ele foi campeão da Libertadores, puderam ver o pai jogando com a camisa do Grêmio (réplica da camisa de 95, que será comercializada em breve) e tendo seu nome gritado por todo o estádio.
Eram mais de 33 mil torcedores.

Danrlei, é claro, chorou algumas vezes. Previsível, inevitável.

Previsível, também, o que aconteceu quando Assis, o irmão de Ronaldinho Gaúcho, entrou em campo.

Confesso que fiquei surpreso ao vê-lo à beira do campo com a camisa do Grêmio, a do time de 95. Assis, o sujeito que articulou aquela saída traiçoeira de RG, no Olímpico, com a camisa tricolor.

Não sei se foi cara de pau ou coragem. De qualquer maneira, acho que ele quis prestar uma homenagem sincera (?) a Danrlei, o que é louvável. Mas acabou provocando a torcida.

Ele foi muito vaiado. Quando entrou em campo e quando pegava na bola. A torcida gritou algumas coisas que nenhum dos repórteres ou narradores foi capaz de repetir. Portanto, fiquei sem saber o que a torcida dizia.

Mas o Assis ouviu, e isso é o que importa. A direção gremista, que andou abrindo as portas do Olímpico pra ele, também ouviu, e agora não tem mais dúvida sobre o sentimento da grande maioria da torcida.

Aliás, a cobertura estava irritante. Eu ansioso para saber quem tocava na bola, quem era quem, e narradores, repórteres e comentaristas falando abobrinha. Neste aspecto, nada supera o pessoal das TVs. Saudade do tempo em que eles narravam o jogo e emitiam menos opinião.

Se vão ao Olímpico para transmitir o jogo, que o façam da melhor maneira. As emissoras de rádio ainda fizeram razoavelmente esse papel, dizendo quem estava com a bola, etc. Em especial a Guaíba e a Band. A Gaúcha era muita conversa fiada, mas não tanto quanto a TV Com e a Sport TV.

Foi uma festa bonita, digna de um grande goleiro.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Os doutos do Grêmio e Marquinhos

O técnico Silas fez bem em indicar alguns jogadores do Avaí. Eu mesmo há havia chamado a atenção para três deles: Marquinhos (um Tcheco com mais vitalidade), William (um centroavante típico, matador) e Muriqui (um meio esperto, driblador e de futebol objetivo).

Gostei também dos volantes Léo Gago, que vai para o Vasco, e Ferdinando, bom cobrador de faltas. Tem ainda o zagueiro Émerson, firme, goleador.

Entre esses, o principal é Marquinhos. Por isso, ainda não consegui entender por que os doutos do futebol gremista não procuraram o jogador para contrata-lo imediatamente.

Li que eles esperam por uma definição de Hugo. Marquinhos não tem nada a ver com Hugo, são jogadores diferentes. Marquinhos é um articular, participativo, que faz o time jogar. Se a direção gremista pensa mesmo assim é porque entende de futebol ainda menos do que eu imagino.

Bem, quem contratou o volante Henrique da Campinense tendo volantes sobrando no Olímpico entre os profissionais e também entre os juniores...

Frase do Marquinhos: "Já joguei com o Souza no São Paulo. Minha característica é diferente da do Souza e da do Douglas. eu gosto mais de organizar o jogo, manter a posse de bola, tenho bom passe. Eu não gosto muito de driblar, prefiro dar velocidade à bola".

Hugo, se vier, vai ocupar o espaço do Douglas Costa e do Souza, nunca irá competir com Marquinhos. Aliás, Hugo será um reserva de luxo.

Ah, até quando o Grêmio vai esperar por Hugo e Borges? Enquanto isso deixa de contratar outros jogadores, que vão acabar em outros clubes.

FOSSATI VEM AÍ

O técnico uruguaio chega na segunda-feira. Gostaria de saber quais os critérios da dupla Fernando Carvalho/Piffero? Primeiro, tentaram Luxemburgo. Depois, Jorge Fossati. O que há de comum entre eles? Não sei.

No programa Ganhando o Jogo (ex-Terceiro Tempo, não me perguntem por que mudou o nome), o Fernando Carvalho entrou pelo telefone, trazido pelo Montanha.

Perguntei, maliciosamente, me segurando pra não rir:

- Se não der o Fossati, o Inter vai tentar o Celso Roth?

O Flávio Dal Pizzol soltou uma gargalhada.

- Esta é a minha resposta -, brincou o dirigente, referindo-se à risada do Flávio.

É, acho que o Roth, técnico que figurou duas vezes seguidas entre os três melhores do Brasileirão, vai continuar desempregado por mais alguns dias. Injustiça.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Nada de esperar por quem não quer vir

Se eu fosse dirigente de futebol provavelmente quebraria a cara em pouco tempo. Eu jamais insistiria na contratação de um jogador que não demonstrasse um bom grau vontade de defender o meu clube. É claro que seria mais ou menos tolerante dependendo do jogador, mas sempre fixaria um prazo (curto) para que o negócio fosse fechado.

No caso de Borges e Hugo, por exemplo, eu já teria desistido. Primeiro, porque não são importantes assim. São dois acessórios de boa qualidade para um time de ponta.
E é isso que eles são no SP e seriam no Grêmio. Ou o Grêmio é inferior ao SP?

Além do mais, Hugo pode bloquear a passagem de Douglas Costa. Entre ele e Marquinhos, do Avaí, sou mais o segundo, que é mais participativo, articulador, e também faz gols.

Em resumo, não adianta trazer jogador que vem pra cá pensando em proposta da Europa ou da Arábia.

Além disso, conforme lembrou o Danrlei no programa do Reche na Ulbra hoje à noite, o clube perde tempo com determinado jogador, enquanto outros acabam contratados pelos concorrentes.

É melhor garimpar talentos desconhecidos. Melhor e mais barato, e muitas vezes com resultados mais efetivos.

O mesmo vale para treinador. Começa a fazer muita onde, muito doce, é melhor descartar.

A direção colorada esteve reunida nesta noite, dia 10, em Montevidéu, com o técnico Jorge Fossati. Eu imaginava que Fossati viria correndo, e acho que FC e VP também. Mas ele está balançado por uma promessa da seleção equatoriana. Pediu tempo para responder.

Enquanto isso, Muricy Ramalho está para cair do Palmeiras. Ele seria uma contratação que a torcida colorada festejaria. Já o Fossati é uma aposta, embora me pareça um treinador muito bom pelo que vi da LDU. Além disso, um sujeito correto.

OS VENDEDORES

Aqueles que acusam o Inter de ser um clube vendedor, que só pensa em grana, deixando os títulos em segundo plano, até que não deixam de ter razão.
Levantamento feito por uma empresa de Portugal (Futebol Finance) aponta que o Inter lidera o ranking dos maiores vendedores no período entre 2003 e 2008. O Grêmio é o oitavo.

Os oito clubes que mais venderam arrecadaram um total de R$ 1 bilhão e 270 milhões.

Veja o quadro:


Internacional-RS – R$250,9 milhões (95,1 milhões de Euros) São Paulo-SP – R$217,8 milhões (82,5 milhões de Euros) Cruzeiro-MG* – R$181,0 milhões (68,6 milhões de Euros) Santos-SP – R$149,6 milhões (56,7 milhões de Euros) Atlético-PR – R$126,8 milhões (48,0 milhões de Euros) Corinthians-SP – R$125,2 milhões (47,4 milhões de Euros) Palmeiras-SP – R$116,7 milhões (44,2 milhões de Euros) Grêmio-RS – R$105,0 milhões (39,8 milhões de Euros)

QUEM AVISA AMIGO É

Celso Roth, eleito entre os três melhores técnicos do Brasileirão em 2008 e 2009, continua desempregado.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Silas convence também nas entrevistas

Silas está me impressionando nas entrevistas. Mostra ser um sujeito sério, firme, compenetrado e conhecedor de futebol, inclusive todas as artimanhas e malícias que envolvem o esporte.

Mostrou, também, ser um profissional atento às perguntinhas tipo pegadinha que lhe são feitas por alguns colegas da imprensa, que, como é natural, querem sair da entrevista com uma manchete atraente, impactante. No lugar deles, faria o mesmo.

Mas o que não se pode é forçar a barra.

Hoje, na primeira entrevista de Silas no Olímpico, nesse objetivo de sair com uma manchete, o máximo que os setoristas do Grêmio conseguiram extrair do equilibrado técnico foi que ele é quem irá mandar no vestiário.

Houve quem percebesse na resposta uma indireta para Paulo Paixão, considerado um líder de vestiário. A frase foi explorada por alguns setores por esse lado malicioso, venenoso. Silas já estaria querendo se impor, mostrar que quem manda no galinheiro é o galo, e ele, Silas, é o galo.

Desde o tempo da bola de tento que quem manda no vestiário é o treinador. Aliás, a figura do preparador físico só foi aparecer lá pelo final dos anos 50, mas assumindo maior relevância no futebol a partir da década de 70, principalmente com Gilberto Tim.

Portanto, é um despautério (só para recuperar uma expressão do tempo em que se amarrava cachorro com linguiça) alguém imaginar que Paulo Paixão, ou qualquer outro preparador físico, irá reinar no vestiário de algum clube que se preze.

É evidente que determinados preparadores conseguem ter sobre os jogadores uma ascendência até maior que a do técnico. Na real, o técnico é o cara mau, aquele que coloca jogador no banco, tira o craque e coloca o carregador de piano.

O preparador físico é o bonzinho, o sujeito que aconselha, que dá apoio, mas que também não deixa de cobrar e exigir trabalho. É quase um psicólogo, assim como deve ser também o treinador para poder administrar o bando de egos que vive no vestiário, e fazer com que eles se envolvam no trabalho e nos objetivos do clube.
Enfim, que vistam a camisa e joguem pelo time, pelo grupo, e não apenas por si próprios.

Então, quem manda no vestiário é o treinador, mas sempre com o apoio e a cumplicidade do preparador físico. E também dos dirigentes. É um trabalho de equipe, cuja última palavra cabe ao treinador, ao menos em relação à escalação e ao esquema tático.

NOS ACRÉSCIMOS

Fossati ainda não é o favorito da direção colorada, que trabalha com outro nome. Se não der certo, o Inter fecha até amanhã no máximo com o técnico uruguaio.

Ah, Celso Roth continua desempregado.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A gurizada gremista e o técnico uruguaio

De tanto ler o meu sócio aqui no boteco, o Francisco do Alegrete, enaltecendo os guris das categorias de base do Grêmio, eu acreditei que veria talentos fulgurantes no time júnior tricolor no confronto com o Atlético Paranaense, pelo campeonato brasileiro sub-20.

Criei uma expectativa muito grande. E sempre que isso acontece a decepção é maior. A gurizada do Grêmio, atual campeão, levou 4 a 1. O resultado não diz o que foi o jogo, que foi parelho. Mas o Grêmio jogou pouco, e mereceu perder.

Já havia visto esse time, quase o mesmo, na Copa Dalegrave. Cheguei a escrever aqui a minha decepção. E repito a minha conclusão: não dá para depender dessa gurizada.

É claro que tem ali uns dois ou três que podem dar certo, mas nada além disso. Não vi nenhum jogador com potencial de craque. São jogadores médios em sua maioria. Admito que é cedo para uma avaliação definitiva, mas o time que jogou hoje em Santa Maria foi decepcionante.

E preocupante.

TREINADORES

O Inter acabou desistindo da grife Luxemburgo. Melhor assim. Luxemburgo há muito tempo não é só um treinador de futebol. E agora quer ser senador. Nem se vexa de concorrer por um Estado que sequer conhece, Tocantins. Segue, assim, a lição de Sarney, hoje o melhor amigo do Lula.

Na segunda-feira, eu coloquei na contracapa do CP a foto do Jorge Fossati, depois que o repórter Fabrício Falkowski colheu a informação de que o Inter pensava também num técnico estrangeiro. Na hora me ocorreu o nome do uruguaio. 'Só pode ser ele", disse, sob olhares desconfiados dos colegas da redação.

É arriscado apostar em treinadores de outro país, não me lembro de algum que tenha acertado plenamente. Mas Fossati, que já jogou no Brasil e conhece muito bem o RS, além de falar um portunhol no capricho, é uma alternativa interessante, principalmente porque o Inter tem a Libertadores como prioridade.

QUEM AVISA AMIGO É

Celso Roth continua desempregado...

Melhor acertar logo com o Fossati.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Os técnicos de grife e o desabafo de Mário Sérgio

O que não falta no futebol é injustiça. O filósofo que abalou o Olímpico diria que o "no futebol como na vida" as injustiças são comuns, fazem parte.

O técnico Mário Sérgio salvou o ano do centenário. Levou o Inter à Libertadores, e por detalhe não foi campeão brasileiro.

Ontem, sem festa, talvez com um discreto tapinha nas costas de alguém mais próximo da diretoria ou da comissão técnica, ele deixou Porto Alegre.

Parecia esperar um pouco, talvez um convite para continuar e completar seu trabalho. Mas hoje os clubes só querem técnico com grife, desabafou ele ontem num programa da SportTV. Transcrevo uma frase:

- Novos profissionais têm de surgir. Estou tomando verdadeira ojeriza do profissional de grife, o marqueteiro. Eles ficam dizendo "eu ganhei, eu ganhei". Ganhou nada! Quem ganha é o jogador. Quando um dirigente me diz que ganhou, eu pergunto: "onde está seu nome na escalação?".

Olha, eu assino embaixo dessa declaração.

Mário Sérgio cometeu alguns equívocos no Inter, mas atingiu o objetivo. E é isso o que importa no futebol. A imprensa não deu trégua, em especial os colorados irritados porque o time estava irregular e tudo indicava que não chegaria ao G-4.

Fizeram um cálculo sobre seu aproveitamento. Era ruim, pior que o de Tite, compararam alguns colegas. Era notícia naquele momento? Era. Mas também seria justo neste momento apresentar o aproveitamento do Inter com o mesmo Mário Sérgio no comando.

Silêncio. Ninguém toca no assunto. Eu, que não gosto de injustiça de nenhum tipo, até mesmo quando envolve alguém que processei porque me atacou num momento de fúria, faço questão de enaltecer o trabalho do Mário Sérgio.

Este é o momento dele, talvez o melhor de sua carreira. Talvez não se repita, mas pode ser um recomeço, a sua virada.

Não resta dúvida de que ele ainda é um técnico inconfiável, até por conta de seu temperamento. Mas ninguém pode negar que conhece futebol e que conseguiu o que poucos esperavam dele, o treinador, como ele próprio frisou na entrevista, que só foi contratado porque era um dos poucos em disponibilidade.

Agora, com o mercado aberto, o Inter vai atrás de seu sonho: anderlei Luxemburgo. O Inter quer um técnico de grife. O Grêmio há pouco teve um técnico de grife. Deu no que deu.

O Palmeiras tinha um interino, Jorginho, e acumulou vitórias. Veio o Muricy, outra grife, e o time conseguiu ficar fora até do G-4, mesmo depois de liderar o Brasileiro com boa vantagem.

Eu cheguei ao ponto de declará-lo campeão aqui numa mesa do boteco. Mais um indício de que não entendo nada mesmo. Acho que vou começar a comentar jogo de botão.

O Grêmio agora contrata Silas. Eu levo fé (sem trocadilho) no Silas. Gostei do que ele falou hoje na rádio Guaíba, ao meio-dia. Fiquei entusiasmado. Me passou firmeza, segurança, sem aquele discurso meloso de fanático religioso ou filósofo de cabeça oca e frases feitas, repetidas, como se contivessem a sabedoria de um monge tibetano.

Ainda sobre o Luxemburgo. Percebo que os colorados estão assanhados. Torcedor também gosta de grife. Eu só compro roupa de grife em liquidação. Mas técnico de grife não entra em liquidação. Podem perder sucessivamente, mas sempre tem um dirigente que não abre mão da marca, ainda mais quando apoiado pela torcida.

Luxemburgo pode dar certo tanto quanto o Silas, produto novo nesse mercado valorizado dos treinadores, onde qualquer novato já ganha uma fortuna, no mínimo um apartamento de dois quartos por mês. O Grêmio poderia ter optado por Rospide, que fez mais do que Autuori.

A lição do Flamengo com Andrade é ignorada pelos dirigentes de um modo geral. Eles só querem grife, e esquecem que quem ganha mesmo, como disse o Mário Sérgio, são os jogadores.

Não sei por que esse pessoal gosta tanto de gastar tanto com treinadores.

EM TEMPO

Sabe aquele jogador que a gente diz que joga por meio time? Dois desse tipo foram contemplados hoje. Estão na seleção do campeonato brasileiro. Victor e Guiñazu.

Victor é um goleiro que vale por meio time. Sem ele, o Grêmio não teria conquistado o vice-brasileiro de 2008. Ele jogou até pelo treinador da ocasião.

Guiñazu dispensa maior comentários. É incansável. Com ele, o Inter parece sempre jogar com um a mais em campo.

O futebol tem suas injustiças, mas há situações em que ele é justo. É o caso agora.
Victor e Guiñazu jogam por meio time.

domingo, 6 de dezembro de 2009

A dor de ser digno e ético

Gremistas torcendo contra o Grêmio; colorado torcendo pelo Grêmio. O gol de Roberson aos 20 minutos sacudiu a redação do CP. Colorados vibraram intensamente, alguns chegaram a se abraçar, enquanto os gremistas se encolhiam.

Teve um que se escondeu debaixo da mesa, outro foi para a sacada chutando a lata de lixo. O gol de Alecsandro no minuto seguinte não foi tão comemorado pelos colorados quanto o de Roberson. Aliás, desde o começo do campeonato eu vinha pedindo uma oportunidade para o garoto.

A partir daí, o clima na redação e imagino em todos os cantos do Estado foi de tensão. Nervos a flor da pele. O Gremista Histérico, em silêncio sepulcral o tempo todo, finalmente abriu a boca, e foi num tom absolutamente ameaçador, hostil.

- Eu vou esperar essa cambada no aeroporto -, rugiu do alto do seu 1 metro e 90, temendo que o Grêmio acabasse dando o tetra brasileiro para o Inter.

Marcelo Grohe fazia sua melhor partida. Mário Fernandes jogava como se buscasse um contrato milionário com o mais rico clube europeu. Túlio corria como um guri. Thiego, até ele, estava soberbo ao lado de Léo. Adilson era um guerreiro, como sempre, aliás.

Aos 29, o gol de empate do Flamengo. Foi a vez dos gremistas. Festa na redação, mas com discrição, porque o resultado ainda favorecia o Inter, e o Grêmio se mostrava valente, sem dar qualquer sinal de que facilitaria. Pelo contrário.

O Grêmio parecia vestir a camisa colorada. Nem o próprio Inter lutaria com tanta bravura..

No intervalo, Túlio prometeu, provocando calafrios nos gremistas:

- Vamos jogar com dignidade até o final, independente do que possa acontecer.

E foi o que ocorreu. O Grêmio correu, lutou e tentou de todas as formas colocar água no chopp da festa flamenguista, e, ao mesmo tempo, dar o título ao Inter.

Nervoso, o Flamengo parecia não acreditar que encontraria tanta resistência de tanto que se falou que o Grêmio facilitaria, entregaria o jogo.

O gol de Angelim foi um alívio para os gremistas, e uma decepção para os colorados, que nem prestavam mais atenção no jogo contra o Santo andré, batido por 4 a 1.

Quando o jogo no Maracanã terminou, o Gremista Histérico, cruzou os braços iguais ao de Maguila, respirou fundo, fechou os olhos por segundos. Sorriu. Estava feliz.

- Não vou mais pro aeroporto.

Olhou ao redor, e completou:

- Como dói ser digno e ético.

DIZEM POR AÍ

... que Jorge Fossati, técnico da LDU, está cotado para comandar o Inter em 2010. ele é especialista em competição sul-americana e a Libertadores (que o Grêmio ajudou a dar para o coirmão) é a grande prioridade.

PERIGO

Celso Roth desempregado é um risco, um perigo. Quem precisa de treinador aqui por essas bandas, hein? hein?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Reina grande expectativa até domingo - Finalmente, Bernardoni com a camisa gremista


O que mais vai acontecer até a hora do jogo no Maracanã? Não duvido que algum torcedor interessado num resultado negativo do Flamengo entre com um mandado judicial contra o Grêmio. Que algum juiz aceite alguma liminar determinando que o Victor jogue.

Quem sabe a Fifa não se manifeste e mande o Grêmio jogar com todos os titulares, mesmo os machucados, talvez até os suspensos?

Não duvido que mães coloradas se unam, chorosas, clamando por um Grêmio "digno, nobre e ético" no Maracanã, que vença ou empate com o Flamengo, desprezando o singelo fato de que o Inter seria, então, campeão brasileiro no ano do centenário.

Não duvido de nada em meio ao desespero colorado diante dessa situação inusitada, ter que depender do Grêmio. Não duvido de nada depois de ler uma carta (registrada em cartório, é verdade, eu vi os carimbos) que um colorado enviou à presidência e ao Conselho Deliberativo do Grêmio implorando uma vitória gremista.

Para isso, o tal torcedor apela até para a memória do goleiro Lara, tecendo considerações sobre ética, bravura, dignidade.

"Estaria o Clube Grêmio rebaixando-se a temporalidade dos sentimentos rasos de um time?", questiona à certa altura o dito cujo, que passa até pela guerra dos Farrapos em seu texto.

Lá pelas tantas (são quase três laudas de um apelo emocionado, comovente e desesperado), o colorado diz, comprovando a minha tese da relação Pai e Filho, de que no fundo todo colorado gostaria de ser gremista.

"Nós colorados, no fundo de nossos corações, sempre tivemos o Grêmio como um exemplo de Clube."

E escreveu mais o angustiado missivista colorado:

"Vou lhes dizer algo que colorado nenhum dirá, porque lhes direi a verdade. Não a verdade parcial, mas a verdade absoluta. Durante anos, o Grêmio, até hoje, foi um exemplo de Clube".

O que mais veremos até a hora do jogo no Maracanã?

Reina grande expectativa.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Bernardoni realizou seu sonho: vestiu a camisa do Grêmio

No programa do Reche, agora à noite, na Ulbra TV, o ex-árbitro e sempre polemista e colorado, Airton Bernardoni vestiu a camisa do Grêmio, a do Baltazar, grande goleador da conquista do Brasileiro de 1981.

Diz ele que é como agradecimento antecipado ao Grêmio por um eventual resultado no Maracanã que dê o título brasileiro ao seu time, o Inter.

Aparentemente é apenas um gesto folclórico, brincalhão.

No fundo, no fundo, Bernardoni sempre quis vestir a camisa tricolor. Só precisava de um pretexto. Se ele vestisse a camisa no caso de confirmada a conquista, ainda vá. Mas antes, sabendo que o Grêmio vai perder...

Tenho uma tese que costumo repetir na redação para irritar os colorados: o sonho de todo o colorado é torcer para o Grêmio.

Hoje, eles estão realizando esse sonho.

Por trás dessa imensa rejeição ao Grêmio, existe um amor profundo, que sai das entranhas, algo visceral, tão intenso que se transforma em ódio na superfície.

É como muitas relações pai e filho. O Grêmio, claro, é o pai, porque nasceu antes. O Inter, o filho, o filho rebelde.

Os dois se amam, mas vivem brigando.

Tudo o que o filho quer é ser igual ao pai.

Não tenho dúvida que um bom psicanalista, gremista, vai concordar com essa tese.

O Bernardoni está ai para confirmá-la.

EM BREVE A FOTO DO BERNARDONI.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Jogada de mestre

Se realmente for confirmada a contratação de Paulo Paixão teremos aí uma jogada de mestre, imagino eu arquitetada pela direção que tanto critico.

Pode ser também que foi sem querer querendo.

Vejam: o Grêmio recuou diante da pedida do Dorival Jr, que não ganhou nada e se acha grande coisa. Tem gente que não tem senso de medida.

Queria um técnico mais em conta, digamos assim. E por que? Queria economizar no técnico para poder bancar o Paixão, um preparador físico caro, mas que vale o quanto pesa, ou o quanto pede.

Então, Silas veio a calhar. Pelo preço de um filósofo, dois profissionais de qualidade: um consagrado e inquestionável, outro com um belo futuro. Não tenho dúvida que o Silas, com o suporte de um sujeito como Paulo Paixão, dará certo.

Só espero que não tenha fanatismo religioso no vestiário.

Com Paixão no vestiário, até Meira pode ser um bom dirigente. Está bem, já estou delirando. Mas, quem sabe? Se não atrapalhar, e Paixão não vai dar espaço para isso, já estará de bom tamanho.

Já estou vendo uma luzinha no fim do túnel.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Trama maquiavélica e a mão da Angelina

Só pode ser obra de algum gremista maquiavélico. Alguém de mente diabólica. Eu explico.

O Inter estava quase morto, desesperançado, desenganado. Mário Sérgio era o pior técnico do planeta, só inventava, a direção colorada só queria saber de fazer negócio. A torcida, por conta disso tudo, reabriu o portão 8. Enfim, caos no Beira-Rio.

O máximo que os colorados almejavam era não chegar atrás do Grêmio. Os mais otimistas ainda sonhavam com uma vaguinha no G-4, seria a glória das glórias.

Eis que o Grêmio, ardilosamente (me recuso a acreditar que seja apenas o acaso), decide abrir caminho para o Inter beliscar o título, já tão distante. Parou o Cruzeiro, o que facilitou a vaga no G-4, e, não satisfeito, interrompeu a escalada de Palmeiras e São Paulo rumo ao título.

O Inter, então, fez a sua parte, cada vez mais motivado e embalado pelos resultados obtidos pelo coirmão.

Agora, a vaga tão sonhada no grupo da Libertadores no ano do centenário, restrito até pouco atrás ao Gauchão, já não é suficiente. O ser humano é assim. Pega a mão, já quer o braço e tudo o mais.

O sujeito faz qualquer coisa pra pegar na mãozinho aveludada da Angelina Jolie. Bem, se chegou até ali, porque não avançar mais um pouquinho, um pouquinho mais.

Quanto mais se avança, mais se quer.E maior a frustração e a revolta se o objetivo não for atingido.

Assim estão os colorados hoje. Poderiam estar comemorando na Goethe a vaga na Libertadores. Mas isso já não basta. Eles querem o título. Estão enlouquecidos pelo título.

Por isso, estão assim tão desvairados, disparando teses e mais teses sobre ética e dignidade.

Os colorados estão sofrendo, os gremistas se deliciando.

É assim o futebol gaúcho. O resto é hipocrisia e desespero.

NADA COMO UM DIA...

O Ministério Público está executando o Instituto Ronaldinho Gaúcho e Roberto de Assis Moreira por não cumprimento de obrigações assumidas em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 1° de abril de 2008. Eles teriam promovido cortes de mata nativa, drenagens e movimentação de terras sem licença dos órgãos ambientais na sede do Instituto, zona Sul da Capital. Para reparar e compensar esses danos assumiram compromissos que não foram cumpridos.
Isso dá cadeia.
Gente fina é outra coisa...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Histeria e a ética da conveniência

O Grêmio já deu a sua contribuição para o Inter neste campeonato. Impediu o avanço de Palmeiras e São Paulo quando praticamente já não tinha mais nada a fazer.

O Palmeiras estaria hoje na liderança com 65 pontos e o São Paulo com 64, ao lado do Flamengo. O Inter não teria, então, chance alguma de ser campeão.

Se o Inter chega à rodada final com alguma chance de título é graças aos srs. Duda Kroeff e Luís Meira.

Até a vaga na Libertadores obtida pelo Inter tem uma contribuição importante do Grêmio, que alijou o Cruzeiro da disputa e deu mais moral para o time colorado seguir na luta.

Assim, antes de reclamar e chorar, os dirigentes colorados deveriam se mostrar gratos ao coirmão.

E mais, graças ao Grêmio ninguém mais fala que a dupla Piffero/Carvalho comprometeu a campanha colorada no Brasileirão ao vender Nilmar, só para ficar em um nome.

Só pra inticar, cito ainda o zagueiro Álvaro, cedido ao Flamengo, que cresceu na competição após a chegada desse jogador. Se não acreditam, é só dar uma pesquisada. Álvaro arrumou a defesa do Flamengo.

Se o Inter tivesse realmente mantido uma política voltada à conquista do Brasileirão, por certo estaria hoje na liderança, e talvez até vencido por antecipação.

Se com tudo o que foi feito ao longo da temporada o Inter ainda assim for campeão, ninguém mais poderá contestar a filosofia de compra-vende da dupla citada.

AMADORISMO

É incrível a capacidade da atual direção gremista se superar nas trapalhadas. O time contava com meia dúzia de jogadores pendurados (entre eles Maxi, Rever e Adilson) no jogo contra o Barueri, apenas um ganhou cartão amarelo, o Fábio R.

Com um mínimo de planejamento, o time poderia ficar desfalcado ao 'natural' para o jogo do Maracanã. Mas eu desconfio que seria exigir demais de Meira, o homem forte do futebol.

Tivesse feito isso, o Grêmio jogaria naturalmente com time misto, sem maior polêmicas.

DALLEGRAVE

O Inter agiu certo ao poupar titulares contra o SP no ano passado. Havia a Sul-Americana para conquistar. Era o que restava ao Inter naquele momento. É evidente que para prejudicar o Grêmio o Inter jogaria desfalcado para perder mesmo que não tivesse nada mais em disputa. E não poderia ser criticado. Cada um que defenda seus interesses da forma que julgar mais adequada.

Na ocasião, véspera do jogo, e isso ficou registrado na coluna do Hiltor, o Arthur Dallegrave afirmou que o Inter deveria perder para o São Paulo por 1 a 0 de 'forma heróica'. E disse mais: "Na guerra, inimigo ajuda inimigo".

O respeito à instituição passa por ver o inimigo padecendo no fogo do inferno. É o que vale no futebol. O resto é pura hipocrisia e discursos oportunistas e demagógicos.

Sem contar a histeria de alguns colegas da mídia, entre eles, com destaque, o companheiro Juremir, que vai passar a semana inteira falando em ética.

A ética da conveniência.

domingo, 29 de novembro de 2009

Grêmio no olho do furacão

O meia Souza foi no embalo da torcida que gritava "entrega, entrega", se referindo ao jogo contra o Flamengo no Maracanã, e mais uma vez não pensou duas vezes antes de falar.

- O futebol dá voltas. A gente esperava que eles nos ajudassem no ano passado. É isso, o mundo dá voltas -, declarou o jogador, lembrando o jogo do Inter contra o São Paulo, que poderia dar o título nacional ao Grêmio.

No vestiário colorado, o presidente Píffero reagiu. "Ninguém quer ficar marcado por entregar um jogo", criticou o dirigente. Mário Sérgio acrescentou que ninguém joga para entregar um jogo, demonstrando fé no Grêmio na última rodada.

Está criada a polêmica. O Grêmio pode tirar o título que está na mão do Flamengo e entregá-lo ao seu maior inimigo no futebol.

O presidente Duda declarou recentemente que o Grêmio não joga para perder. Com essa determinação, o Grêmio evitou que Cruzeiro, Palmeiras e São Paulo se distanciassem do Inter na corrida pelo título e por vaga no G-4.

Agora, para cumprir sua obra de caridade o Grêmio pode ir ao Maracanã decidido a buscar a vitória, que seria a sua segunda fora de casa. Ironias do futebol, e da vida, como diria um certo filósogo que andou pelo Olímpico.

O presidente gremista, ontem, reiterou que o time sempre joga para vencer, mas deixou claro que "o Grêmio não tem mais nada a defender no campeonato" e que "ninguém vai escalar o nosso time', descartando qualquer pressão de outros interessados.

Ficou evidente que o Grêmio vai dar férias para alguns jogadores. Souza disse que vai passar a semana no departamento médico. O time será misto, um misto frio, na última rodada. É o que deve ser feito.

Afinal, só o que falta agora é alguém pretender que o jogue pelos interesses do Inter ou dos outros que brigam pelo título.

Nenhum deles faria isso pelo Grêmio. O Grêmio vai fazer a sua parte. Jogar como sempre jogou fora de casa neste campeonato.

Portanto, o Flamengo será campeão.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O treinador e os dirigentes: um prognóstico sombrio

Falando sério (só pra lembrar Roberto Carlos), tanto faz quem será o treinador do Grêmio em 2010. Ou melhor, quem começará a temporada para cair logo ali adiante.

Em dezembro do ano passado, diante do quadro que se desenhava, com Celso Roth efetivado e mantido o mesmo comando no futebol, eu sentenciei, pressentindo o fracasso do Grêmio:

- 2009, o ano que terminou sem ter começado.

Agora, tenho o mesmo pressentimento. Não preciso de bola de cristal, búzios, carta cigana, astrologia, tarô, quiromancia (até manjo de algumas dessas coisas) para prever que teremos mais um ano ruim no Olímpico, talvez não tanto quanto este que termina com o Grêmio dando um empurrão generoso no coirmão.

Talvez até pior. Sim, porque tudo sempre pode ser pior.

Um gremista com quem conversei ontem compartilha desse pensamento. Acho até que ele é mais pessimista.

- Se o presidente Duda entregar o Grêmio, no final de 2010, ainda na primeira divisão, já estarei satisfeito -, suspirou.

Por que estou concluindo que tanto faz quem será o treinador? É por causa das opções que existem.

Sempre que conquistou algum título importante, o Grêmio contava com uma direção forte, impositiva, atuante e conhecedora de futebol. Ou era o presidente, ou era o vice de futebol, ou os dois. Exemplo: Koff/Cacalo. Basta dar uma pesquisada e todos chegarão à esta mesma conclusão. Se, junto de uma direção forte, ainda tiver um técnico com o perfil acima descrito (Felipão), o sucesso é quase inevitável.

Agora, o contrário também vale. O Grêmio, decididamente, não tem direção com perfil vencedor.

Posso até dar um crédito ao Duda, que foi jogado na poltrona presidencial muito mais para evitar que o grupo de Paulo Odone seguisse no poder. Acredito que Duda está aprendendo e que o resultado disso, se aprender rápido, pode dar frutos já no próximo ano. É difícil, mas não impossível.

Agora, ao manter o abnegado Meira no cargo, com plenos poderes ao que tudo indica, Duda se encaminha para o abismo.

Sugeri ao Duda, numa conversa rápida pela rádio Guaíba, que ele assumisse o controle, tomasse as rédeas do futebol, porque no final das contas ele é o líder maior do clube, e, se vacilar, poderá ficar marcado para sempre como um presidente perdedor. E isso para quem é filho do patrono do clube deve ser terrível.

Se é para errar, que erre pela sua própria cabeça. Não pela dos outros. É o que aconselho sempre para qualquer pessoa.

Não vejo, porém, como esse quadro se altere a curto prazo. Por isso, com essa direção, qualquer treinador tende a fracassar.

Imaginem um Marcelo Rospide tendo essa direção para lhe amparar, lhe dar sustentação. Não tem a menor chance de dar certo.

Agora, um técnico com autoridade, perfil de gerentão, pode compensar o fragilidade da direção. Me ocorre o Felipão. Talvez o Muricy. Quem sabe o Leão, mas este quer mandar demais, e manda errado.

Para concluir, uma direção de clube deve ser como uma dupla de zaga: um zagueiro afina, o outro engrossa.

A dupla gremista só afina. Por isso, diante dos técnicos que existem à disposição, e salvo alguma surpresa, vejo um futuro sombrio para o Grêmio.

PERGUNTINHAS

Se um torcedor se propõe a trabalhar de graça para o seu clube é porque acredita que pode dar boa contribuição. Não acredito que seja apenas para exercitar o poder.
Então, se esse torcedor fracassa (no comando do futebol, por exemplo), não é o caso de largar o cargo para que outro siga o trabalho em benefício do clube?
Sendo ele um verdadeiro torcedor, aquele que quer acima de tudo o melhor para o clube do seu coração, o mais lógico é que saia e deixe o caminho para outro. Ou não?
Ou a sensação de ter o poder é mais forte que o seu amor ao clube?

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O ponto G das redações de jornal

Quem conhece uma redação de jornal, mesmo de visita, sabe onde estão as mulheres mais belas. É claro que elas se encontram por toda parte do jornal, na redação, no comercial, etc. Basta saber olhar e querer ver – há quem procure por marmanjos, gosto é gosto -, mas é na diagramação que elas se concentram, sabe-se lá por que razão.

Ah, a diagramação. É sempre um deleite, um colírio aos olhos cansados de fixar telas de computador. Nos velhos tempos, diante das ruidosas máquinas de escrever, sem tela pela frente, os olhares alcançavam os pontos mais distantes, cruzavam a redação e aterrissavam esperançosos no ponto G da redação: a diagramação.
Quando digo que tudo está piorando, não me contestem. Nos primórdios da civilização, repórteres, redatores, editores e diagramadoras (e também os diagramadores, porque nem tudo é perfeito) eram agrupados no mesmo ambiente, sem paredes, sem barreiras.
Hoje, por ação de algum arquiteto do mal, o setor da diagramação ficou em outra sala, que podemos chamar de paraíso, para onde vamos várias vezes durante o expediente. Não há dúvida que no caminho sempre podemos tropeçar numa linda coleguinha, mas é na diagramação que elas estão em maior quantidade.
De uns tempos para cá – repito, tudo está piorando -, tem aumentado o número de diagramadores e reduzido o de diagramadoras. Já circulam comentários, maldosos, de que o chefe da diagramação, antes tão criterioso na seleção de seus subordinados, boiolou. Não há comprovação, por enquanto.
Mas nós do esporte estamos de olho nele. A continuar assim vamos dar uma pressão nele. Pensamos em convidar os alegres rapazes da editoria de Variedades, mas eles parece que não estão preocupados. O fato é que restam poucas flores nesse jardim.
Por falar em flores, um colega aqui do esporte, é obcecado por diagramadoras. Se tiverem olhos verdes, melhor. Uma, tempos atrás, quase foi afogada por dúzias de pequenos vasos de flores que eram enviados diariamente pelo seu fã. Não adiantou nada, claro.
Em compensação, dizem que ele se acertou com a florista.
Por causa de outra diagramadora ele quase apanhou. Certa manhã de sábado, quando a redação fica mais deserta, ele se deslocou até a diagramação e ficou ali, debruçado na mesa, folheando um jornal para disfarçar, salivando, e encarando a coleguinha, realmente muito bonita. Nisso, ele sente a mão pesada de um gigante, o namoradinho da deusa.
- E aí, cara, encarando a minha guria? -, trovejou o gorila, logo soltando um sorriso, antes que o nosso colega desmaiasse de pavor.
Voltando ao que interessa. Apresento duas ‘princesinhas’ (elas acham essa expressão muito antiga), Janaína e Luciana. A Jana, modelo fotográfico nas horas vagas, posou com naturalidade, enquanto a Lu fingiu que estava compenetrada no trabalho.
É só por causa delas que hoje me nego a escrever sobre o desacerto com Dorival Júnior e quem pode ser o treinador do Grêmio, ou sobre as malas brancas que viajam pelo Brasil.
Ah, além de belas, são ótimas colegas.

EM TEMPO
Estamos (nós da editoria de esportes) em guerra com a ZH, não por causa de notícias, mas porque ela nos roubou uma das nossas belezuras da diagramação, a Lisiane. Tem volta, tem volta.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Mata-mata x pontos corridos

Já fui mais radical contra o campeonato por pontos corridos. Reconheço que o Brasileirão do jeito que está é bom, mas continuo gostando mais do esquema anterior, que terminava numa série de jogos eliminatórios.

Os que defendem o sistema atual argumentam que só assim se conhece o verdadeiro melhor do time. Em princípio, concordo. Na maioria das vezes é isso mesmo.

No ano passado, porém, o Grêmio foi melhor o tempo todo, praticamente. No final, desandou e perdeu para o Sâo Paulo, que foi irregular a maior parte do tempo. O São Paulo, campeão, foi o melhor time do Brasileirão de 2008? Claro que não. Foi o Grêmio.

No mata-mata, é mais fácil o time de melhor campanha ser eliminado por outro. O primeiro colocado enfrenta o oitavo em dois jogos. Ele tem a vantagem de jogar por dois empates, mas ainda assim não consegue impor sua superioridade demonstrada na fase classificatória e acaba eliminado por um clube que teve desempenho inferior anteriormente.

O oitavo classificado pode, então, ser campeão. Aconteceu com o Santos em 2002. Em 1996, o Grêmio era sexto e resultou campeão. O fato de superar adversários mais fortes na etapa de pontos corridos não faz desse time o melhor do campeonato? Ele merece menos o título que um São Paulo, que só cresceu quase no final do Brasileiro como ocorreu no ano passado?

Santos e Grêmio, exemplos acima, marcaram história no futebol brasileiro. Alguém pode apontar clube que tenha sido melhor que o Santos em 2002 (Robinho e Diego no time) e Grêmio, em 1996, do técnico Felipão? E era no tempo do formulismo, saudável formulismo.

Nesse tempo, o do mata-mata, não havia esse coisa vergonhosa de mala branca cruzando o país, conforme lembrou hoje o técnico Mário Sérgio. Talvez até houvesse na etapa classificatória (ponto corrido), mas não era essa coisa escandalosa que acontece hoje.

Mais um motivo para defender o formulismo no Brasileirão. Sem contar que pelo sistema atual só os clubes com muito poder de fogo conseguem montar grupos fortes e, portanto, mais aptos a brigar pelo título. Por isso, só dá o poderoso SP.

Ah, os erros de arbitragem na fórmula atual se diluem em tantos jogos. No mata-mata, fica mais complicado ajeitar as coisas. Um "erro" em mata-mata fica marcado com ferro em brasa.

Outro absurdo que aumenta nos pontos corridos, na reta final como agora: clubes que não têm nada a perder, como o Grêmio, podem decidir o título. São o fiel da balança.
O Grêmio, por exemplo, ajudou o Inter ao jogar com tudo contra dois candidatos (São Paulo e Palmeiras). Ajudou também o Flamengo. E mais ainda pode ajudar o time carioca - e o Inter - se jogar com força máxima no Maracanã contra o Flamengo na última rodada.

Enfim, o Brasileirão por pontos corridos corre esse risco: virar uma zorra, com decisões de gabinete influenciando diretamente nos resultados.

Teremos, então, um legítimo campeão?

EM TEMPO

Extraído do blog do Juca Kfouri:

O chefe telefona para o árbitro e diz:
"Olhe, você vai apitar o jogo X, o mais quente da rodada. Muita atenção, hein? Você sabe que se o time A perder é o fim pra ele. Já o B ainda tem lenha para queimar. Boa sorte!".

PERGUNTAR NÃO OFENDE

- Afinal, o que foi mesmo que o Dorival Júnior ganhou como técnico de futebol, além da gloriosa série B?

ATENÇÃO, ATENÇÃO:

As deusas da diagramação já foram fotografadas (vestidas, não se assanhem). Em breve aqui neste boteco.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O dilema de Mano, Iarley, Fernandão e Duda

Quando leio que o presidente Lulla defende o direito do Irã de desenvolver um programa nuclear "para fins pacíficos" (será que ele acredita nisso?), enquanto o país islâmico manifesta seu apoio para que o Brasil tenha assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, reforço minha convicção de que não devo mais meter meu bedelho na política e suas circunstâncias.

Tenho que me restringir ao futebol. Os acordos no futebol produzem resultados manipulados e até podem decidir campeonatos, mas jamais poderão determinar o fim do mundo.

Até hoje ninguém foi pego com dólares na cueca para comprar algum resultado. De vez em quando surge uma lenda de que apareceu mala preta aqui ou acolá, normalmente acolá, nunca aqui no ético futebol gaúcho.

No máximo, se vê por aí mala branca pra cá, mala branca pra lá.

Nesta reta final do Brasileirão o que mais se ouve é história de incentivo para vencer, e isso seria ético. Não concordo, é deplorável. Existe, mas é deplorável. Hoje, se recebe para vencer, um estímulo extra, mas fica uma janela aberta para mais adiante receber para perder.

Na penúltima rodada do Brasileiro teremos situações curiosas.

O técnico Mano Menezes talvez viva um dilema. Simpatizante do Inter nos velhos tempos, ele pode ajudar o clube colorado vencendo o Flamengo. O problema é que se detonar o Flamengo, o Corinthians estará ajudando o São Paulo a conquistar o título nacional mais uma vez, o que a torcida Fiel jamais aceitará. De quebra, ajuda também o Palmeiras. O pessoal vai cair na jugular do Mano.

Ou alguém acredita que só aqui no RS tem rivalidade entre os clubes?

E o Goiás? Os líderes do time são Fernandão e Iarley. Os dois podem ajudar o Inter vencendo o São Paulo no Serra Dourada. Iarley e Fernandão fizeram história no Beira-Rio. Isso vai pesar, claro. Sem contar a mala branca, ou as malas brancas, que eles irão receber para vencer o SP.

Mas tem o outro lado: Iarley foi praticamente mandado embora, saiu chorando. Fernandão foi rejeitado por Fernando Carvalho. E agora?

São questões interessantes. Merecem reflexão. Talvez o filósofo Paulo Autuori tenha respostas.

Existem outras ilações que podem ser feitas, como qual será o comportamento do Grêmio contra o Flamengo, no Maracanã, na última rodada. Vai jogar para ganhar, como garantiu o presidente Duda Kroeff antes das vitórias sobre dois fortes rivais do Inter, Palmeiras e São Paulo?

O futebol é mesmo apaixonante. E o bom é que o mundo não acaba por causa dele, embora alguns gremistas que conheço já estejam pensando em mudar de planeta.

EM TEMPO

O Grêmio vai contratar um técnico que está na série B se não conseguir o Dorival Júnior. Quem arrisca um palpite? Lanço dois nomes sobre a mesa enquanto mando baixar uma rodada de chopp: Paulo Bonamigo e Ivo Wortman. A propósito, dois reforços para 2010: Ivo, do Juventude, e Anderson, volante do Campinense, que está caindo para a série C. E segue o baile.

ATENÇÃO, ATENÇÃO

Ainda nesta semana, duas belas coleguinhas vão adornar este boteco. O que eu não faço para aumentar a clientela?

domingo, 22 de novembro de 2009

Inter cresce e Roth morre, de novo, na praia

"Eu já sabia", esbravejou o Gremista Colérico aqui do Correio do Povo quando Giuliano fez 1 a 0 para o Inter, após belíssimo lance de muita técnica de Alecsandro, o atacante tão injuriado e injustiçado pelos colorados.

Ele está longe de ser um Nilmar, mas é um goleador.

Foi só o Inter abrir o placar que outro gremista, o Gremista Poltrão - aquele que tomou três lexotan e mais um litro de chá de camomila (já contei aqui) antes de Inter x Barcelona só para não ver o Inter ser campeão do mundo, título que ele não reconhece porque não viu -, saiu de maneira furtiva da redação, enquanto os colorados festejavam ruidosamente.

Terminado o jogo, grande vitória do Inter, que agora tem até condições de brigar pelo título, fiquei pensando: "Será que depois dessa ainda terei de aguentar mensagens de gremistas elogiando Celso Roth, o técnico que mais treinou clubes grandes e que nunca conseguiu um título nacional sequer"?

Roth chegou a dar a impressão de que agora sim o título de campeão brasileiro não lhe escaparia. Colegas e parceiros aqui do boteco, saudosos de Roth, já o elogiavam por antecipação.

Fizeram isso no ano passado, quando o Grêmio nadou, nadou e morreu na praia. Com ele, Roth.

Quem viu o jogo no Mineirão percebeu que Mário Sérgio fez a análise correta. Voltou para o segundo tempo com um leão de chácara, Gleydson, no lugar de D'Alessandro. E colocou um velocista na frente, o Taison. Se fechou e buscou os contra-ataques. Acertou também ao sacar Marquinhos e colocar Andrezinho. Só correu o risco de ficar com um a menos, já que queimou as três substituições muito cedo.

E o que fez o medroso Roth, precisando virar o jogo? Aos 21 minutos, 'corajosamente', troca alhos por bugalhos: tira um atacante e põe outro. Éder Luís por Alessandro. Aos 29, ele se prepara para colocar Rentería. Aí, o zagueiro W. Felipe se machuca e ele coloca outro zagueiro.

Afinal, um técnico medroso, faltando 15 minutos para o jogo terminar e perdendo por 1 a 0, não pode alterar sua 'estratégia' de 'perder sim, mas só por 1 a 0'. Por que não colocar Rentería de qualquer jeito, no lugar do zagueiro lesionado? Por que?

Simples, estamos falando de Celso Roth.

No vestiário, depois de sair de campo ouvindo a torcida do Galo gritar "timinho", ele ainda teve a cara de pau de dizer o Inter jogou como time pequeno, ou seja, fechado atrás.

O Inter, do tão criticado Mário Sérgio, fez o jogo certo. Quem errou, mais uma vez em jogo decisivo, foi ele, (toc-toc-toc) Celso Roth.

Em dois anos, Roth conseguiu perder cinco vezes para o Inter (pelo Grêmio e pelo Atlético).

E o pior é que ainda tem gente por aqui louquinha para ter Celso Roth de volta, no Olímpico ou no Beira-Rio. Vá entender.

DIZEM POR AÍ...

... que se o Inter for campeão, o Grêmio (seu novo amigo) é que irá colocar as faixas...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O técnico e a tática do quero-quero

Fosse eu presidente do Grêmio, contrataria o Silas. Sem muita convicção, é verdade.

Convicção eu tinha, e escrevi aqui assim que seu nome foi lembrado como contraponto ao de Renato Portaluppi, era sobre Autuori. Sabia que não daria certo.

De vez em quando eu acerto uma.

Descobri que Silas não está nos planos. Os doutos do Grêmio deixam escapar seu nome, estimulam a especulação. Tipo o canto do quero-quero, canta aqui e coloca o ovo ali.

Adilson é o cara, pra eles. O presidente Duda é fã do Adilson, assim como outros dirigentes e aspones. Adilson é o quarto-zagueiro de Duda na seleção do Grêmio de todos os tempos. O central é Airton. A minha dupla é Airton e Oberdan.

Se Adilson Batista não vier, Dorival Júnior é o preferido. Ele não recebe há três meses no Vasco.

Se bem que com o salário de um mês que dizem que ele ganha (uns 250 mil) dá pra sobreviver. Ou não dá?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Show de Maxi na noite dos brigões

Se alguém ainda tinha alguma dúvida sobre se vale a pena comprar parte do passe de Maxi Lopez, o lance do primeiro gol e depois o do segundo, feito por ele mesmo, serviram para acabar com qualquer discussão.

O Grêmio não vendeu dois guris da base (Bruno Renan, é um deles) para ficar com o Souza?

Maxi é muito mais importante que o Souza. E que diz isso é alguém que criticou sua contratação. Maxi é um dos raros acertos dessa direção, especificamente do presidente Duda, que bancou o argentino com base em informações de seu filho (do Duda), que joga na Itália.

Está aí, quem sabe o filho do presidente não assume o futebol gremista?

Faça um empréstimo, mas fique com Maxi.

Agora, poucas vezes vi algo tão ridículo quanto aqueles dois marmanjos brigando à saída de campo. Me lembrei do Haroldinho nas peladas do time do CP. O que gostava de brigar, mas nunca saiu no tapa. Era só bate-boca mesmo. Não jogava nada o Haroldinho, mas era sempre o melhor trajado.

Sabem por que o Maurício cobrou tanto do Obina? É que no lance do primeiro gol, Maxi fez aquela jogada sensacional, Marcos largou a bola e Rafael Marques deu dois passos adiante enquanto seu marcador ficou paradinho, olhando a paisagem. Quem era o marcador? Obina.

No minuto seguinte o juiz encerrou o primeiro tempo. Os dois sairam de cabeça fervendo. Maurício a meu ver exagerou, chegou a dar um tapa em Obina, que retrucou com um cruzado de esquerda.

O Palmeiras foi mais uma vítima do Grêmio no Olímpico. Douglas Costa voltou a jogar muito bem, confirmando previsão do meu parceiro de boteco, o Francisco.

Agora, o time do Muricy briga apenas pelo G-4. A não ser que SP e Flamengo também não pontuem, o que não é impossível nesse campeonato nivelado pela mediocridade.

Bom para o Inter, que ganha mais ânimo para jogar no Mineirão.

O Grêmio foi digno, honrou sua história. Mas ajudou o Inter.

Vamos ver mais adiante o que terá mais peso.

Com Duda, o Grêmio não joga para perder, mas só perde

Frase do presidente Duda Kroeff no Sala de Redação de hoje, dia 18 de novembro de 2009:

- Enquanto eu for presidente o Grêmio não irá jogar para perder.

Bem, considerando que o Grêmio na atual gestão, só fez perder, pergunto:

- Quando então o Grêmio vai começar a ganhar?

Será que é a partir de agora, quando tanto faz vencer ou perder, já que mais uma vez o time fracassou na temporada, e fracassou quase sem esboçar reação ou revolta, como a pacata ovelha na hora da tosquia.

O Grêmio não jogou para perder, mas perdeu todas as competições que disputou. O Grêmio foi tosquiado sob o comando de Autuori e seus superiores. Perder faz parte, mas há maneiras de perder.

Por exemplo, quando se disputa uma Libertadores com três técnicos. Numa situação assim, aumenta a possibilidade de derrota. E quem é o responsável?

Aonde estava o presidente Duda quando seus homens do futebol decidiram contratar a peso de ouro o técnico Autuori, como se ele fosse a salvação, um deus capaz de devolver futebol e vitalidade a um Alex Mineiro?

É lógico que o presidente gremista está sendo correto e ético. Não é certo entrar em campo determinado a perder, como muita gente quer que o time faça hoje à noite diante do Palmeiras. Tudo para não beneficiar o Inter.

Quem conhece a rivalidade aqui na aldeia, sabe que não é nenhum absurdo um querer prejudicar o outro, ou deixar de favorecer. Nem chega a ser uma questão de ética, até porque há muito tempo não existe ética no futebol e no esporte em geral (doping, mala branca, mala preta, arbitragens). Vale tudo pela vitória, pelo dinheiro.

Alguém precisa dizer ao presidente que existem inúmeras maneiras de jogar para perder, sem ferir a tal ética. Bastaria poupar alguns titulares importantes, como já foi feito inúmeras vezes aqui e em outras querências.

O presidente do Grêmio, repito, está agindo honestamente ao querer vencer o Palmeiras, independente de quem possa ser beneficiado. Mas ele precisa ficar ciente do ônus político dessa decisão. Se o Inter garantir vaga no G-4 graças ao apoio, involuntário, do Grêmio, Duda será responsabilizado e o resultado poderá se refletir nas urnas no ano que vem.

Agora, mesmo que o Grêmio vença, não acredito que o Inter terá futebol para, por exemplo, evitar uma derrota no Mineirão, domingo, o que o deixará mais diante do grupo da Libertadores.

Portanto, temos que festejar a frase do presidente Duda, e torcer para que em 2010 o Grêmio continue jogando só para vencer, mas que vença.

EM TEMPO

A julgar pelos nomes que estão sendo especulados como reforços acho que mesmo sem querer o Grêmio vai seguir sem vencer, apesar da firme determinação do presidente Duda.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O desafio do Palmeiras

Há quase um mês apontei o Palmeiras como campeão. O time estava embalado e andou contando com algumas ajudas das arbitragens. Depois, tudo mudou. O time perdeu alguns jogadores importantes, caiu de produção e não mais se recuperou.

Até os árbitros, antes simpáticos, começaram a mandar contra, como Carlos Simon contra o Fluminense, este o novo protegido dos deuses do futebol - e sabe-se lá mais de quem -, como diria o Milton Jung.

Assim, me quebrei ao apostar todas as fichas no time do Muricy.

Ainda posso acertar, mas é difícil. Se o Palmeiras vencer o Grêmio no Olímpico, o que ninguém conseguiu até agora no Brasileirão, volta a crescer e aí pode embalar, patrolando o Atlético de Celso 'morre-na-praia' Roth em casa e depois o Botafogo 'Jesus-está-chamando' no Rio.

Muricy, que desembarcou azedo no Salgado Filho, declarou que costuma 'crescer nas horas difíceis'. O Palmeiras foi líder durante quase três meses. Sentiu o bafo na nuca, como o Grêmio no ano passado, e amarelou.

Vamos ver se o time de Diego Souza e cia. consegue resistir ao calor que irá levar da torcida gremista, o melhor jogador do Grêmio neste ano. Tivesse o time um treinador melhorzinho e mais humilde, teria vencido uns dois ou três jogos a mais fora de casa e estaria brigando pelo G-4 e até pelo título. O Rospide, com certeza, teria feito melhor que o filósofo contratado pelo André Krieger.

Rospide deve começar o jogo com Adilson, Fábio 'decepção' Rochemback e Maylson no meio, com Souza mais adiantado ao lado de Douglas Costa. Na frente, o atacante que se movimenta por dois, o Maxi. Está certo o Rospide.

Agora, sem seu segundo melhor jogador, o Victor (a torcida é o primeiro, repito), o Grêmio fica mais vulnerável. Não acredito que Tcheco irá fazer falta. Ele já foi um grande jogador. Hoje, ainda se mantém pela técnica, mas está perdendo força e vitalidade.

TCHECO

É petulante o procurador do Tcheco. Pelo que ele demonstra, Tcheco só renova se tiver a certeza de que será titular. Ora, vá catar coquinhos... Que Tcheco seja feliz no Corinthians.

HUGO E BORGES

Os dois são bons jogadores, mas não levo muita fé neles. O Hugo tem um futebol meio indolente, pouco comprometido, por isso nunca conseguiu ser titular no SP. Mas é grande reforço para o grupo principal, não para titularidade absoluta.Borges é mais um atacante. Antes dele, sou mais o Val Baiano, o William. São do mesmo nível, ou melhores, e mais baratos. Se for verdade que ele vai receber 170 mil por mês, bem, aí é o fim da picada. Melhor que o Borges é o Alecsandro, tão criticado pela torcida colorada.

DIZEM POR AÍ...

... que a torcida do Palmeiras será maior que a do Grêmio nesta quarta-feira no Olímpico e em todo o Estado.

EM TEMPO

Agradecimentos a todos que manifestaram solidariedade à minha pessoa no embate com o atual técnico colorado.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mário Sérgio x Ilgo

Desde que ingressei com uma ação contra o sr Mário Sérgio, em fevereiro de 2005, evitei tocar no assunto publicamente. Costumo ser discreto. Não costumo expor minhas questões particulares, até mesmo aos mais chegados.

Hoje, diante de manifestações recentes do atual técnico do Inter e também provocado por alguns colegas e parceiros do boteco, volto ao assunto. No dia 8 de fevereiro daquele ano escrevi a coluna DE PRIMEIRA, nas férias do Hiltor.

Contexto: o Grêmio ia mal no Gauchão, sob o comando do técnico (?) De León, e pelo diretor de futebol remunerado sr. Mário Sérgio, contratado pelo sr. Paulo Odone para armar o time que tinha como objetivo voltar à primeira divisão. Havia pouco dinheiro, o que realmente afetava o trabalho do diretor profissional na busca de reforços de qualidade. O grupo era fraco mesmo. Para montar aquele time não precisava pagar um dirigente.

Minha crítica na coluna era destinada à direção, ao presidente do clube, sr. Paulo Odone, por ter gasto com um diretor profissional em plena crise financeira.

Desconfio que alguém botou pilha no sr. Mário Sérgio.

Confiram a coluna na íntegra:

AMADORISMO JÁ
Por mais que me esforce, pense na modernização do futebol, na profissionalização de dirigentes, não consegui ver até agora nenhuma vantagem no diretor remunerado Mário Sérgio sobre os que o antecederam nos últimos tempos no Olímpico, sem nada receber em troca, a não ser críticas e vaias.
Considerando que o Grêmio atravessa uma situação econômica angustiante, vivida também pelos homens que comandaram gratuitamente o futebol do clube nos últimos dois anos, e levando em conta a relação custo-benefício, não vejo razão palpável para continuar com esse profissionalismo, que custa caro hoje e que se encaminha para custar ainda mais caro em pouco tempo.
Diante disso, sugiro que o cargo de diretor remunerado seja extinto e que o comando do futebol volte a ser de um amador, algo que nunca impediu o Grêmio de conquistar títulos.
COMPETÊNCIA O que leva um clube a grandes vitórias e a títulos é a competência, passando pela organização e pelo planejamento, além de uma dose de sorte. Com uma estrutura eficiente e algum dinheiro, se consegue fazer um time competitivo, com ou sem dirigente remunerado.
EQUÍVOCO No caso específico do Grêmio, que não tem dinheiro, considero um equívoco gastar o pouco que há em caixa para pagar um diretor de futebol. Tal despesa, que não deve ser pequena, só teria justificativa se o profissional contratado fosse capaz de montar um grupo de qualidade em pouco tempo e sem dinheiro. Claro, aí deveria receber até mais.
CONTRATAÇÃO Com o que se paga ao Mário Sérgio, profissional correto e trabalhador, o Grêmio poderia contratar um meia realmente talentoso.



Depois dessa coluna, silêncio. No dia 11, uma sexta-feira, em São Gabriel, o Grêmio, que vinha perdendo, bateu o time da casa. No meio da euforia pela vitória, veio o desabafo surpreendente do sr. Mário Sérgio, atacando este que vos escreve, através de quatro emissoras de rádio da Capital.

Era perto da meia-noite quando o Reche me ligou. Ele estava no estúdio da Guaíba e queria me colocar no ar com o sr. Mário Sérgio. Ocupado com o baixamento do jornal e com a coluna de domingo, recusei o convite. Sem contar que estava perplexo, chocado com tanta agressividade, passando de microfone em microfone. Eu pensava: "Pô, perder tanto tempo com um interino depois de uma vitória..."

QUESTÃO DE ORDEM: eu era setorista do Inter quando ele foi contratado, em 1978 ou 79. Tinha ótimo relacionamento com ele, um sujeito, então, afável, de bom papo, inteligente. Que ironia! Ah, e na época nós dois éramos barbudos e cabeludos. Faz tempo...

Abaixo, trechos extraídos da conversa na rádio Guaíba, mais ou menos no mesmo tom das demais entrevistas:

"Vocês sabem, então, são contribuições que vocês tem que respeitar, não é só vocês não, são todos da imprensa tem que respeitar, deixa eu só terminar depois tu podes falar o que tu quiser, então, contra vocês contra .... eu não tenho nada, vocês podem fazer o que vocês quiserem. O menino, o rapaz veio falar pra mim agora que eu fiz uma colocação outro dia e foi até para você se não me engano, você falou assim: "E se o Presidente te desprestigiar?" e eu falei que não vou morrer de fome, o cara vem dizer que foi o maior debate na rádio, eu não ouvi, todos me criticaram porque eu disse que eu não estava nem ai para o Presidente me prestigiar ou não, então os caras deturpam é aquela vírgulazinha na Redação que muda todo o sentido da frase, então parece que é um negócio tendencioso e eu não entendo porque, eu não vim aqui para roubar espaço de ninguém, se alguém da imprensa quiser trabalhar no meu lugar, vai sentar lá no escritório. ESSE MENINO DO CORREIO DO POVO QUE SÓ FALA MERDA, DA COLUNA, SE ELE QUISER...
REPÓRTER - Quem, quem...?
MÁRIO SÉRGIO - EU NÃO SEI O NOME DELE, PORQUE ELE É DESCONHECIDO, ELE TÁ NA RESERVA DO MOMBACH, É BANCO DO MOMBACH, ESCREVEU UMAS BOBAGENS LÁ.
REPÓRTER - É o Ilgo Wink...
MÁRIO SÉRGIO - É ESSE BABACA AÍ, ESSE BABACA, ENTÃO ELE QUE VENHA AQUI DIRIGIR, SENTA LÁ NO MEU LUGAR E DIRIJA, FAÇA O SEGUINTE, FAÇA PELO RIO GRANDE DO SUL O QUE EU E O DE LEON FIZEMOS, ELE NÃO FEZ MERDA NENHUMA PELO RIO GRANDE DO SUL, ELE SÓ FEZ ESCULHaMBAR O RIO GRANDE DO SUL, SÓ SABE APODRECER O RIO GRANDE DO SUL E AFASTAR O TORCEDOR DO CAMPO, NÓS ESTAMOS AQUI LUTANDO JUNTO COM O TORCEDOR PRA RECUPERAR UMA COISA QUE NÓS NÃO FIZEMOS, NÓS BOTAMOS O GRÊMIO LÁ NO TOPO, CAMPEÃO DO MUNDO, E ELES JOGARAM NA SEGUNDA DIVISÃO E NÓS ESTAMOS TENTANDO AQUI É TRAZER O GRÊMIO DA SEGUNDA PARA A PRIMEIRA, ENTÃO NÃO É BRINCADEIRA ISSO NÃO, ENTÃO NÃO VEM BRINCAR COM O MEU NOME NÃO, QUEM É ELE PARA FALAR DE MIM, ELE NÃO TEM GABARITO PRA FALAR DE MIM".
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"NÃO, VEJA BEM, EU NÃO TÔ FALANDO. O CARA CHEGA E COLOCA COMO SE FOSSE VERDADE ABSOLUTA NUMA COLUNA "QUE VOLTE O AMADORISMO", ENTÃO, DIZENDO QUE PELO FATO DE EU SER UM PROFISSIONAL QUE ESTOU AI, QUE NÃO TINHA RESULTADO, ISSO É EXTREMAMENTE INJUSTO.
RECHE - Agora eu estou me lembrando do tópico.
MÁRIO SÉRGIO - SEM CRITÉRIO NENHUM, PORQUE QUEM LEVOU O GRÊMIO À SEGUNDA DIVISÃO, Ô BOBÃO, FOI OS AMADORES, FOI OS ABNEGADOS QUE NÃO SABEM NADA DE FUTEBOL RAPAZ, E EU SÓ NÃO FIZ UM PUTA TIME AQUI PORQUE EU NÃO TIVE UM TERÇO DO DINHEIRO QUE ELES TIVERAM E JOGARAM FORA, PORQUE SENÃO NÓS TERÍAMOS AQUI UM BAITA TIME HOJE, E O TIME QUE TEM AQUI É GRAÇAS SABE A O QUE? A MINHA AMIZADE COM EMPRESÁRIOS, COM DIRETORES DE CLUBES QUE FAZEM COM QUE, EU NÃO PRECISE PAGAR NADA, QUE EU NÃO DISPONIBILIZE NENHUMA QUANTIA EM DINHEIRO PARA PEGAR OS JOGADORES POR EMPRÉSTIMO, ENTÃO ELES VEM AQUI POR SALÁRIOS BAIXOS E TENTAM JOGAR FUTEBOL, ENTÃO DENTRO DO MERCADO EU SÓ CONSEGUI, O GRÊMIO SÓ CONSEGUIU TER UM TIME HOJE PORQUE EU TENHO PRESTÍGIO DENTRO DO MERCADO. ENTÃO ESSE CARA TEM QUE RESPEITAR, NÃO PODE DAR PORRADA DE GRAÇA NÃO, NÃO SOU CONTRA A CRÍTICA DO DIA-A-DIA NÃO, EU SOU CONTRA DETURPAREM O QUE EU FALO, PRIMEIRO PONTO, A CRÍTICA, O CARA PODE NÃO CONCORDAR COM O MEU TRABALHO, AGORA QUERER ME MENOSPRESAR, ME HUMILHAR, QUE ISSO, QUEM É ELE RAPAZ, ISSO É UM PORRA DE UM ZERO À ESQUERDA, UM BABACA.
RECHE - O Mário, deixa eu te contar, o Ilgo Wink é um grande jornalista, tem 40 anos de profissão.
MÁRIO SÉRGIO - ELE PODE SER ENORME, PODE SER GORDO, GRANDE...
"E AÍ O CARA CHEGA NA COLUNA E SENTA A BUNDA NA CADEIRA, TÁ LÁ TOMANDO O WHISQUIZINHO DELE FALA "A VOU DAR UMA PORRADA NESSE OTÁRIO", SÓ QUE EU NÃO SOU OTÁRIO, NÉ."

Diante do relatado acima, entrei com ação judicial (advogado Marco Chagas, do Sindicato dos Jornalistas) contra o sr. Mário Sérgio. A ação foi até o STF, que decidiu a meu favor. O valor ficou bem abaixo dos 25 mil citados pelo sr. Mário Sérgio, representado então por um conceituado escritório de advocacia.

Parte do dinheiro foi doado a uma instituição espírita de Porto Alegre.

Fim de papo. Um chopp pra distrair, mas só depois do serviço.