sábado, 30 de maio de 2009

O jogo da neve


Este sábado amanheceu com a cara úmida e fria da quarta-feira, dia 30 de maio de 1979. Quando saí de casa, no meio da tarde, rumo à redação da Folha da Tarde, a temperatura já estava desabando. Precavido, havia colocado duas meias, uma camiseta, uma camisa, um blusão de lã e um casaco com capuz. Caía uma chuva miúda, geladinha. As pessoas andavam encolhidas pela rua da Praia. Caminhei da Cel. Vicente, onde morava, até a Caldas Júnior pensando na fria – literalmente – que eu havia entrado.

Eu estava escalado para cobrir Esportivo x Grêmio, no estádio da Montanha, em Bento Gonçalves. Comigo, o fotógrafo Loir Gonçalves. Eu tinha menos de um ano de jornal, e de formado. Nessas horas, a gente costuma brincar na redação: eu devia ter estudado mais e feito medicina, ou algo parecido. Na realidade, repórter que se preze gosta de um programa de índio.

E nós estávamos indo para um programa de índio, sem cocar, carteira da Funai, nem apito. O pessoal da redação só ria da minha cara. O Hiltor Mombach, já um ‘veterano’ de dois anos de redação e companheiro de noitadas, conhecedor da Serra, se criou em Garibaldi, previu: vai nevar. Meu editor, o Nilson Souza, e o editor de esportes, Jair Cunha Filho, me olhavam penalizados.

Cocei minha barba desgrenhada, a La Che Guevara, e rumei para a garagem ao lado do Loir, pensando que se eu trabalhasse na Folha da Manhã ou no Correio do Povo, jornais matutinos, eu não precisaria viajar. Faria o jogo pelo rádio. Na Folha, a gente acompanhava todos os jogos da dupla no Interior ao vivo. A matéria era escrita numa Olivetti, em laudas, na redação deserta, e deixada na mesa do editor, que chegaria de manhã cedo.

A viagem já foi dura. Não me lembro se de Kombi, de Brasília ou de Fuca. Era o que havia na pré-história. Quando chegamos em Bento a temperatura estava próxima do zero grau. E caindo, caindo. Chegou a hora do jogo.

Os jogadores entraram em campo. Fiquei com pena deles. O gramado úmido, a temperatura no zero grau e um vento cortante como uma navalha, parecia que atravessava a alma. Pouca gente no estádio. Noite boa para ficar em casa, tomar um caldo quente com vinho tinto. Meus pés estavam congelados, quase não os sentia. Os dedos da mão viraram picolé.
O jogo começou morno na noite gelada. Ninguém queria nada com nada. Prenúncio de 0 a 0, que acabou sendo o resultado final.

O vento estancou de repente. Parecia que o tempo havia parado. Em campo, os jogadores corriam muito mais para se aquecer do que para jogar bola. De repente, começaram a cair flocos de neve, que foram aumentando de intensidade rapidamente. O campo ganhou uma camada fina de neve. Pensei no pessoal na redação aquecida, na previsão do Hiltor. Pensei num café bem quente, num cobertor de lã, num garrafão de vinho, uma canja de capeletti.

O Jesum, um ponta habilidoso e rápido, passou perto de mim. Seu enorme bigode estava branco. Mais adiante, o carioca Paulo César Caju com sua cabeleira coberta de neve. Na área, o Baltazar pedia a bola, braços erguidos. Parecia que haviam congelados no ar.

No intervalo, eu e o Lupi Martins, grande parceiro e excelente repórter da Rádio Guaíba, paramos para tirar uma foto e registrar aquele momento mágico. Um colega de outra emissora, lá de Bento, entrou de gaiato.

Eu estava congelado. Um boneco de neve. De barba, mas um boneco de neve.

Nos acréscimos

O Rogério Aguiar, que escreve a coluna sobre clima e tempo na Correio do Povo, registrou esse momento histórico - conhecido como o Jogo da Neve - na edição de domingo passado, inclusive com uma declaração minha e citando trecho da matéria que escrevi na ocasião, já na madrugada de 31 de maio.
Ah, o Lupi, que faleceu ano passado, é o da direita, de capuz e casaco escuro. Eu estava com os equipamentos de transmissão da rádio porque o Lupi havia se afastado campo por alguns momentos.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Festa e Copa do Mundo

A Fifa já escolheu as 12 cidades que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Cuiabá, Manaus, Fortaleza, Salvador, Recife e Natal. O anúncio oficial será feito no domingo, durante reunião do Comitê Executivo em Nassau, Bahamas.

Eu mesmo já recebi um convite, via email, para uma grande festa domingo, no Parque Redenção. Claro que não vou. Não queria a Copa do Mundo aqui no Brasil.Sobraram cinco cidades: Belém, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia e Rio Branco.

Bem, recorro ao meu arquivo implacável. Lá, encontro o texto abaixo, que explica por que não gostaria de ver o Mundial no Brasil:

"O governo federal gastará para a realização dos Jogos Pan-Americanos Rio 2007 cerca de R$ 1,8 bilhão. Isto, considerando os recursos destinados a patrocínios, investimentos diretos e indiretos. O volume equivale a cerca de 50% de todos os recursos que serão destinados ao evento pelos três níveis de governo (federal, estadual e municipal). As informações, divulgadas na Agência Brasil, foram dadas pelo ministro do Esporte, Orlando Silva Jr.
- É um investimento que nós acreditamos ser positivo. O saldo será importante para o Rio, haverá um legado na área de instalações esportivas, de segurança pública, na capacitação dos nossos recursos humanos (que estarão mais capacitados para eventos de grande magnitude) e, sobretudo, haverá uma grande projeção do Brasil no exterior. A expectativa é positiva na construção da imagem do país no exterior - disse ele, durante a 14ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional do Esporte, que acontece paralelamente ao Fórum de Gestões Estaduais.
Os números ressaltados pelo ministro indicam que somente na Vila Olímpica o governo federal injetou perto de R$ 189 milhões. Há ainda os investimentos diretos das empresas estatais que estão patrocinando os Jogos. Estes estão sendo feitos diretamente na construção e contratação de serviços e aqueles destinados a construção e reforma de equipamentos esportivos."

Eu me lembro que gastaram 1,8 milhão só pra fazer o site do pan.

Tem muita gente que vai ganhar muitos dinheiros.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Noite gaúcha: Taison e a jogada ensaiada que deu certo


Foi uma noite gaúcha. O Grêmio encaminhou sua classificação para pegar São Paulo ou Cruzeiro na fase semifinal da Libertadores, e o Inter praticamente está na final da Copa do Brasil, onde terá pela frente o Corinthians.

Teremos, então, jogos sensacionais. É a força do futebol gaúcho, tão invejado e sempre imitado, mas raramente igualado.

O Inter confirmou seu favoritismo sobre o Coritiba, um time médio, esforçado, que chegou a dar um susto. Mas logo nos primeiros minutos já tinha dois defensores com cartão amarelo, o que prenunciava facilidades mais adiante.

Taison, que o Técnico (com T maiúsculo) Tite descobriu logo em seus primeiros dias no Inter – Abel Braga, talvez comprometido demais com alguns medalhões, não dava chance ao garoto -, foi o nome da partida.

O guri está jogando demais. Evoluiu de maneira fantástica. Agora, está enxergando melhor o jogo, é mais participativo e menos individualista, sem perder, contudo, sua principal arma: a velocidade aliada a dribles quebra-coluna de zagueiro. Mesmo sem Nilmar, lesionado, vítima da violência, nem chegou a fazer falta de tanto que Taison jogou.

Sobre o Grêmio, vi, finalmente, uma jogada verdadeiramente ensaiada e, o que é surpreendente, dando certo. Depois de anos de portões fechados por Mano Menezes e Celso Roth, alegadamente para treinar jogada ensaiada, mas na verdade para esconder suas limitações e prejudicar a imprensa, devo saudar o fato de que o Grêmio agora tem um treinador que realmente ensaia jogada.

O gol do Grêmio foi, nesse aspecto, uma obra de arte, unindo o talento de um jogador tão criticado (injustamente), Tcheco, a estratégia de um técnico, e a eficiência do lateral Fábio Santos, a quem Autuori tem reservado funções especiais, como essa que resultou no gol salvador contra o Caracas.

Depois, os venezuelanos acionaram (sem querer querendo, como diria o Chaves, aquele que merece admiração) o sistema de irrigação, uma malandragem digna do Hugo Chávez, para deixar o campo, só do lado do Grêmio, escorregadio. Pensavam eles, talvez, que poderia ter mais facilidades para chegar ao segundo gol dessa forma, investindo em chutes rasteiros, etc. Bobagem de um povo que curte beisebol.

Agora, preocupante, a meu ver, a limitação ofensiva do time. O Grêmio tem vários atacantes, mas nenhum até agora me convenceu plenamente. Cada um deles tem alguns defeitos que os deixam incompletos, insuficientes para um clube que ambiciona a conquista da Libertadores.

Passo, portanto, a apostar minhas fichas eu Autuori e suas jogadas ensaiadas. Sem necessidade de portões fechados, ao menos a toda hora. Aliás, nesse aspecto, o Tite está me decepcionando.

NOS ACRÉSCIMOS

Muitos gremistas já sonham com uma final com o Barcelona, que ontem atropelou o Manchester United. Nesse aspecto sou cético, não pessimista. O Grêmio precisa melhorar muito para chegar lá. Nem é pelos rivais brasileiros, que estão no mesmo nível, mas muito mais pelo Estudiantes de La Plata e, em segundo plano. pelo Defensor e o Nacional.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Buquiméqui, Cartola e a Mariana

Em véspera de jogo (s) decisivo (s) o melhor que se tem a fazer é mudar de assunto.
Sobre Grêmio e Inter e seus jogos, resta esperar a hora do jogo. Os dois são favoritos, mas...

Ah, os favoritos. Meu filme favorito nunca ganha Oscar; minha miss favorita nunca ganha, no máximo uma segunda princesa ou miss simpatia, aquela que as deusas elegem porque não a consideram rival.

Meu problema é que vou normalmente pela lógica, ou pelo menos eu penso que ainda consigo ver alguma coisa de maneira lógica.

Quando preencho os palpites do buquiméqui da ESPN, uma armadilha armada pelo Carlos Correa, que viajou para Caracas. O Carlos é especialista em palpite. Convenceu todo mundo da editoria de esportes a entrar no bolão da ESPN só pra humilhar os colegas. Na terceira rodada, o Carlos já lidera isolado.

Cada vez mais me convenço que quem ganha buquiméqui não entende nada de futebol, só é mais sortudo.

De onde vem meu convencimento? Eu sou a prova viva. Entendo muuuito de futebol. O suficiente para ir mal em qualquer jogo de palpite. Meu conhecimento de nada vale.

Num bolão de 12 participantes, eu sou 10º colocado. Estou na zona de rebaixamento. Deveria ter feito como o Hiltor, que percebeu a arapuca armada pelo Carlos e caiu fora. Há muito tempo o Hiltor definiu bem a coisa: "Quanto mais se vê futebol, menos se entende".

Agora, suprema humilhação, estou atrás até da Mariana, que começou há pouco tempo no futebol. Seu esporte preferido era o randebol, como ela gosta de dizer, carregando no érre. Pois eu estou sendo superado pela Mariana. A doce e debochada Mariana. E ela faz questão de me lembrar disso diariamente.

E tem mais: no Cartola, joguinho em que a gente escala um time a cada rodada, também não estou indo bem. Isso na liga aqui da redação. Na Liga que eu criei, a do Boteco, estou em segundo lugar. Pouco para o meu potencial.

Mas não vou desistir. Ainda viro esse jogo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

futebol, fórmula 1 e o senador


“No futebol, o mais fraco pode ter esperanças. Se fosse basquete, já estaria acabado. Eles são o time do momento. Mas, de repente, pinta um Jenson Button e desbanca os favoritos.”

A frase acima é do treinador René Simões, esperançoso em abater o grande favorito, o Inter. Se eu fosse ele, teria a humildade de buscar apoio no Zé Humberto, o único treinador que conseguiu vencer o Inter neste ano em que a imortalidade tricolor mudou-se de mala e cuia para o Beira-Rio.

Até acho que não adiantaria muito, porque o glorioso Zé Humberto acabou eliminado com o seu não menos glorioso União de Rondonópolis. Mas poderá pelo menos dar um cagaço (com o perdão da palavra) nos colorados.

A manifestação do René, que é um bom treinador e até não sei por que não foi contratado para substituir o ‘indesejado’, me fez descobrir a existência do Button, que anda se destacando naquele joguinho divertido que passa na TV de vez em quando, o autorama, que alguns chamam de Fórmula 1, e que tanto agrada alguns freqüentadores deste boteco.

Agora, frase por frase, prefiro as do Pedro Simon. O eterno senador disse, sábado, e ficou gravado, que o ministro Tarso Genro estava usando o Polícia Federal, sua subordinada, para investigar pessoas ligadas à governadora. Tarso retrucou, dizendo o previsível, ou seja, que não é homem dessas coisas e patatipatatá. E pediu para o senador provar.

Ontem, Simon fugiu da raia: “Não me lembro de ter citado o nome do ministro”. Não lembra, mas citou. Agora, que o ministro tem tudo na mão, tem. Mas, como ele é um homem de uma palavra só, e isso eu afirmo peremptoriamente, não tenho motivo para duvidar de que ele não está jogando para detonar a Yeda, mesmo sendo um potencial candidato ao Piratini. Até porque o Ministério Público Federal tem as tais gravações comprometedoras que só aparecem a conta gotas na imprensa.

Por fim, para não dizerem que fugi da raia como o senador, comento rapidamente o Grêmio de Paulo Autuori. Tcheco jogou mais adiantado, Fábio Santos teve mais liberdade para apoiar tanto pelas laterais como pelo meio e vi que o time buscou muito o chute de longe (errou todos).

Gostei quando ele sacou o Souza e colocou o Douglas Costa. Fosse o ‘indesejado’, como o Grêmio vencia, ele teria colocado o Makelele no lugar do Souza para garantir o 1 a 0. Felizmente, entrou o Douglas, que jogou (e não poderia ser diferente) com vontade e iniciou a jogada do segundo gol, que teve participação decisiva do Maxi Lopez. O Douglinha, como dizem alguns, é um trunfo importante para entrar no decorrer dos jogos. Um dia, talvez, poderá ser titular. Por exemplo, se o Souza não ficar no Olímpico.

domingo, 24 de maio de 2009

Taison, Pelé e o Grêmio chuta-chuta

Ligo o rádio no começo da tarde. Um entrevistado fala sobre Taison. Diz que Taison estava cansado e não gostaria de ter viajado a Goiânia. Mas que Taison ficou contente porque acabou viajando e com isso fazendo o seu primeiro gol no Brasileirão, o gol da vitória sobre o Goiás, no Serra Dourada, onde a dupla Gre-Nal costuma perder e até ser goleada.

E dizia mais o entrevistado. Que Taison gosta do Inter, renovou contrato até 2014, e que Taison não pensa sair tão cedo do Beira-Rio. E por ai foi o entrevistado, que era o próprio Taison falando sobre si mesmo na terceira pessoa. Lembrou-me o Edson falando de Pelé. Espero que isso não signifique que Taison esteja se comparando a Pelé.

Mas foi a primeira vez que o Ilgo viu o garoto falando dessa forma.

Agora, o Ilgo entende que o que importa é que ele, o Taison, está jogando demais. Entrou num jogo em que o Goiás caía de rendimento no segundo tempo, depois de muita insistência no primeiro, quando até poderia ter vencido por 1 a 0. O goleiro Lauro salvou espetacularmente um chute traiçoeiro de seu colega, Sandro. Aliás, o Ilgo não entende como tem colorado que ainda corneteia o Lauro, embora cada vez menos.

O Ilgo via o Goiás morrendo pouco a pouco em campo. Tite também viu. O Ilgo acha que Tite é o melhor treinador em atividade hoje no país. Colocou o Taison para dar um calor na defesa goiana. E foi o que aconteceu. Quem tem grupo forte pode fazer isso. Então, o Ilgo viu o Taison armar a jogada, lançar o Marcelo Cordeiro ou Carneiro. O lateral cruzou com perfeição para Taison fazer 1 a 0.

O Ilgo está impressionado com o Inter, que lidera o Brasileirão com folga, envolvido também com a Copa do Brasil.

Bem, o Ilgo vai terminar de ver o jogo do Grêmio, que deu uns 20 chutes de fora da área no primeiro tempo. Apenas um foi a gol, um chute fraco do Souza, nas mãos do Castilho. Chutes de fora da área sob qualquer circunstância. O Ilgo acha que foi a ‘grande contribuição’ do estreante Paulo Autuori ao time até agora.

O Ilgo não está se achando o Pelé. Ele tem certeza.

sábado, 23 de maio de 2009

Futebol, o oásis da moralidade

Todos nós sabemos que não existe maracutaia no futebol. Essa história de caixa 2, propina por baixo do pano, grana por fora (o PF), corrupção, gente que se vende por alguns dinheiros, falta de ético e decoro. Tudo isso nós encontramos só na política, onde dólares viajam em malas, cuecas e mochilas.

O futebol é, sem dúvida, o último reduto dos honestos e dos vestais. O futebol me lembra aquela imagem de pureza e integridade que um determinado partido construiu durante décadas e destruiu em poucos meses de poder.

Quando falo em futebol, me refiro ao futebol brasileiro, claro.

Em outros países, essas coisas que estamos acostumados a ver na política acontecem amiúde (sempre tive vontade de usar esta palavrinha). Lembram daquele estouro na Itália. Grandes clubes foram punidos. Alguém pode imaginar isso acontecendo aqui?

Agora, em outros locais é até comum a maracutaia. Por exemplo, no Quirguistão, capital Bichkek, um jogador que defendia bravamente e com profundo amor estimulado por salário de milhares de dólares um grande clube local, o Kolorachek, em determinado momento, talvez de tédio, intermediou a vinda de um colega para outro clube, um que um dia, muito distante, já teve a camisa mais bonita do planeta, e que hoje de vez em quando aparece com fardamento extravagante.

Sempre muito generoso com os amigos, certa vez levou um deles para trabalhar como técnico no Turcomenistão. O colega arrumou o emprego. No dia em que pegou seu primeiro contracheque, apareceu lá um desconto inesperado. Era uma comissãozinha básica para o amigão desinteressado. O treinador esse até hoje guarda os contracheques como recordação. Dizem que até emoldurou um deles e o colocou na parede. Gosta de mostrá-lo para as visitas.

No Brasil, esse tipo de coisa não acontece. As pessoas que gravitam em torno do futebol, que, como disse o Paulo Autuori, tem como protagonistas apenas os jogadores e os torcedores, são todas muito íntegras.

É possível que algum dia a gente descubra que não é bem assim. Pode ser. Nós acreditávamos que o Rio grande Sul era a terra dos políticos honestos e incorruptíveis. Se o partido lá para cima se mostra corrupto, o mesmo partido aqui é íntegro. Engano do Ledo.

Alguém pode lembrar de alguns casos obscuros no futebol. Eu mesmo recordo de alguns, mas não vale a pena registrar agora, neste momento em que manifesto com sinceridade igual a de político em campanha eleitoral ou de político depondo em CPI, meu voto de total confiança nos propósitos de todos os que trabalham no futebol brasileiro, um segmento que movimenta em torno de 2 bilhões de dólares por ano.

Mas, apesar disso, torço para que um dia o Ministério Público e a Polícia Federal apurem se realmente eu estou certo, que o futebol brasileiro é um oásis de moralidade neste país.
Enquanto isso, manifesto minha fé nos dirigentes, nos treinadores, nos empresários, nos jogadores e nos árbitros. Ah, e na imprensa.

No mais, é pura paranóia suspeitar que um juiz possa ser engavetado, um jogador entregar partida porque seu empresário tem determinado interesse, um treinador ter parceria com empresário para fazer negócio com jogador, um treinador convocar jogador com objetivo de promovê-lo e ganhar algum, um dirigente receber comissão na compra e ou venda de jogador, resultados arranjados, etc.

Só pode ser paranóia. Esse tipo de coisa só acontece em outros países. No Quirguistão, por exemplo.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dunga: persona non grata

Antes de começar a escrever pensei numa palavra para definir a atitude do aprendiz de treinador, Dunga, ao convocar Victor, Nilmar e Kleber.

Tirando fora os vocábulos que poderiam ferir os ouvidos mais sensíveis, mas apropriados para um boteco numa roda de amigos, a palavra que escolhi é:

SACANAGEM!

A sacanagem maior é com o Grêmio. O Inter também é prejudicado, principalmente com a ausência de Nilmar em jogos importantes, mas o Grêmio está sofrendo uma perda irreparável. Aliás, irreparável foi a palavra usada pelo técnico, este sim um técnico de futebol, Paulo Autuori, quando se cogitava a possibilidade de convocação de Victor.

Para quem ainda não se deu conta, Victor é o principal jogador do Grêmio. O maior responsável pela classificação à Libertadores.

Nilmar é importante para o Inter, mas Victor é fundamental. Nilmar tem um bom substituto, Victor não.

Além disso, o Grêmio está na competição mais importante, lutando pelo título mais importante do futebol das Américas.

Enquanto Victor estiver acomodado numa cadeira de estádio para assistir a algum jogo da Seleção (ele não será nem o reserva na Seleção), o Grêmio estará decidindo na Libertadores. O segundo jogo contra o Caracas, por exemplo. E, se o time passar, o primeiro jogo da semifinal, quando o caldo engrossa.

Em 1997, o Grêmio também foi prejudicado pela CBF, pelo então técnico Zagallo, que desfalcou o time num jogo decisivo contra o Cruzeiro convocando Paulo Nunes para ficar no banco de reservas. O Grêmio foi eliminado.

O Cruzeiro, agora, perde Ramirez. E o São Paulo? Hernanes ficou de fora. E o Palmeiras? Bom pra eles.

Minha sugestão, neste momento, é que a direção do Grêmio manifeste de forma contundente seu desagrado, sua revolta. A direção, se não está comemorando a valorização do seu profissional para negociá-lo melhor depois, deve considerar, formalmente, com apoio do Conselho Deliberativo, o sr. Dunga

PERSONA NON GRATA.

Vitória e (in) justiça

O Flamengo atacou como o Grêmio e perdeu. Já o Inter teve dificuldade para se impor, mesmo com um Beira-Rio urrando a seu favor. Bem, o importante é que o Inter, sem ser brilhante mais uma vez contra adversários mais qualificados, venceu por 2 a 1.

Esperava que o Inter vencesse até com alguma facilidade. Aliás, acho que a grande maioria pensava como eu. O Flamengo me surpreendeu pela garra e aplicação tática.

Vitória e justiça no futebol nem sempre caminham lado a lado.

O técnico Cuca provou duas coisas:

- é um bom treinador, porque conseguiu neutralizar de certa forma o forte ataque colorado;

- é um pé-frio, porque aquele gol no finalzinho só acontece contra quem ainda não encontrou sua maré de sorte; o que um dia chegará.

Chama a atenção o erro de Juan -curiosamente é o jogador que brigou com Cuca e chegou a sair de um treino segunda-feira- no primeiro gol do Inter. Um erro varzeano. E quem erra assim com Nilmar por perto está pedindo para levar gol.

O Flamengo empatou numa bela jogada. O empate seria um resultado muito justo pelo que aconteceu ontem à noite no Beira-Rio.

Mas quem conta com um jogador talentoso como Andrezinho no banco, está sempre sujeito a vencer. O goleiro Bruno falhou, porque acreditou que D'Alessandro cobraria, ignorando que Andrezinho, que recém havia entrado, estava descansado e é um eficiente cobrador de falta.

Com a vitória, o Inter deve atropelar o Coritiba, que vi contra a Ponte Preta. Não tem chance de criar qualquer problema.

Depois, sim, o Corinthians, que irá passar facilmente pelo Vasco.

Até os dois jogos contra o Flamengo, considerava o Inter favorito ao título.

Agora, vou pra cima do muro. Será uma grande final de Copa do Brasil.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

A arte de apatifar uma camisa


Quando vi a nova camisa tricolor no blog do Zini, no Clicrbs, confesso que levei um susto. Assim como o velho companheiro de setor no Olímpico, estou impressionado com tanto mau gosto.

Que os estilistas tenham seus delírios, eu entendo. O que eu não consigo entender é como alguém dentro do Grêmio aprovou algo tão medonho.

Duvido que essa coisa que me lembrou de cara um uniforme de marinheiro, com algo que parece uma enorme gola, tenha passado pelo presidente Duda Kroef, um sujeito de gosto refinado.

Se passou, então começo a ficar preocupado. Se erram em algo assim, tão simples, imagino como não estarão as coisas em outros setores do clube.

No futebol, pela insistência com Roth e pela demora em trazer com um treinador em plena Libertadores, a situação não é das melhores. Sem contar no que estariam pagando ao Paulo Autuori: 500 mil pilas mensais.

A camisa do Grêmio, umas das mais bonitas do mundo, sempre foi motivo de orgulho da torcida tricolor.

Lamentável.

NOS ACRÉSCIMOS

Ao lado, no alto, uma enquete para conferir se a nova camisa listrada foi aprovada pelos gremistas. Por favor, colorados se abstenham de votar. Podem opinar à vontade, mas não votem para não apatifar o pleito.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Autuori e novo esquema

Depois de um período que parece um século, o esquema de três zagueiros está chegando ao fim no Olímpico.

Paulo Autuori parece determinado a aplicar seu esquema preferido. Aliás, o esquema adotado por nove entre dez treinadores.

O momento para isso é bom, porque ainda dá tempo de ajustar o time para enfrentar o Caracas pela Libertadores.

Há um problema, porém. E Autuori já detectou isso. Falta mão de obra para fazer a alteração. Mostrando sabedoria, ele não cai na esparrela de adiantar Rever. Autuori disse que Rever é um grande zagueiro, pronto para ter sucesso na Europa. E eu completo: como volante seria apenas mais um. O Grêmio perderia seu melhor zagueiro e colocaria um mediano em seu lugar.

No esquema 4-4-2, o Grêmio precisaria ter um bom volante de contenção, tipo o Sandro, ou o Rafael Carioca. Não tem. O garoto Júlio César poderia ser testado.

Só com Adilson e Tulio na primeira linha do meio, com Souza e Tcheco mais adiantados (Autuori quer Tcheco mais ofensivo, porque, como eu já escrevi aqui, ele perde muito de sua qualidade jogando como atualmente, mais recuado, quase ao lado de Adilson), o Grêmio fica vulnerável.

Se não tem o tal volante, o antigo número 5, o jeito seria ter dois laterais bons de marcação. Ou pelo menos um deles, tipo o Bolívar no Inter. Por isso, dias atrás sugeri o Saimon. Mas o guri está machucado.

Então, por enquanto, segue o esquema 3-5-2. É assim que o Grêmio irá enfrentar o Botafogo. Se tivesse os jogadores para fazer a mudança, Autuori já testaria o novo esquema no final de semana, não tenho dúvida disso.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Diplomata, filósofo e competente

O dia em que Paulo Autuori cansar de ganhar muito dinheiro, de ser questionado pelos 'invictos' do futebol - como o ex-técnico da Seleção Argentina, César Menotti, se refere aos jornalistas esportivos - e de ser chamado de burro pelas torcidas, poderá se candidatar a um posto na diplomacia brasileira.

Ao ser questionado sobre quando o time teria a 'sua cara', Autuori foi rápido no gatilho:

- Não quero que o Grêmio tenha a minha cara. O time tem que ter a cara do Grêmio.
Bonito, não? Depois, ao falar sobre sua concepção de futebol:

- O futebol tem dois protagonistas: equipe e torcida. São eles que fazem o futebol ser o fenômeno que é, gerar tanta paixão. Não é o treinador, o dirigente, o jornalista.

Com isso, conquistou o time, os jogadores, colocando-os acima de tudo, inclusive dele próprio. De quebra, fez um agrado na galera.

Eu, como jornalista, não me considero protagonista. Nem poderia, é evidente. Agora, admito que tem uns coleguinhas aí que podem se enfurecer com essa frase do Autuori. 'Como assim? Eu não sou protagonista?'.

O diplomático e inteligente técnico poderia, também, disputar com o professor ou com o seu colega, Tite, um cargo de filósofo em algum curso. Pensei nisso quando li essa preciosidade:

- Nós temos que correr riscos. Só é vencedor quem tem a capacidade de se arriscar. Só assim atingiremos os objetivos que queremos.

Tem outras frases parecidas, inspiradas provavelmente em algum livro do Paulo Coelho ou do Lair Ribeiro.

Agora, nada disso importa. O que vale mesmo é resultado. Ops, parece que Autuori tem restrições a essa coisa tola, limitadora, castradora, que é o resultado.

- Falar só resultado é se acomodar -, sentenciou lá pelas tantas.

Autuori, a bem da verdade, explicou que quer ver o time também jogando bem e a partir daí vencendo. Se não me engano, o Tite disse algo muito parecido dias atrás. Será que estão lendo o mesmo livro, ou trocando emails?

Bem, se Autuori tiver no Grêmio o sucesso que Tite (não custa lembrar pela centésima vez que ele era meu técnico preferido após a saída de Mano) tem no Inter, a América será tricolor pela terceira vez.

De um modo geral, gostei das ideias do Autuori, que mostrou ser um profissional muito inteligente, esclarecido, mente aberta, bem-humorado, cordial e conhecedor de futebol.

Com Autuori com mais uns dois ou três reforços o time terá condições de brigar pelo título da Libertadores.

Sobre o esquema: acho que dá tempo pra migrar para o 4-4-2.

Nos acréscimos

Acabei de fazer uma matéria sobre o Wilson Seneme aqui no CP, 'punido' com um jogo de suspensão, não por causa do pênalti e outros erros, como o a cotovelada de um zagueiro no Tcheco. Mas porque o Souza não levou o cartão vermelho num lance em que recebeu o amarelo e depois cometeu a 'ousadia' de tocar no peito de sua majestade o árbitro. Eu, apesar de todo o meu talento futebolístico, jamais poderia ser jogador profissional. O sujeito precisa ter sangue de barata para ver um juiz 'errar' como o Seneme, e tantos outros, e ter que ficar quietinho, respeitoso e submisso. É por isso que tenho o falecido Everaldo como um dos meus ídolos no futebol: um dia ele cansou e soqueou um juiz, José Favile Neto. Foi um senhor soco. Um soco de boxeador.

Por favor, confiram a foto publicada na pagina 22 do CP desta terça-feira. Não é necessário mais nenhuma palavra sobre o que houve no Mineirão, sábado.

domingo, 17 de maio de 2009

Inter e o 'escondidinho' de futebol no Mineirão

Se o Inter poupou a maior parte do seu time titular contra o Palmeiras, o Grêmio poupou o time inteiro sábado, ao menos no primeiro tempo do jogo no Mineirão.

O Inter fez o dever de casa, mesmo com muitos reservas em campo. Quando a coisa apertou, entraram Guinazu, D'Alessandro e Nilmar. aí, o Inter, que já vencia por 1 a 0 e estava para ceder o empate, conseguiu fazer outro, D'Alessandro: 2 a 0.

Com isso, o Inter já lidera o Brasileirão, confirmando que é realmente favorito ao título, ou, ao menos, um dos mais fortes candidatos.

Já o Grêmio, entrou em campo para enfrentar o time de Celso Roth com seus titulares. Todos entraram em campo, mas não jogaram. Estavam pensando na Libertadores, na chegada do Autuori, no chopinho pós-jogo, na Felina da internet, na casa da Yeda, sabe-lá. Pensavam em tudo, menos em como fazer gol do Atlético, que só não fez o seu por detalhe.

O fato é que o Grêmio, talvez em homenagem à gastronomia mineira, deixou o jogo "escondidinho" no primeiro tempo. Criou um novo prato: escondidinho de futebol.

Mas, no segundo tempo, o time, enfim, jogou. Não muito, mas ao menos mostrou que estava em Belo Horizonte, no Mineirão.

E é aí que começo a ficar preocupado: jogando com vontade, atacando e até criando chances de gol, não conseguiu vencer o Atlético, que, aqui entre nós, não é melhor que o Universidad do Chile.

O Grêmio, pelo que fizeram os dois times nos 90 minutos, mereceu perder. É isso que preocupa. Agora, não fosse o juiz, seria empate. Tem razão o Souza: Wilson Seneme usou dois pesos e duas medidas. Houve um toque de mão na área do Atlético e um na área do Grêmio. Ele marcou só o toque contra o Grêmio. Sem contar que na origem do lance ele inverteu uma marcação do bandeirinha e deu escanteio, o que resultou no pênalti e na vitória do Galo.

O treinador Paulo Autuori terá de acertar esse time, que precisa melhorar bastante para ficar em condições de disputar o título da Libertadores.

Para concluir: o Grêmio tem quatro atacantes, mas nenhum deles até agora me convenceu plenamente. Desconfio que é culpa desse esquema com três zagueiros, que só deu certo em muitas partidas graças ao goleiro Victor. Aliás, isso venho dizendo desde o primeiro turno do Brasileirão do ano passado. É um esquema 'queima atacante'.

Não sei se Autuori pode ajustar a equipe mantendo os três zagueiros, o que seria mais aconselhável agora, mas se isso não for possível, voltemos ao 4-4-2.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Um modesta sugestão

Ele conquistou sete títulos nacionais consecutivos, defendeu a Seleção Brasileira inúmeras vezes e agora acaba de ganhar um estádio com o seu nome.

Estou me referindo a Juninho Pernambucano, ídolo no Olympique Lyon, onde desembarcou de mala e cuia em 2001. É heptacampeão francês. No ano passado, conquistou a Copa da França.

A duas rodadas do final do campeonato deste ano, o seu time já está fora da disputa. Ontem, liberou o volante Fábio Santos para o Fluminense.

Juninho Pernambucano, que era cobiçado (quase obsessão, se não me engano, do Cacalo), pelo Grêmio em seu começo de carreira, vai ficar livre ali pelo dia 21. Ele ainda não definiu o seu rumo. Pode até encerrar a carreira.

Aqui, pensando com meus botões, no burburinho da redação do CP, acho que ele seria um grande reforço para disputar o restante da Libertadores.

Mesmo com seus 34 anos.

É só uma modesta sugestão.

O Boca cresce. Renasce o sonho da vendetta


É só a Libertadores entrar na fase quente que o Boca Juniors começa a mostrar a sua força. O time inicia assim como quem não quer nada, meio preguiçoso, jogando o suficiente para garantir classificação. Quando chega no mata-mata, o Boca se agiganta e mete medo.

Ontem, empatou com o Defensor, no Uruguai, por 2 a 2. Esteve na frente duas vezes, e cedeu o empate. Quando Palermo fez o primeiro gol, um golaço, o Chico Izidro ficou estático em sua cadeira, diante da TV de 42 polegadas, que ele controla como se fosse sua. Chico torcia furiosamente, mas em silêncio, pelo Defensor.

Diferente de alguns gremistas, Chico dispensa a vingança pela humilhação sofrida na final da Libertadores de 2007, aquela que o festejado e idolatrado ‘salve-salve’ Mano Menezes ajudou a perder quando achou que Riquelme dispensava marcação individual.

Ontem, sem Riquelme, diga-se, o Boca mereceu vencer. Mas sua zaga vacilou e o time sofreu dois gols. Mesmo assim, foi um ótimo resultado. Tem ampla vantagem no jogo da volta, na Bombonera. Vai pegar, pelo jeito, o Estudiantes na semifinal. Acho que passa, se tiver o Riquelme, que anda lesionado. Assim, já antevejo o Boca na decisão.

Já o Grêmio precisa passar pelo Caracas para começar a sonhar com a final. Pelo que vi do time venezuela, não será fácil, mas o Grêmio tem um bom time, faz uma campanha espetacular e deve seguir em frente.

Bem, aí é que o caldo engrossa. Numa projeção feita entre os gremistas da redação, restou o consenso: melhor é pegar o São Paulo. O Grêmio dá mais sorte com o São Paulo. Em 1981, calou o Morumbi lotado e foi campeão brasileiro. O SP tinha mais da metade da seleção brasileira da época.

Contra o Cruzeiro, em especial no Mineirão, o time costuma se dar mal. Aliás, o Cruzeiro não perde há oito meses no Mineirão. Melhor, então, que seja eliminado. Passando o SP, provavelmente a final de 2007 se repetirá.

Os gremistas que querem a vendetta esfregam as mãos, mas, como não são loucos, apenas torcem para que Riquelme não volte tão cedo ou, se voltar, que volte a sofrer uma lesãozinha, coisa pouca, o suficiente para que não jogue na fase final.

Ganhar do Boca com Riquelme tem mais sabor, mas não se pode correr o risco de Paulo Autuori imitar Mano Menezes e deixar o Riquelme livre outra vez. Por isso, o melhor é torcer para que ele não jogue.

Mas que seria bom ser campeão em cima do Boca com Riquelme, ah, seria.

Afinal, ser campeão da Libertadores sem superar o Boca não tem muita graça. Não é mesmo?

NOS ACRÉSCIMOS

Sugestão: se acontecer isso que está se desenhando, o Autuori poderia consultar o Renato Portaluppi, que é o único técnico brasileiro que conseguiu, até hoje, eliminar o Boca Jrs. da Libertadores.

Falsa discussão: mal-intencionados de um lado e ingênuos de outros debatem se o Grêmio vai mudar o esquema para dois zagueiros. Se o time está bem, invicto, não há sentido em mudar agora quando faltam quatro jogos para ir à final.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Grêmio e a crônica esportiva do RS

Vinte e dois pontos em 24, sete vitórias e um empate (e um empate que será para ser goleada), derrubam qualquer tese contra o time gremista.

Durante a jornada esportiva nas emissoras de rádio, cansei de ouvir uns e outros sempre fazendo questão de frisar que o Grêmio havia enfrentado adversários fracos, numa tentativa de diminuir a campanha do time montado por Celso Roth (tenho que admitir) e mantido por Marcelo Rospide, o interino mais longevo – e mais bem-sucedido - que já vi.

Sobre isso, finalmente a direção gremista confirmou aquilo que até os paralepípedos das ruas próximas do Olímpico já sabiam: Paulo Autuori será o técnico.

Então, tive de ouvir de alguém fora do RS amado, onde o gremismo e o colaridismo invariavelmente estão por trás das opiniões ‘isentas’, a verdade irrefutável. Foi agora há pouco na TV Globo, no Jornal da Noite. O sujeito, da Sport TV, falou:

- O Grêmio tem um time forte e enfrentou adversários fracos.

Simples, perfeito, objetivo. Os nossos analistas omitem a parte inicial da frase. Não admitem que o Grêmio tem um time forte, ou ao menos de boa qualidade, competitivo, que só por isso conseguiu se impor aos adversários fracos.

Mas será que são tão fracos assim? Vejamos o Universidad do Chile. Ele escapou de uma goleada no Olímpico, e saiu com um empate. Único jogo em que o Grêmio perdeu pontos.

Depois, na volta, o Grêmio venceu por 1 a0. Aqueles que buscam diminuir o Grêmio, sempre enalteceram o Cruzeiro. Pois o Cruzeiro, que realmente tem uma boa equipe, venceu o Universidad, no Chile, por 2 a 1.

De tanto ouvir falar mal dos chilenos, imaginei que o Cruzeiro fosse golear o Universidad.
Então, assino embaixo da frase do comentarista da TV Globo, a mesma que fez um carnaval (justo) em cima do gol de Nilmar.

Nesta quarta, o Grêmio bateu o San Martin, sem maior esforço. Na próxima partida já terá Paulo Autuori. Isso significa que haverá um acréscimo de qualidade no time que irá enfrentar o Caracas. O time venezuelano não mete medo, mas precisa ser respeitado.

Sobre o Inter, confesso que esperava uma vitória sobre o Flamengo. Mas o Fla foi pegador, guerreiro, deu pau até não poder mais, e conseguiu equilibrar o jogo. Mereceu, na verdade, a vitória. Lauro fez uma defesa sensacional. Duas bolas na trave.

Bruno também fez boas defesas, uma delas espetacular, quase no final.

Lauro e Bruno, dois grandes nomes para a Seleção.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Declarações presidenciais e a moralidade

Em quem devo acreditar?

No presidente Lula ou na Organização Mundial de Saúde? Lula, do alto de sua sabedoria científica, afirmou ontem que essa tal gripe suína não chega a ser uma ameaça, não para o Brasil, que não existe chance de pandemia.

Ou devo crer na OMS, que emitiu nota hoje, talvez preocupada em desmentir essa grande liderança mundial, informando que o ‘vírus H1N1 ainda pode passar por mutações que o tornariam mais virulento e gerariam uma pandemia de gripe que poderia dar até três voltas no planeta’.

A julgar pela manifestação do especialista em tudo, o ilustre cientista polivalente Lula, nenhuma dessas três voltas no planeta passariam pelo Brasil, o mesmo onde a crise mundial chegou como uma ‘marolinha’. O fato é que, segundo a OMS, estão confirmados 5.251 casos em 30 países, com 61 mortes . Os países mais afetados são México (2.059 casos e 56 mortes), onde surgiu a epidemia, e Estados Unidos (2.600 casos, três mortes).

Penso que beira à irresponsabilidade um chefe de Estado fazer afirmações sem embasamento científico, baseadas no ‘achismo’, principalmente quando se trata de saúde pública, justo num momento em que todos – principalmente o governo - devem estar mobilizados para enfrentar a situação, que talvez não seja tão grave, mas qualquer idiota sabe, ou deveria saber, que com vírus não se brinca, todo o cuidado é pouco.

Uma afirmação como essa, vinda do presidente, pode influir no trabalho de prevenção, fundamental para evitar que o vírus prolifere.

Me lembra uma eleição para o governo do RS. Pedro Simon perdeu para o Jair Soares. Não me lembro em que ano foi, eu sei que cobri a eleição pela TV Bandeirantes. Lá pelas tantas, na apuração do voto, manual como eu gostaria que continuasse a ser, Jair disparou. Simon deu uma coletiva jogando a toalha. E foi descansar na praia de Rainha do Mar, ele e seu cachimbo.

O pessoal do partido, MDB ou PMDB, se desmobilizou. Muita gente abandonou os postos de apuração de votos. Simon começou a crescer. Cresceu e encostou em Jair. Perdeu por detalhe. Dizem que poderia ter ganho se os seus fiscais tivessem continuado trabalhando na apuração para evitar fraude. Sei que ocorreram alguns fatos estranhos nessa eleição.

Então, uma liderança deve ter muito cuidado quando se manifesta. O que não é o caso do atual presidente do Brasil, que não perde oportunidade de passar a mensagem de que este é um país abençoado por Deus e bonito por natureza, e que aqui os males do mundo não prosperam, pelo menos enquanto ele, Lula, estiver no comando.

QUESTÃO DE ORDEM I

Comecei razoavelmente na Liga do Boteco no Cartola. Preciso me recuperar. Prometo manter-me mobilizado. E espero que o Grêmio não conte como certa a classificação à próxima fase da Libertadores. Venceu o San Martin por 3 a 1, tem ampla vantagem, mas ainda é preciso confirmar. Por isso, mobilização total.

E deixa o Lula falar.

QUESTAO DE ORDEM II

O caso Yeda: tudo poderia ser resolvido de uma vez se o Ministério Público Federal acelerasse a apuração dos fatos. Não sei se o pessoal sentou em cima das fitas, se tem problema auditivo, não sei, mas o fato é que o caso parou por lá. Não sei se o casal usou dinheiro de campanha em benefício próprio. Se usou, e tem como provar, deve haver punição. Mas se toda aquela turma do mensalão, dos dólares na cueca, e aqueles ‘trapalhões’ que tentaram ferrar o Serra em SP, na eleição, estão aí livres, leves e soltos, rindo da nossa cara, alguém, sinceramente, acredita em algum tipo de punição?

Ah, ainda mais que o presidente afirma que não tem mal algum deputado bancar passagem de avião para a família com dinheiro público. Nessa hora valho-me do Stanislaw Ponte Preta:

"Ou restaure-se a moralidade, ou nos locupletemos todos".

domingo, 10 de maio de 2009

Agora, o furo é mais embaixo

No Brasileirão o furo é mais embaixo. Não tem essa moleza que até agora foi encontrada pela dupla Gre-Nal.

O Inter se deu melhor. Fez os três pontos e isso é o que importa num campeonato por pontos corridos. E ainda por cima jogando fora de casa.

O Grêmio, jogando em casa, tinha a obrigação de vencer. Ficou no empate por 1 a 1 com o Santos. Mereceu vencer, mas o Santos é uma equipe forte. Resistiu bem e criou alguns lances perigosos na área gremista.

O Inter enfrentou um time reserva do Corinthians, com três ou quatro titulares no máximo. Para quem entra no campeonato como favorito ao título, o Inter ficou devendo. Salvou-se com um gol antológico de Nilmar. Um gol que se fosse marcado por Ronaldo receberia uma placa no Pacaembu. Nilmar driblou metade do time paulista. Eu, que sou fã de carteirinha do Nilmar, festejei.

Taison, que era a grande esperança, decepcionou. D'Alessandro também não teve o brilho de jogos anteriores. Como disse acima, no Brasileirão o furo é mais embaixo. Pegar um time do Caxias desfalcado de três ou quatro reservas e golear, como ocorreu na final do Gauchão, é uma coisa. Já enfrentar o Corinthians, mesmo com vários reservas, é outra coisa muito diferente.

No Olímpico, o Grêmio fracassou. Enfrentou um adversário de maior peso e não conseguiu vencer. Empate em casa no Brasileirão é ruim, independente do adversário. Mas não é isso que importa.

O que realmente interessa é que o Santos mostrou que o Grêmio ainda não tem um time capaz de ser campeão da Libertadores. É a lição que se tira desse jogo. Contra adversários de qualidade inferior, o Grêmio se deu bem até agora na Libertadores. Mas já na outra fase, passando o San Martin, a competição se afunila e o caldo engrossa.

Aí então, também na Libertadores, o furo será mais embaixo.

O EMPATE

O Grêmio vencia por 1 a 0, golaço do Réver. Douglas Costa já estava em campo havia uns oito minutos. Até ali não havia feito nada, o que desacredita aqueles que defendem o garoto como titular no lugar do Tcheco, por exemplo.

- Pô, o Douglas Costa entrou e nada fez até agora -, exclamei. Mal terminei a frase e o guri fez uma falta idiota diante da área. Molina cobrou e fez o gol de empate. Douglas Costa havia, enfim, feito alguma coisa.

Na verdade, o Grêmio mereceu vencer. Mas, além de um gol a mais, óbvio, faltou um treinador, ou alguém sem o ranço do 'indesejado'. Por que sacar o Jonas e colocar o Túlio? Por que não sacar um zagueiro, o Rafael? Afinal, naquele momento o Grêmio empatava em casa com o Santos.

Na Libertadores, no mata-mata, empate em casa é quase uma despedida.

sábado, 9 de maio de 2009

Brasileirão: os favoritos e a fórmula que nem sempre faz justiça




O Inter há alguns anos sempre aparece entre os quatro ou cinco favoritos ao título brasileiro. No ano passado, empolgado aqueles 8 a 1 sobre o Juventude, com Abel Braga enfastiado de tanto ganhar títulos e a direção sem preocupação maior de reforçar o grupo, o time começou mal no Brasileirão. Perdeu e contratou jogadores ao longo da competição e ainda trocou de treinador, o que aconteceu tarde demais a meu ver.

Neste ano a história é outra. A goleada sobre o Caxias foi recebida com naturalidade, Tite está louco para inscrever seu nome na história do Inter (o que Abel conseguiu), a direção está mais compenetrada, há um grupo muito bom, inclusive com reservas de qualidade. Enfim, o Inter é hoje talvez o mais forte candidato ao título.

Digo talvez porque não tenho opinião formada sobre alguns grandes clubes do centro do país. Eu os vejo muito pouco. Assim como os de lá não veem tanto a dupla Gre-Nal. É um ou outro jogo, sem continuidade na observação. Portanto, garantir alguma coisa neste momento é precipitação. Mesmo assim, não tenho dúvida que o Inter garante uma vaga na Libertadores de 1010. Sobre ser campeão brasileiro depois de 30 anos, ainda é cedo. Acho que passa também pela Copa do Brasil. Se o Inter for campeão – acho que vão armar para o Corinthians/Ronaldo ganhar -, o time entrará com menos tesão no Brasileiro, imagino.

Sobre o Grêmio, só agora, quase na metade do ano, a equipe está ganhando corpo, se estruturando realmente, ganhando confiança. Só agora começa a ganhar uma cara de time realmente competitivo, capaz de brigar por títulos. A saída de Celso Roth arejou o ambiente, dentro e fora de campo. A torcida está feliz e os jogadores trabalham em maior harmonia. Pelo menos é o que se percebe aqui de fora. A lamentar que há mais de um mês o time trabalhe com um técnico interino, por melhor que seja o desempenho do Marcelo Rospide.

É uma imprevidência da direção (aliás, uma entre tantas) que talvez venha custar caro. Ainda assim, o Grêmio, por ter um time titular de boa qualidade, segue em frente. Não vejo, porém, grupo em quantidade e qualidade suficientes para disputar o título do Brasileirão, competição de longo percurso. Com a chegada de Paulo Autuori, talvez ainda neste ano, e mais uns dois ou três reforços, o Grêmio também estará habilitado a entrar na briga pelo título nacional.

Bem, o Brasileirão está começando. Não gosto da fórmula de pontos corridos. Prefiro uma simbiose, que termine com um quadrangular final ou uma grande final entre o campeão de um turno e o de outro. Se uma equipe vencesse os dois turnos, o título então seria dela. Por exemplo, no ano passado, haveria um duelo entre Grêmio e São Paulo.

O Grêmio foi o melhor a maior parte do tempo, mas o campeão foi o São Paulo, que arrancou na reta final enquanto o Grêmio caia até por não ter um grupo tão forte e numeroso quanto o do rival milionário. (A fórmula atual favorece os clubes mais ricos. Hoje, o Inter está nesse grupo do PIB mais elevado, e também por isso é candidatíssimo ao título.)

Assim, nem sempre, ao contrário do que apregoam seus defensores, a fórmula de pontos corridos faz justiça.

Bem, mas vamos lá, que tem muito jogo pela frente a partir de agora.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Victor, o frangueiro


Victor é um frangueiro. A torcida do Grêmio deveria repetir essa frase como um mantra ou um refrão de música de carnaval, de pagode, de samba. Não importa.

O que interessa nessa hora em que já existe clube do exterior interessado na contratação do goleiro gremista e não são poucos os que recomendam sua convocação para a Seleção Brasileira, risco que aumenta com a presença próxima do técnico Dunga, é que a torcida se mobilize e repita:

- Victor é um frangueiro.

Mas se ele é um frangueiro, imagem que nós gaúchos, interessados no sucesso da dupla no cenário nacional e internacional, devemos construir a partir de agora com toda a convicção, como é que ele se destaca tanto?

Sorte, pura sorte. É um sortudo, assim como aquele personagem das histórias em quadrinhos, o Gastão, o primo do Pato Donald. Victor é o Gastão do futebol.

Se conseguirmos convencer o Dunga e os empresários gananciosos que cercam os grandes, médios, pequenos e minúsculos clubes de futebol de que Victor é apenas um sortudo, estaremos salvos. Afinal, a sorte um dia passa. Ou não?

Para os personagens do mensalão a sorte apenas tirou uma folga, mas já voltou. Todos estão sendo absolvidos pelo Superior Tribunal Federal. Alguém pensou que eles (entre eles o Delúbio, este logo estará trabalhando de novo pelo PT, afinal tem eleição em seguida) seriam condenados de alguma forma?

Mas voltando ao Victor, o frangueiro. Apesar dele o Grêmio surpreendeu no Brasileirão do ano passado. Ele fez aquelas defesas fortuitas no primeiro turno, principalmente, e salvou a pele do Celso Roth, que pegou um pouco da sorte do Victor. Depois, a má sorte, e despreparo, do Roth chegou a atingir a do Victor em boa parte do returno e o Grêmio perdeu o título brasileiro.

Mesmo assim, especialistas escolheram Victor como o melhor goleiro do Brasileirão. Premiaram Victor, o sortudo. Deixaram o sensacional Rogério Ceni em segundo plano. E o goleiro Fábio do Cruzeiro, então. Este sim é que merece uma chance na Seleção e até um bom contrato no exterior.

O Victor não, o Victor está enganando bem no Olímpico.

Levem outro pra Seleção. Quem sabe o Clemer?

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Grêmio, Inter e o cartola

O Grêmio faz a sua melhor campanha em Libertadores. Em sete jogos, 19 pontos. Apenas dois perdidos, naquele empate criminoso contra o Universidad do Chile.

Mesmo descontando a pouca qualidade de um ou outro adversário, é uma campanha que indica que aí está uma equipe capaz de brigar pelo título.

Ao vencer o San Martin nesta quarta-feira, em Lima, o Grêmio soube se impor. Saiu na frente, num golaço do Souza de pé esquerdo (pensei que ele chutasse só com o direito). Depois, sofreu o empate. O time sentiu, mas se recompôs. Na saída do segundo tempo, Souza cruzou e Maxi Lopez desviou de cabeça: 2 a 1.

Logo depois, Victor fez grande defesa, evitando novo empate. Maxi Lopez fez o terceiro num belo cabeceio após grande jogada de Jonas. O argentino não é um virtuose, tampouco Jardel o era. Com o mesmo número que o Jardel usava na camisa, o 16, Maxi Lopez está fazendo gols e, portanto, justificando sua contratação e seu alto salário. Já fez quatro na Libertadores.

O único que está destoando realmente desse time do Mauro Galvão e do Marcelo Rospide (são os dois que comandam) é o Ruy. Precisa melhorar, porque logo ali teremos adversários mais fortes pela frente.

No Beira-Rio, o Inter fez o dever de casa. Taison e D’Alessandro fizeram os gols na vitória por 2 a 0, ainda no primeiro tempo. No segundo, o time só administrou.

Agora, tem o Flamengo, que bateu o Fortaleza com autoridade lá no Ceará.

Teremos um grande jogo na próxima fase, para lotar Beira-Rio e Maracanã.
No final de semana, pausa para o Brasileirão.

Acho que Grêmio e Inter devem ir com força máxima, nada de poupar titulares, a não ser que não tenha outro jeito.

Nos outros resultados, o Vitória conseguiu perder por 3 a 0 para o Atlético Mineiro, levando a decisão para os pênaltis. E aí ganhou. Mérito dos jogadores. Fracassou o Paulo César Carpegiani, que podia perder por até 2 a 0 para se classificar.

O Celso Roth estreou bem, porque conseguiu o que parecia impossível. Mas aí perdeu nos pênaltis. Acho que a nuvenzinha preta do Cuca passou para o Roth.

Por falar em Roth, que Deus o mantenha feliz em Belo Horizonte para todo o sempre, devo admitir que ele descobriu o lugar de Souza no futebol, não apenas no Grêmio. Solto no meio de campo, Souza está jogando como nunca jogou antes. Pelo menos alguma coisa Roth deixou de bom no Olímpico.

Por fim, o Corinthians, que eliminou o Atlético Paranaense, parece ser mesmo o grande adversário do Inter na luta pelo título da Copa do Brasil. Ronaldo marcou dois gols.


ATENÇÃO

última chamada para inscrição do Cartola do Brasileirão. Inscrevam-se procurando pela liga "boteco ilgo" e vamos ver quem sabe armar um time ou quem é só corneteiro de treinador e de cartola.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Salada de fruta no Boteco

Alguém tem alguma dúvida sobre:

- O Inter passa fácil pelo Náutico e praticamente já está na final da Copa do Brasil?

- O Grêmio terá muita dificuldade contra o San Martin, amanhã, embora o adversário seja a ‘Ulbra’ peruana? O Grêmio, como se sabe, já foi eliminado do Gauchão pela Ulbra (Incrível!!!!).

- O ministro Tarso Genro vai perder a queda de braço com Zé Dirceu e não conseguirá ser candidato ao governo do estado?

- O Detran, poderosa máquina de faturar do governo gaúcho, vai retornar às mãos de algum político após a saída da delegada que tentava arrumar a casa?

- Lula ainda será candidato a seu sucessor e, óbvio, será reeleito?

São questões que formulei a mim mesmo nesta manhã de terça-feira depois de uma rápida olhada nos jornais e nos sites.

Admito que o quinto tópico é mais complicado de se concretizar, mas que existe muita gente interessada na permanência do ex-líder sindical, ah! Isso existe. Li que até o Fernando Collor defende a reeleição ao lado de outros ‘novos amigos’ do presidente. São as voltas que o mundo dá. Ou o ‘tempo é o senhor da razão’, para lembrar a frase preferida do presidente deposto que, incrivelmente, está aí de volta como legislador, ‘trabalhando pelo Brasil’.

Questão de Ordem

Palmeiras e Sport de novo. Os jogadores já são íntimos. Posso imaginar algumas conversas: ‘E aí como vai a família?’, ‘O garoto vai bem na escola?’, ‘A patroa terminou a reforma da casa?’, ‘Aparece lá pra gente fazer um churrasquinho e tomar umas geladas’, ‘A gente se vê lá no Boteco do Ilgo’, ‘Boa sorte no jogo, mas vê se não ganha de mim, ta?’.

É claro que nem todos estão assim. Há os que não esquecem a cotovelada do jogo anterior, o pontapé por trás, o dedo explorando regiões ocultas, a catimba, e por ai vai. Hora de acertar as contas.

Luxemburgo e Nelsinho se tornaram compadres. Dizem que um toma chá na casa do outro, enquanto a manicure faz as mãos do Luxa, e o Nelsinho fala em voltar para um clube grande, como fez quando passou pelo Inter, deixando muitos colorados revoltados na praça.

De tanto se enfrentarem, não há mais nada a esconder um do outro. São as jogadas, as caraterísticas de cada jogador, quem chuta com tal pé, se chuta forte ou colocado, se dribla mais para a direita e ou esquerda, se dá pau, se enfeita demais, etc.

Por isso, acho que dá empate nos dois jogos, com decisão nos pênaltis, com 15 cobranças para cada lado. Se der moeda, ela fica em pé.

Dica de Leitura

Embora tardia, a dica é a carta que o Eduardo Bueno, o Peninha, enviou para a Zero Hora de ontem, dia 4, pagina 2, questionando a matéria publicada dias antes em que o Carlos Simon afirma que mais uma vez está certo (pênalti aquele no Ceará). Peninha cobra uma posição da editoria de esportes da ZH sobre o lance polêmico.

Bem, o Peninha não cobrou, mas a minha é muito clara, firme e corajosa: tenho minhas dúvidas.

Agora, estranho muito o Simon ter marcado pênalti nesse lance (que de cara achei um absurdo, mas depois fui pra cima do muro), justo ele que só marca pênalti muuuuito claro.

domingo, 3 de maio de 2009

Meu domingo foi 1 a 1


Sempre que um colega volta de viagem para cobrir algum jogo da Dupla, a pergunta é inevitável:

- E aí, zero a zero de novo?

O colega, resignado, responde sempre a mesma coisa:

- Sim, mas empate fora de casa é vitória.

Se alguém ainda não entendeu, nós estamos falando mulher. Vitória por 1 a 0 é porque o viajante arrumou uma namoradinha além fronteira, ou divisa. Derrota por 1 a 0, bem, deixo para a imaginação de vocês.

Até hoje não conheci ninguém que tenha voltado com vitória, menos ainda com derrota (neste caso ninguém admitiria, o que é compreensível). A bem da verdade, um colega, hoje trabalhando na concorrência, retornou sorridente. Nem esperou a pergunta fatal.

- Vitória por 1 a 0 -, gabou-se. Depois, ao expor detalhes, decidimos levar o caso para a Fifa. A vitória foi anulada. Camareira não vale, pô.

Ao Hiltor, nosso viajante mais constante, nem fazemos mais a pergunta, porque a resposta é conhecida há muito tempo: zero a zero, claro.

Lembrei disso no final da tarde deste domingo. Agora falando só em futebol: meu dia terminou em 1 a 1. Ganhei com o Flamengo e perdi com o Santos.

Torci para o Flamengo por causa do Cuca. Não suportava mais esse homem perder tanto. Depois, ele apareceria com aquela cara de choro. Pensei também na mãe do Cuca. Presente no Maracanã para atrair um pouco de energia positiva ao filho querido, que parece ter uma nuvenzinha escura sobre a cabeça. Sabe como é, mãe é mãe, tem poderes.

O técnico Ney Franco, que muitos queriam no Olímpico agora, teve três chances de ser campeão carioca. Bastava vencer um dos três jogos com o Flamengo.

Em São Paulo, torci pelo Santos. Sou santista desde piá. Além disso, não poderia torcer pelo time do presidente Lula, nem para o Mano Menezes. O Santos foi melhor nos dois jogos finais. Neste domingo, no 1 a 1, o Santos teve uma dúzia de escanteios, contra dois do Corinthians.

No jogo anterior, o Santos dominou e criou mais chances de gol. Mas aí apareceu Ronaldo iluminado e o Fábio Costa, goleiro igual a urna eleitoral: nunca se sabe no que vai dar.

Nos outros regionais deu a lógica: o Cruzeiro, mesmo disputando a Libertadores como o Grêmio, atropelou as dificuldades e foi campeão mineiro. Da mesma forma o Sport Recife.

QUESTÃO DE ORDEM

Só para registrar: o decantado time reserva do Inter, de tanto sucesso no Gauchão, caiu diante do Figueirense no sábado, 3 a 1. O resultado não prova muita coisa, talvez nada, mas é mais um dado apontando que os times do nosso Interior cairam bastante de nível. Pior que eles, só o time reserva do Grêmio, que levou 4 a 0 do Caxias. A derrota dos reservas colorados mostra também que estão errados aqueles que chegaram a sugerir, debochadamente, que o Inter poderia escalar seu time B para enfrentar o Náutico no jogo da volta pela Copa do Brasil (na ida foi 3 a 0). Então, é jogo jogado.

Que venha o Flamengo. Vai ser muito fácil.