terça-feira, 30 de junho de 2009

Joguei a toalha

Obviedade 1: o Corinthians é favorito ao título da Copa do Brasil.

Obviedade 2: o Cruzeiro é favorito à classificação na Libertadores.

O resto fica por conta de um fato inquestionável: não existe jogo jogado.
E isso remete para frases originais e criativas como:

- não tá morto quem peleia.
- enquanto há vida há esperança.
- a esperança é a última que morre.

De minha parte, prevejo o futebol gaúcho enlutado a partir dos dois jogos que colocam Porto Alegre como capital do futebol brasileiro nesta semana de expectativas e de esperanças.

O Inter, com Nilmar, tem mais poder de fogo, mais perícia nas conclusões, o que faltou nos 2 a 0 em São Paulo. Tem, ainda, o fator local a seu favor. Mas o time não terá Sandro. E o Magrão, se jogar, estará descontado. Bolívar é dúvida por questões legais.

Do outro lado, o Corinthians. Um time que tem Ronaldo já começa como meio gol. Mais meio, e o Inter terá de fazer quatro gols. Será, sem dúvida, um grande jogo, talvez até melhor do que foi o de ida, emocionante, com os dois times criando situações de gol.

No Olímpico, vejo o Grêmio com ainda menos chances de atingir seu objetivo. O vestiário está agitado (Ruy reclamou e foi afastado), Jonas foi punido. E por aí vai.
Falta comando firme no clube. Falta também conhecimento de futebol.

Paulo Autuori não começa com Alex Mineiro. Agora, só agora, ele constatou que o jogador não vive bom momento. Deveria ter percebido isso antes do jogo no Mineirão.

O Grêmio com Herrera. E daí? Só aumenta a correria no ataque, a vontade de ganhar, que nem isso o Mineiro demonstra. Pelo contrário, parece que se esforçou para perder os gols no Mineirão. Quem depende de gols do Herrera e Maxi Lopez (este até é bom, mas não tem jogada pra ele), não pode mesmo ir longe numa Libertadores.

Joguei a toalha.

Já podem imaginar qual foi o meu voto na enquete aí no alto.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Quando Koff irá ao vestiário?

O semestre está terminando. A Libertadores se aproxima do fim. E até agora nem sinal do presidente multicampeão no vestiário do Grêmio.

Ainda ressoa em meus ouvidos, principalmente no esquerdo, que é o de melhor funcionamento, as palavras do presidente campeão do mundo, Fábio Koff, durante o processo eleitoral, no qual contribuiu decisivamente para eleger a atual diretoria.

- Eu estarei presente no vestiário -, prometeu o presidente do Clube dos 13, através de emissoras de rádio, enquanto amealhava votos no pátio do Olímpico numa manhã de sábado a favor do então candidato Duda Kroeff.

Foram palavras sedutoras aquelas. Eu, particularmente, acreditei que Koff daria uma mãozinha no vestiário. Sua presença vencedora seria importante na campanha da Libertadores.

Imagino que Koff até atue nos bastidores, aconselhando e coisa e tal, mas é pouco, principalmente porque paira no ar uma promessa para ser cumprida.

A presença de Koff poderia melhorar o ambiente no vestiário. As coisas não andam bem por lá. Ruy foi flagrado corneteando o Autuori. O técnico pediu sua cabeça, sem trocadilho. Ruy, que agora pode ser chamado de 'bocão', porque falou demais, já foi embora.

Se Autuori e os dirigentes prestassem mais atenção, talvez ouvissem outros comentários desairosos nos bastidores.

Até agora, Paulo Autuori não justificou o tempo perdido à sua espera.

Um fracasso na quinta-feira, e será forçosa a renúncia de todos os que bancaram essa brincadeira de esperar 40 dias por um técnico em meio a uma Libertadores.

NOS ACRESCIMOS

E a recepção ao Dunga no Salgado Filho? Ele desfalcou Inter e Grêmio e ainda é festejado. Que me interessa a Copa das Confederações? Se o Inter tivesse Nilmar no primeiro jogo contra o Corinthians estaria hoje em melhores condições para brigar pelo título. O mesmo em relação a Victor, que fez falta no Mineirão.

Dunga pensa em ir ao Beira-Rio e ao Olímpico. Duvido. Se a dupla se der mal, pode sobrar pra ele.

Muricy na moita e o 'sangre' gremista

Muricy, o ‘paladino da ética’ – ele me lembra outro, um barbudo – recebeu proposta do Palmeiras. Seu empresário, Márcio Rivellino, confirma. Mas Muricy pediu um tempo, está descansando em seu sítio. O vestal do futebol espera pelo Inter, que decide sua sorte, e a do Tite, na quarta-feira contra o Corinthians?

Frase do Rivellino:

- O futebol é muito dinâmico. O parecer dele hoje é de não pegar nenhum projeto. Na próxima semana, ele pode achar que já ficou muito tempo em casa e estar pronto para pegar outro projeto.

Entre pegar uma bronca em São Paulo, num clube em que a torcida derruba treinador, e trabalhar num local onde ele é amigo do rei e tem a admiração do reino, Muricy certamente vai ficar com a segunda opção.

Quase eliminado da Recopa e na iminência de dar adeus ao título da Copa do Brasil, Tite está na corda bamba. Não duvido que ele caia até se for campeão. Afinal, os colorados mal e mal o engolem. Não gostam dele. E com o Muricy, mestre em ganhar Brasileirão, dando sopa...

Muricy tá na moita. Só espiando.

SANGRE

Leio e ouço jogadores gremistas prometendo o sangre (Maxi Lopez) e a vida (Herrera) para ganhar do Cruzeiro.

- Temos que jogar à morte. Tem que se matar para conseguir a classificação -, diz o Herrera, uma frase que soa como música da primeira fase do Michael Jackson nos ouvidos da torcida.

Se eles só jogarem um futebol coerente com o que recebem de salário, já estará de bom tamanho. Porque aí farão os gols, aproveitando as oportunidades que surgem. Sem sangue, sem vida, sem loucuras. Só com futebol. Simples.

domingo, 28 de junho de 2009

A Seleção e as batatas podres

O melhor do trabalho de Dunga é que ele afastou as batatas podres, aquelas que contaminaram a seleção da dupla bonachona Zagallo/Parreira na última Copa.

A Seleção do Dunga, como ele frisou depois do jogo, é feita acima de tudo por homens. É por aí que se forja uma equipe vencedora. Todos precisam estar compromentidos com o objetivo comum. Quem não estiver, cai fora.

Méritos de Dunga, que, além de tudo, tem a sorte ao seu lado. Competência + sorte = vencedor.

Dia desses, li num site famoso, um texto de derramados elogios ao Maxi Lopez. No final, o autor simplesmente decretou que o argentino é melhor que o Luís Fabiano.

Fico com a frase do Dunga, ontem: atacante bom é o que faz gols.

Por falar em fazer gol, mais uma vez o Grêmio desperdiçou as chances (poucas) que criou e acabou batido pelo Sport. Antes de terminar o primeiro tempo, eu previa uma goleada do Sport, e até comentei isso no post anterior.

Time ruim quando cria chances e não faz, sempre acaba perdendo. Time ruim precisa aproveitar todas as suas chances. O Grêmio até me surpreendeu no segundo tempo. Foi melhor até a expulsão de Jonas. Essa de puxar a perna do zagueiro foi demais. Coisa de varzeano, com todo o respeito aos jogadores da várzea. É coisa de gente que não anda bem da cabeça. Aliás, tem mais gente assim no Olímpico.

E o Douglas Costa? Quanto mesmo que ele vale? Alguém acredita em proposta milionária por ele? Sou mais, muito mais, o Mailson. Pelo que ele jogou ontem vai entrar no time contra o Cruzeiro. Pode jogar até de lateral-direito.

Sobre o Autuori: ele está justificando o meu temor, manifestado aqui antes de sua contratação. Ontem, ele poderia ter colocado uns garotos no ataque, o Roberson e o Ricardo, mas preferiu morrer com os dois medalhões atrapalhados.

Por fim, o Inter. Uma grande vitória com seu time reserva. Bolanos desencantou. Não estava jogando nada, mas aí fez o primeiro gol e desabrochou. Bom para o Tite, que tem mais uma opção de qualidade no time.

sábado, 27 de junho de 2009

A noite em que eu sonhei com o Lula

Ontem à noite sonhei com o Lula. Acho que foi porque ele andou por aqui, Porto Alegre. Foi um sonho bom, o que é surpreendente, porque deveria ser um pesadelo.

Eu estava feliz no sonho. Feliz porque finalmente tinha conseguido dizer pessoalmente ao Lula o que eu penso dele e do seu partido. Tão feliz que só não acabei aderindo ao lulismo que se alastra como erva daninha, como o fogo no capim seco ou moto-serras na floresta amazônica, nosso maior patrimônio, porque fui acordado abruptamente.

Ouvi um ruído forte e, segundos depois, gritos de ladrão, ladrão. Saltei da cama, abri a janela. Dois ladrões haviam entrado na garagem do edificio e já sumiam na escuridão da madrugada.
Graças a eles eu não havia ‘lulado’ no sonho. Foi por pouco.

Ainda me lembro de alguma coisa que sonhei.

Eu estava num evento qualquer. O Lula sentado à cabeceira. Com ele, uns três ou quatro sujeitos. Um deles parecia o Tarso, mas fixei bem os olhos nele em determinado momento e vi que era outra pessoa.

Eu estava em pé, parecia que trabalhava, caminhando de um lugar para o outro. Nem olha para a cara do Lula, até aí tudo normal e coerente. Até que um dos sujeitos me perguntou porque eu não conversava com o Lula, não pedia para tirar foto ou pedia um autógrafo, como faziam todos, já que Lula estava ali tranqüilo, sem seguranças, afável, simpático, bonachão, bebericando uma cerveja.

Acho que ele seria um bom parceiro aqui do boteco, com certeza muito melhor do que presidente. Porque, como a gente, sabe em boteco se joga conversa fora, se salva a humanidade, e se diz muita bobagem. Então, tudo a ver.

Bem, aí eu respondi ao meu interlocutor o seguinte, a gênese do meu pensamento político:

- Eu sou brizolista. O PT sempre rejeitou qualquer aliança com o Brizola para apear do poder ‘as elite’...

O Lula sacudiu a cabeça para cima e para baixo, parecendo concordar comigo.

-... Não fosse o PT o Brizola teria chegado à presidência e hoje o Brasil seria um país muito melhor, não teria havido Fernando Henrique, por exemplo. Tudo porque o PT alegava que o Brizola era populista, que o povo não precisava do peixe, precisava aprender a pescar... E hoje o que faz o PT no poder, sob o comando do Lula? O que é o bolsa família, ou bolsa esmola? – discursei veemente, mirando meu interlocutor, enquanto o Lula me olhava com espanto.

Houve um silêncio rápido, e o Lula falou com a sua voz rouca, que as petistas acham sensual:

- O companheiro tem razão, mas eu sou um homem do partido. Foi uma decisão do partido...

Eu o interrompi:

- Não, o sr. é dono do PT, o chefão do PT, o grande líder. Sem o Sr. o PT, hoje, depois do mensalão, não é nada, ou quase nada. O Sr. poderia ter feito a aliança com o Brizola, mas não fez. O Sr. a única grande liderança do PT...

Foi aí que olhei para o cara ao lado do Lula, que eu pensava ser o Tarso Genro. Fosse o Tarso, ele não gostaria que eu dissesse isso. Afinal, ele se considera um grande lider petista, um possível candidato à presidência, até. Mas aí eu vi que não era o Tarso, era alguém que não conheço. Bem, os sonhos são assim mesmo.

Aí, o Lula me convidou para sentar. Conversamos e bebemos amistosamente. Já estava combinando uma peladinha do time dele, la´de Brasília (com o Zé Dirceu, o Delúbio, o Genoíno, o homem da cueca) , contra a turma da redação do CP. Confesso que já estava achando o Lula um cara legal.

Cheguei a pensar, no sonho, repito, que até poderia votar nele...

Foi aí que ouvi o barulho na rua e o grito de ‘pega ladrão’.

Acordei feliz e assustado. Feliz porque tinha dito o que eu pensava para o próprio Lula. E assustado porque, no sonho, eu também já estava me entregando pro Lula.

Ainda bem que sonho é sonho.

PS: qualquer semelhança com a realidade, é mera coincidência.

PRA NÃO DIZEREM QUE NÃO FALEI DE FUTEBOL

O Palmeiras entrou na briga por Muricy. Se o Tite cair, acho que o Inter deveria buscar o Celso Roth, tão elogiado pelos colorados, principalmente pelo meu amigo Juremir.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Racismo, malandragem e indignação

Há muito tempo defendo que o bate-boca no jogo de futebol deve ficar restrito ao campo. Os jogadores estão de cabeça quente e dizem coisas que em outra situação não diriam.

Nas arquibancadas, acontece algo semelhante. As ofensas acontecem de tudo quanto é lado, dentro e fora de campo, é fogo cruzado.

Se até quando se joga um futebolzinho informal, entre colegas de trabalho e amigos, conflitos acontecem, imaginem num jogo profissional, onde rola prestígio e dinheiro.

É claro que manifestações racistas são deploráveis. Também é deplorável xingamentos como filho disso e filho daquilo, viado, corno, etc.

Quantas vezes Maxi, Guinazu, Herrera e D’Alessandro não ouviram dentro de campo "argentino isso ou aquilo".

E quando um jogador de time grande chama outro, de time pequeno, de ‘salário mínimo’?

Nem por isso o ofendido sai de campo direto para a delegacia. Fosse comigo, eu resolveria a situação ali mesmo, como acontece frequentemente nos jogos e quem está de fora não se dá conta. Sempre é possível pegar o ofensor na próxima jogada, ou mesmo dar-lhe uma porrada na hora, mas aí com o risco de ser punido pelo árbitro.

Quem ofende, muitas vezes quer apenas isso: irritar o rival para que começa um desatino e seja expulso.

Agora, se ao terminar o jogo, um atleta dizer alguma coisa de cunho racista, bem aí, é diferente. Não foi o que houve no Mineirão.

Aliás, é curioso que o supostamente ofendido Elicarlos não tenha denunciado Maxi Lopez no intervalo do jogo. Ele teve frieza para esperar até o final. Mas como se ele havia sido chamado de ‘macaco’, ou ‘macaquito’?

Ofensa, quando realmente existe e nos atinge, deve ser respondida na hora, o mais prontamente possível.

Ou então não é questão de ofensa, é de pura malandragem.

QUESTAO DE ORDEM

O técnico Paulo Autuori cresceu no meu conceito por seu posicionamento firme depois do jogo. Enfrentou a truculência policial e até recebeu voz de prisão na defesa de seu jogador. Autuori, normalmente um sujeito tranquilo, sereno até demais para o meu gosto, mostrou que tem capacidade de indignação. É essa indignação que faz alguém superar as dificuldades e reverter as situações adversas, como esta em que se encontra o Grêmio, e também o Inter. Ambos precisam reagir, se superar, para reverter a tendência de derrota na Libertadores e na Copa do Brasil. E aí só com muita indignação.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quem não faz, leva. parte 2

Depois dos gols perdidos no primeiro tempo, o Grêmio começou o segundo tempo levando de saída mais um gol. Logo em seguida, o terceiro.

A vaca se encaminhava placidamente para o brejo quando o juiz sentiu uma lesão. Parou o jogo. Na volta, Souza bateu falta e descontou.

Será difícil reverter os 3 a 1. Até não seria coisa do outro mundo se o Grêmio tivesse atacantes goleadores, matadores.

Há muito tempo venho repetindo que o time não tem um matador. Maxi provou que é o melhor dos atacantes que estão no Olímpico, mas não é exatamente um matador.

A primeira providência, agora, é dispensar o Alex Mineiro, que ganha uns 150 mil para perder gol e dar tapinha na bola. Nem raça ele tem.

Sobre o Autuori: para que mesmo ele foi contratado?

Quem não faz leva, parte 1

O velho ditado do futebol continua valendo, não foi revogado. Quem não faz, leva. O burocrático Alex Mineiro perdeu um gol daqueles de mandar o atacante sair de campo na hora. Depois, o Maxi Lopez, que faz grande partida, também perdeu o gol, mas foi em jogada sua mesmo. Na verdade, ele, ao contrário do Alex Mineiro, nunca foi um matador.

Hoje, pode-se dizer que Mineiro é um matador, sim, um matador de sonho de Libertadores.

Depois, o Cruzeiro cresceu. Fez o seu gol, num lance em que o Léo perdeu a disputa com Wellington, que se antecipou.

Kleber é o melhor jogador em campo, como era de se esperar. Foi dele o cruzamento para o gol do Cruzeiro.

Vamos para o segundo tempo. Se Autuori for mesmo um grande treinador, ele consegue fazer com que o time reaja.

O Grêmio e a mulher mais bonita da balada

O Grêmio não se preparou adequadamente para ser campeão da Libertadores.

Entrou na competição como o sujeito que sai à noite, para a balada, como dizem hoje (ainda dizem?) sem fazer a barba, cabelo desgrenhado, tomar um banho, vestir uma roupa limpa, colocar um perfume.

Mesmo assim, descuidado, corre o risco de sair com a melhor mulher.

O Grêmio entrou na festa com um técnico competente, mas perdedor. Teve tempo para criar alternativas ao time dando mais oportunidades a garotos como Douglas Costa e outros, mas preferiu insistir com jogadores como Diogo (por que Roth não levou esse volante talentoso para o Atlético Mineiro?); trouxe reforços que servem apenas para reforçar o banco de reservas (Joilson, por exemplo); trocou de treinador (o que era pedra cantada) durante a competição, como quem troca de pneu com o carro andando; e, incrível, na competição mais importante das Américas ficou sem treinador efetivo por mais de um mês. E no ano do centenário do Inter. Imperdoável.

Mesmo assim, seguiu em frente, com a benção dos deuses do futebol, que colocaram em seu caminho equipes de menor qualidade e tradição.

Aqueles que gostam de exaltar as papinhas que o Grêmio pegou ignoram as que o Cruzeiro teve pela frente. Na primeira fase, o Cruzeiro, de forte, pegou só o Estudiantes, goleou e foi goleado. Depois, o São Paulo, decadente, mas ainda assim o poderoso São Paulo. Já o Grêmio teve melhor sorte. Seu adversário mais forte foi o Caracas, que está longe de ser um SP.

O único ponto comum entre os dois times foi o Universidad do Chile. Grêmio e Inter tiveram resultados quase iguais contra os chilenos, mas os mineiros fizeram seis pontos e o Grêmio quatro. O Grêmio empatou no Olímpico por 0 a 0 (naquele massacre que era para ser goleada), enquanto o Cruzeiro venceu no Mineirão por 1 a 0, só por 1 a 0, um adversário que todos diziam ser miserável. Fora, no Chile, o Grêmio fez 2 a 0 e o Cruzeiro 2 a 1.

Em síntese, tanto Grêmio como Cruzeiro podem pegar a mulher mais bonita da festa.

O Cruzeiro tem a vantagem de ter se preparado melhor, com mais planejamento. Não trocou de técnico nem de esquema. Manteve seu padrão. E isso pode ser decisivo.

A vantagem do Grêmio é que a decisão é no Olímpico. O time tem condições de empatar no Mineirão (o Estudiantes levou 3 a 0 lá, mas isso foi na primeira rodada, quando os motores ainda se aqueciam). O Universidad do Chile perdeu apenas por 1 a 0. Aliás, uma derrota com esse placar até pode ser considerada um bom resultado.

Mas o Grêmio tem futebol para garantir um empate. Vi o Cruzeiro jogar, e não acho que tenha um time superior. É apenas mais organizado, em função do que escrevi acima. É um time mais certinho.

Agora, como nós homens sabemos, as mulheres de um modo geral não gostam dos caras muito certinhos.

A questão principal é a ‘pegada’.

QUESTAO DE ORDEM

A opção de Autuori por Alex Mineiro é aceitável. A opção seria Herrera, ou Jonas. Não muda quase nada, ou nada. Só acho que ele deveria começar com William Thiego, que marca melhor, na lateral. Se o Ruy ainda estivesse jogando bem, mas não está. Esse é um jogo para ficar na retranca e especular com algumas estocadas.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Recorde no Cartola e a Seleção

A dupla Gre-Nal foi mal na rodada, mas eu me dei muito bem. Na Liga do Boteco, no Cartola, subi para o segundo lugar com 419,07 pontos, atrás do primeiro colocado, o Matheus (não por coincidência meu filho, o mais novo), que tem 426,88. Mais uma rodada e assumo a ponta. Na Liga do CP, a briga é a mesma.

Tudo porque eu bati recorde na rodada: fiz 90 pontos. Não vi ninguém na minha frente. Meu segredo: não peguei ninguém do Grêmio. Nem do Cruzeiro. Os dois estão tão envolvidos com a Libertadores que era previsível uma atuação ruim.

Se o Grêmio só empatou com o Goiás, o Cruzeiro (festejado por uns) perdeu para o Barueri do Pedrão. Então, bola no centro e vamos para o que interessa, o jogo no Mineirão, quarta-feira.

Se o Grêmio voltar vivo de lá, ou seja, derrota por um gol de diferença, de preferência sacudindo a rede ao menos uma vez, será lucro.

Se perder por dois gols, como o Inter diante do Corinthians, aí Jesus está chamando. Mas ainda assim resta uma esperança, pouca, mas resta. E isso vale também para o Inter, apesar do balde de água fria no Maracanã. Levar 4 a 0 mexe com a auto-estima de qualquer um.

Questão de ordem

A Seleção Brasileira é um assunto que não me interessa. Nem assisti ao jogo contra a Itália. Só vi os melhores momentos e os gols, mais nada. Então, fico com o resultado. Meter 3 a 0 na Itália não é pouca coisa.

O grande mérito do Dunga é o que faz o sucesso de qualquer treinador: ter o grupo no mão. As batatas podres foram eliminadas e só ficaram aqueles jogadores que realmente estão compenetrados no trabalho. Nada de festa.

O grande teste, agora, é a Espanha, que se mostra imbatível. Vamos conferir.

domingo, 21 de junho de 2009

Maxi, Adriano e a ética dos treinadores

Maxi Lopez virou salvador do Grêmio e Adriano carrasco do Inter, que não anda se dando bem com os gordos.

O Gremista Patético, aqui da redação do Correio do Povo, sugere que o Maxi engorde para fazer gol no Gre-Nal do Brasileiro.

Percebo neste final de domingo gremistas e colorados preocupados. Não é para tanto. Os dois jogaram desfalcados. Agora, como jogava em casa, o Grêmio tinha a obrigação de vencer o Goiás. Ficou no 2 a 2, golzinho salvador do Maxi no final.

Antes do jogo escrevi que o colega Chico Izidro, notório pé-frio, estaria cobrindo o jogo pelo jornal. E quando isso acontece o Grêmio sempre se dá mal. No ano passado, levou 2 a 1 do Goiás, no Brasilerio. Ontem, foi por pouco.

O Grêmio não mereceu vencer. São só duas vitórias em sete jogos pelo Brasileiro. Paulo Autuori está com aproveitamento baixo, não fiz as contas, mas é baixo para um técnico de ponta, que não está enfrentando problemas mais sérios de lesão na equipe.
Ainda não entendi por que Joilson no meio. Por que não apostar em algum junior talentoso em vez de inventar com veterano?

Já o Inter, contra um Flamengo completo, motivado, mordido, e com Adriano querendo mostrar que tem algo mais que banha, a derrota era previsível (não me perguntem porque cravei 1 a 1 no bolão da ESPN). Escrevo no intervalo, está 3 a 0, dois gols do Adriano.

Como eu sou um ser contraditório, escalei Adriano e Léo Moura no meu time do Cartola. Acho que vou me dar bem na Liga do Cartola nesta rodada. Já no bolão...

QUESTAO DE ORDEM

Tite deixou o campo no intervalo e procurou o Cuca. E cochichou no ouvido do técnico do Flamengo, acusado por Muricy de ter se oferecido ao São Paulo na semana passada. Os repórteres foram para cima do Cuca, que abriu o jogo, feliz:

Muricy já estaria telefonando para o Fernando Carvalho. Tipo: olha, eu estou aqui, se precisar...

Depois, vem dar discurso sobre ética.

Ninguém é anjo no futebol.

Vai começar a corneta em cima do Tite, que é (ou era depois dessa goleada) apenas tolerado pelos colorados.

ÚLTIMA FORMA

Antes de fechar, o quarto gol do Flamengo.
Já está ficando chato. Tenho dito na Guaíba e na Ulbra o que escrevi aqui dias atrás. Está desmoronando o mito de que o Inter tem uma baita grupo. Tem um ótimo time titular, com dois ou três grandes reservas. E só.
Outra coisa, Índio, sem Bolívar ao lado de protetor, fica nu. Mostra que já não tem velocidade, embora seja uma liderança.

sábado, 20 de junho de 2009

O pé-frio e o 'traíra'

O Grêmio é favorito para vencer o Goiás. Afinal, o jogo é no Olímpico. No ano passado, líder isolado do Brasileirão, o Grêmio foi derrotado pelo time goiano em pleno Olímpico. Era o segundo turno. Foi um marco da derrocada tricolor.

O que houve de incomum naquele jogo? Chico Izidro estava lá, substituindo o setorista titular do CP, o Carlos Correa.

Ontem à noite, o Chico foi de novo escalado para fazer o Grêmio, em outra folga do Carlos.

Sugeri que o Chico não fosse, fizesse o jogo pela TV.

- Não, eu vou. Quero provar que foi só uma coincidência, não tem nada a ver. Eu vou e o Grêmio vai ganhar, tu vais ver - provocou o Chico, desafiando as forças ocultas.

Nem tive tempo de mudar meu palpite para o Bolão da ESPN, onde figuro em décimo lugar, na frente de apenas dois participantes. Ou seja, na zona de rebaixamento. A Mariana, que começou ontem, está em segundo lugar. O líder é o Carlos, mas ele não acredita nessas coisas de pé-frio, é um materialista convicto

Mas eu soube que depois da escala do Chico para o Olímpico, por via das dúvidas, ele cravou vitória do Goiás.

QUESTAO DE ORDEM

A notícia de que Ronaldinho poderia voltar ao Olímpico repercutiu mal entre os gremistas. Entre os verdadeiros gremistas. Quem conhece a história de sua saída do clube não pode aceitar o seu retorno. Muito menos os seus pés na calçada da fama do clube. Ronaldinho, chamado entre muitos gremistas, os mais raivosos e rancorosos, de 'traíra', além do mais é ex-jogador. E até onde sei, o Grêmio não é local para jogador vir encerrar carreira.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Muricy de volta ao Beira-Rio?

Depois de três anos e meio e três campeonatos brasileiros consecutivos (um legítimo tri), marca que dificilmente será superada. Mas ninguém resiste a quatro eliminações seguidas da Libertadores para equipes brasileiras, todas elas com menos recursos financeiros.

Deu pra ti Muricy. Mas é por pouco tempo. Os clubes adoram um treinador rabugento, que faz cara feia para repórter e não disfarça seu mau humor e sua má vontade nas entrevistas. E se um técnico assim, com esse perfil, é competente, então...

Sobram convites para Muricy. Talvez até do Cazaquistão.

Hoje, quando se cogitava de sua saída, ele, num surpreendente tom calmo (eles sempre ficam calminhos quando estão a perigo), Muricy disse que iria descansar uns dias se deixasse o clube.

Vou arriscar um palpite sobre o futuro do Muricy: Beira-Rio. Ele saiu vice-campeão brasileiro (perdeu o título para o Corinthians e cia.) e será recebido de braços abertos para buscar o título do Brasileirão que o Inter não conquista desde 1979.

Se o Inter perder a Copa do Brasil, em casa, no estádio lotado, acho que o Tite não resiste. Seria uma injustiça com ele, mas desde quando existe justiça no futebol? Não duvido que mesmo vencendo a Copa do Brasil, Tite seja substituído pelo Muricy.

Já ouço o Muricy cantando: '... estou de volta pro meu aconchego...'

Enquanto isso, o São Paulo busca um treinador. Aposto minhas fichas no Adilson, que eliminou o Muricy. A não ser que o Cruzeiro seja campeão da Libertadores, porque daí tem o título mundial. Tem também o Abel Braga. E o Paulo Autuori, hein?
Bem, ranzinza por ranzinza, Celso Roth está cotado.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Que venha o Cruzeiro!


Nove entre dez gremistas preferiam o São Paulo. Mas deu Cruzeiro. Foi melhor num jogo muito ruim. O primeiro tempo foi só pauleira, muita pegada e zero de futebol. Cheguei a pensar que o Grêmio, com todos os seus problemas, está jogando melhor futebol que os dois, com melhor toque de bola.

A história do jogo começou a mudar com a expulsão de Eduardo Costa, dois cartões amarelos justos, no final do primeiro tempo.Coloquei na hora no www.twitter.com/ilgowink que o Cruzeiro, a partir daí, garantiria a classificação.
Não deu outra.

Com um jogador a mais e com o SP desesperado, precisando vencer, o Cruzeiro explorou contra-ataques e chegou à vitória. Henrique marcou um golaço. Depois, Kleber, de pênalti fez 2 a 0. André Dias foi expulso.

É difícil fazer uma projeção agora, mas o Cruzeiro não mostrou grande futebol, nada que assuste. O problema é que terá Ramires no segundo jogo. A lamentar que Kleber, um grande atacante, não tenha sido expulso. Ficou só no amarelo.

Vai ser um grande duelo: Grêmio x Cruzeiro. Com a decisão no Olímpico, o que é uma vantagem. Antes, é preciso voltar vivo do Mineirão.

Ataques gaúchos fracassaram

Faltou qualidade no ataque.

A constatação serve para o Grêmio e também para o Inter.

O goleiro Felipe foi o melhor jogador da partida no Pacaembu. Garantiu os 2 a 0, uma boa vantagem para o segundo jogo, no Beira-Rio. Mas longe de dar como decidida a Copa do Brasil.

O que faltou no primeiro jogo, Nilmar, estará em campo na decisão.

E ai, assim como Ronaldo ontem, Nilmar poderá fazer diferença.

Aliás, o gordo Ronaldo foi mais ágil que Índio. Mais veloz e mais esperto. Um gol de centroavante que sabe o que é preciso fazer quando surge uma situação que possa resultar em gol.

Se o Inter ainda tem Nilmar, o Grêmio tem o nada. O nada absoluto em termos ofensivos. Já escrevi sobre isso em outras oportunidades. O Grêmio tem um bando de atacantes reservas.

Nenhum é realmente capaz de decidir no momento do aperto.

Nenhum é um Ronaldo gordo ou um Nilmar. Maxi Lopez teve chances de gol, ao contrário do jogo contra o Vitória, e não as aproveitou. Alex Mineiro, conforme detectei no verão, virou um burocrata cansado da bola. O Herrera deu nova vida ao ataque, mas continua sendo o que sempre foi, o Herrera.

Essa deficiência até poderia ser compensada se Souza, o maior talento individual ofensivo da equipe, estivesse jogando alguma coisa próxima do que o PSG pensa que ele vale.

Para se ter uma idéia da precariedade do time do meio para a frente nos últimos jogos, Adilson tem sido o melhor. Adilson, um jovem volante, valente e guerreiro, o melhor.

Se Paulo Autuori, por quem essa diretoria que prefiro não adjetivar tanto esperou, não encontrar uma solução, o Grêmio se despede da Libertadores agora, nas semifinais.

Por fim, Marcelo Grohe, uma grata surpresa.

Ah, Tite foi melhor do que o Mano. Perdeu, mas foi melhor.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Duelo Tite x Mano e a possibilidade de crime no Olímpico

Acabei de me dar conta: a decisão da Copa do Brasil é entre Tite e Mano. Ando meio distraído.

Tite, meu técnico preferido, contra Mano, competente no seu feijão com arroz.

Só por este início já está claro que aposto no Tite. Torço pelo Tite. Ele vai vencer o duelo, porque é mais inteligente e mais criativo, embora conheça muitos colorados que não concordam com isso.

Time por time, pelo menos no jogo de hoje, acho que Inter e Corinthians estão nivelados. Com Nilmar e D’Alessandro, seria mais fácil.

Agora, que fique bem claro: Tite pode vencer o duelo e perder o título. Afinal, as arbitragens estão aí. Tem também o fato de algum jogador perder um gol sozinho, na cara do goleiro, ou um pênalti. Mas o duelo tático o Tite vence, sem qualquer dúvida.

Estou aberto a apostas. Vale algumas rodadas de Heinecken no boteco.

Como poderá Tite, o técnico que armou o melhor time do Grêmio neste século e que foi campeão gaúcho pelo Caxias contra o Ronaldinho e tendo no seu ataque aquele negrão (afro-descendente de porte avantajado), o Adão, perder para o Mano?

Mano, aquele que não soube armar o time para vencer o Boca, deixando o craque Riquelme livre para desfilar na Bombonera e no Olímpico? Técnico realmente capaz não comete tal desatino. Agora, repito, Mano, idolatrado por muitos, é competente.

Já tem dois títulos de campeão da segundona. Ah, perdeu a Copa do Brasil para o Sport, mas isso é detalhe, não é mesmo?

No outro confronto da noite, e que noite, a tendência é de que o Grêmio vença. Tem um time um pouco superior e conta com a torcida a favor. Mas...

Bem, minha intuição aponta para um crime no Olímpico.

É um misto de intuição e análise dos fatos. Sem paixão, analisando racionalmente, qualquer gremista percebe que as coisas no Olímpico não estão indo bem. Começa na presidência e termina no faxineiro. Não, deixemos o faxineiro fora dessa.

É uma série de fatos que me levam a ficar preocupado.

Como diz o colega Carlos Corrêa, estou me vacinando para o pior, a gripe suína ou gripe venezuelana. Pode ser. Mas que não vai ser fácil, não vai.

Além do mais, se passar hoje, para logo ali adiante. Acho que estou precisando do eterno e inabalável otimismo planejado do Lula.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Jornalismo, falcatruas e futebol

Em entrevista à revista Veja, o jornalista e escritor norte-americano Gay Talese, 77 anos, afirmou que a internet é "o fast-food da informação" e que blogueiros ”só fazem barulho”. Conhecido também como um dos fundadores do New Journalism, Talese é um dos nomes mais aguardados para a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano. Na matéria, ele comentou suas impressões sobre a internet e sobre o papel dos jornalistas atualmente.

Talese disse ainda se encantar com a profissão e se orgulhar de ser jornalista. “De todas as profissões, se um jovem estiver interessado em honestidade e não estiver interessado em ganhar muito dinheiro, eu aconselharia o jornalismo, que lida com a verdade e tenta disseminar a verdade. Há mentirosos em todas as profissões, inclusive no jornalismo, mas nós não os protegemos. Os militares acobertam mentirosos. Os políticos, os partidos, o governo, todos fazem isso. O escândalo do Watergate é uma crônica de acobertamento. Os jornalistas não agem assim, não toleram o mentiroso entre eles. Acho uma profissão honrosa, honesta”, afirmou.

Talese tem uma visão romântica do jornalismo, mas de um modo geral está certo. Agora, existem jornalistas desonestos, como em qualquer profissão. Mas redações costumam fazer uma depuração, afastando o joio do trigo. O pior hoje é a pressão econômica, de governos e empresas, que podem eventualmente interferir na linha editorial dos veículos. Alguns são mais sensíveis do que outros. E isso vale para jornais, emissoras de rádio e TV e Internet.

QUESTAO DE ORDEM

Mano Menezes e Tite fizeram treinos fechados nesta véspera de decisão. Não há muito o que esconder, mas isso dá um charme ao trabalho dos treinadores, passando a imagem que eles armando estratégias geniais para surpreender o rival.

Pego minha bola de cristal e faço uma previsão: o Mano, que é capaz de fazer treino secreto até para jogos amistosos, virá com um grande trunfo. Ele virá com Alessandro na meia, repetindo o que fez no Grêmio num Gre-Nal do Gauchão. Com certeza não fará marcação especial no Taison.

EM TEMPO I

O Ministério Público Federal anuncia investigação para apurar falcatruas no Senado. Se o MPF fizer isso com a mesma agilidade com que investiga as denúncias contra o governo Yeda acho que teremos conclusões lá pela Copa de 2014.

EM TEMPO II

COMEÇOU CEDO: o Rio de Janeiro vai receber quase R$ 1 bilhão para investir na área do meio ambiente, considerada essencial para uma boa avaliação da candidatura da cidade a sede das Olimpíadas de 2016. O anuncio do investimento foi feito hoje, na Suiça, pelo governador Sergio Cabral e pelo prefeito Eduardo Paes. A grana começa a jorrar ainda neste ano.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O dia em que derrubei o Lula

A vida é assim: pontuada por momentos de felicidade, frações de amargura e decepções, e prazeirosos instantes de pequenas vinganças, que nada resolvem, mas que acabam nos proporcionando um leve sorriso, como este que atenua as rugas do meu mal esculpido rosto no momento em que escrevo este longo parágrafo.

O que me deixou assim, tão feliz neste início de noite na redação do Correio do Povo?

É que consegui tirar uma foto do Lula que sairia na página de esporte amador. Era o presidente turista em Genebra segurando uma bandeira da campanha pelas Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro. Quer dizer, não contente com a Copa 2014, querem agora os Jogos Olímpicos com toda a grana que irá rolar, se sobrar alguma coisa depois da Copa. Bem, pra eles sempre sobra.

O veterano Paulo Moura, que acaba de completar 78 anos de idade, estava baixando a tal foto. Levei um susto quando vi a página. Minutos antes ele estava criticando o Lula com seu jeito ranzinza, cada vez mais rabugento, justamente porque o Lula viaja demais.

- Mas Moura, nós temos pouco espaço e tu ainda faz propaganda do Lula, manda essa foto pra política, tchê!

Aí, caiu a ficha do Moura. Ele concordou e sacou a foto do Lula da página. Lula caiu. Podem conferir a página 19 de amanhã.

Enfim, eu consegui aquilo que o Juremir Machado da Silva e o Diogo Mainardi tentaram durante longo tempo.

Eu derrubei o Lula.

Fiquei tão feliz que resolvi compartilhar com meus companheiros de boteco. Vamos brindar. A rodada é por minha conta.

Tchim, tchim.

Como eu disse, a felicidade é assim, feita de pequenos momentos de alegria e prazer.

QUESTAO DE ORDEM

A Seleção venceu o Egito por 4 a 3, gol de pênalti no finalzinho. O árbitro foi avisado de um toque de mão por um auxiliar, que viu o lance através de um monitor. Agora, ele está negando, diz que foi a sua consciência. Ele não pode admitir, porque estaria tomando uma decisão ajudado por meios eletrônicos, o que a toda-poderosa Fifa não permite. Se bem que o Grêmio perdeu o Mundial contra o Ajax com o juiz expulsando o Rivarola por causa da imagem de um telão. A Fifa nada fez. E segue o baile.

domingo, 14 de junho de 2009

Douglas Costa está mais para Bruno do que para Ronaldinho

Douglas Costa tem admiradores. Entre eles, gente que conhece futebol. Desconfio que devem ser os mesmos que o Manchester United tem consultado. Se é que é verdade o divulgado interesse inglês nessa promessa tricolor.

Uns dez anos atrás, o mesmo Manchester United tentou contratar uma outra promessa gremista: Bruno. O guri tinha 15 ou 16 anos. Era considerado um novo Ronaldinho Gaúcho. A proposta era alta naquele tempo: 500 mil dólares. O Grêmio gastou muito dinheiro para segurar o Bruno. Um empresário deu uma casa para a família e outros mimos para ficar de procurador do jovem atleta.

Bruno é um dos meus enganos. Como foi do empresário, que perdeu dinheiro nessa aposta. Estou entre aqueles que viam em Bruno um craque, um sucessor do RG, embora com outras características. Bruno, infelizmente, não vingou.

Há algum tempo venho manifestando minha desconfiança diante do propalado talento especial de Douglas Costa. Dele só vi até até agora um ou outro lance de qualidade. Hoje, ele entrou com mais tempo para jogar. Ainda insuficiente para uma avaliação sobre suas qualidades técnicas. Agora, é difícil de entender o que aconteceu com o guri. Dois cartões amarelos e a expulsão.

Fosse Celso Roth o treinador, eu estaria escrevendo agora que as duas faltas, idiotas por sinal, seriam porque o técnico cobrava marcação forte, pegada, garra, etc. Muita gente estaria pensando o mesmo.

Paulo Autuori tem dado todo apoio ao guri. Aquilo que ele aparentemente não teve de Roth. Eu, como tantos, acreditava que Douglas precisava de mais tempo para jogar, continuidade. Mas, desse jeito, como ter continuidade?

Douglas está (estava?) com moral para jogar com o novo treinador. Autuori apostava (e talvez ainda aposte) em Douglas Costa, isso é visível. Tão visível quanto a decepção (e irritação) estampada no rosto do técnico quando o garoto saiu de campo expulso. A continuar assim, essa promessa nunca passará de uma promessa. A exemplo de tantas outras.

A exemplo de Bruno, que um dia também foi pretendido pelo Manchester United. É claro que neste momento, pelo que se viu de Douglas Costas, é prematuro e precipitado sentenciar qualquer coisa a seu respeito. Mas já está claro que ele nunca chegará ao nível de um Ronaldinho Gaúcho. No máximo um Carlos Eduardo, o que já seria formidável.

Douglas parece não querer se ajudar. Talvez seu problema nem seja talento para jogar, mas uma questão de temperamento, de personalidade, problemas que impediram muitas promessas de deslanchar no futebol.

NOS ACRESCIMOS

O empate com o Fluminense foi um bom resultado. Um resultado justo. o esquema 4-4-2 mostrou que é tão bom quanto o outro em termos defensivos. Mas, como o outro, foi deficiente ofensivamente. E aí sou obrigado a repetir o que venho escrevendo há tempos: o problema passa pela qualidade dos atacantes. Alex Mineiro perdeu dois gols. Maxi López, como sempre, lutou muito. A seu favor, não recebeu nenhuma bola em condições ao menos razoáveis de concluir. Souza foi ausente. Talvez se preservando para enfrentar o Caracas.

QUESTAO DE ORDEM

No Twitter questionei no começo da tarde deste domingo se o Inter tem realmente um grande grupo, com muitos reservas em condições de titularidade. Hoje, no Beira-Rio, o time mostrou que não é bem assim. O Vitória deu um sufoco time reserva colorado. No aperto, Tite foi obrigado para chamar Andrezinho e Taison, que deram outra cara ao time. É claro que o Inter tem alguns jogadores de bom nível na reserva, mas poucos à altura dos titulares.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Os esquemas e a mudança feita por Paulo

O técnico Paulo Autuori até uns dias atrás disfarçava o seu desprezo pelo 3-5-2. Agora, mais à vontade, ele abre o jogo. Diz que o esquema com os três zagueiros é superado. E que o bom mesmo é o 4-4-2.

Com os jogadores adequados, de qualidade e bem entrosados, qualquer esquema serve. Por exemplo, se armar um 4-2-4 com quatro jogadores de defesa, dois volantes no meio e quatro atacantes, tudo indica que meu time vai se dar mal. Mas se os quatro atacantes também recuarem, se revezando nessa função? E mais, se os atacantes forem jogadores de movimentação intensa, ninguém fincado na área?

Vejamos o Grêmio dos anos 60. Era um 4-2-4. Teoricamente, apenas dois no meio-campo (Cléo e Sérgio Lopes), mas o time contava com o meia-direita João Severiano e o ponta-esquerda Vieira para compor o setor. Na frente, de verdade, apenas Paulo Lumumba (Marino) e Alcindo, o melhor centroavante tricolor de todos os tempos.

Mesmo o Santos memorável dos anos 60 tinha um 4-2-4 que no campo se tornava um 4-3-3 ou um 4-4-2, com Dorval, Pelé e Pepe se revezando para compor o meio, que tinha Zito e Mengálvio. Ah, os laterais pouco atacavam.

Então, os números são flexíveis. Na verdade, são apenas números, que pretendem sintetizar uma proposta que raramente se materializa no gramado.

Domingo, Paulo Autuori, que está conquistando os setoristas do Grêmio com sua simpatia e sua amabilidade no trato, além do conhecimento demonstrado, vai com o seu 4-4-2.

Autuori, que não gosta de ser chamado de 'professor', mas de 'Paulo', simplesmente, está armando o um time para ser chamado de seu, não mais o do 'indesejado'.
É arriscado, porque o time chegou até aqui com os tais três zagueiros. Agora, pelas últimas atuações, está na hora mesmo de colocar as coisas nos seus devidos lugares.
O esquema perdeu muito sem Rafael Carioca e William Magrão no meio. Sem eles, o melhor é mudar mesmo.

Mas Paulo não muda tanto assim. A escalação de William Thiego, um zagueiro, vai dar a consistência defensiva necessária para que os dois volantes (Adilson e Túlio) não fiquem sobrecarregados. Souza continuará com liberdade e Tcheco menos compromissado com a marcação, podendo chegar mais ao ataque.

No papel, a ideia é boa. Se der certo, Ruy e Joilson não voltam tão cedo ao time. A não ser, talvez, em jogos em casa, contra adversários sem maior potencial, como o Caracas.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Maradona descobre os efeitos da altitude


Em março do ano passado, durante um animado encontro com o presidente Evo Morales, que teve inclusive uma peladinha amiga a 3.600 metros acima do nível do mar, Diego Maradona atacou a Fifa e todos os que querem acabar com jogos internacionais na altitude de La Paz e similares.

– É ridículo que queiram tirar da Bolívia a possibilidade de jogar em sua terra. Parece-me algo vergonhoso porque não tem bom senso. Aqueles que hoje vetam a Bolívia seguramente nunca correram detrás de uma bola – disse o redondo ex-craque, numa grande puxada de saco.

A ideia da Fifa era de proibir jogos em locais acima de 2.750 metros.

Em abril deste ano, Maradona, agora treinador da Argentina - o Dunga dos hermanos - viu como é bom ficar calado de vez em quando. A equipe dele levou um estrondoso 6 a 1 em La Paz. Incorporando Carlos Gardel, soltou o verbo de forma dramática, digna de um tango:

- Cada gol de Bolivia era un puñal en el corazón.

Hoje, Maradona amargou outro fracasso na altitude de Quito, 2.850 metros. A Argentina levou 2 a 0 do Equador e agora vê sua classificação ao Mundial ameaçada. O time equatoriano ficou a dois pontos dos argentinos.

Preteou o olho da gateada, como diria um gaudério picando o fumo para o palheiro.

A Argentina tem pela frente o Brasil (em Buenos Aires), dia 5 de setembro. Depois, o Paraguai fora, o Peru em casa (bem, aí é barbadinha, como foi na copa de 78) e, por fim, o Uruguai, no Centenário.

É claro que a Argentina ainda é forte candidata à classificação, mas que ficou mais difícil, ficou.

O sempre debochado Ole, que não perde uma chance para lembrar do Brasil em qualquer situação, já está assustado. "Hay que ganarle a Brasil", destaca em seu site (http://www.ole.com.ar/). Confiram para ouvir essa adorável melodia: o choro de Maradona, o choro da Argentina.

NOS ACRESCIMOS

O leitor de esportes é implacável. Escrevi na edição de hoje, dia 10, na contracapa, que o Brasil tem o melhor ataque das Eliminatórias, 23 gols. Na hora de digitar cravei 13 gols. Não adiantou que ao lado da matéria tem o quadro de classificação com o número certo de gols pró e contra. Meu email está no alto da matéria. Ninguém escreveu pra mim. Escreveram direto para a direção do jornal, pro chefe da redação, pro Hiltor, pra mãe do Badanha, pro Papa e até pro Lula, imagino. Parece que queriam ver a minha caveira. Gente boa.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Reformas custam caro

As reformas são sempre surpreendentes. Sempre custam mais caro do que se imaginava. E não falo só de reforma de uma casa ou de um estádio. Mesmo quando se busca dar um rumo diferente na vida, às vezes é melhor colocar tudo abaixo e erguer uma nova obra, sem maquiagens e improvisações, afastando os entulhos do caminho.

No caso de um estádio de futebol, é melhor fazer o que o Inter projetou, ou seja, reformar o Beira-Rio, dando-lhe um aspecto moderno, com cobertura total, ou construir outro estádio, aí sim moderno como um todo - desses que foram construídos, por exemplo, na Alemanha -, não apenas no visual? Ao refazer os cálculos do custo da obra, o Inter constatou que será necessário muito mais dinheiro. E, com certeza, mais adiante, vai descobrir, que precisará ainda mais.

Reformas custam caro. Vejam o caso dessa miss gaúcha, que ‘reformou’ o seu nariz. Era um nariz bonito, pelo menos é o que aparenta nas fotos ‘antes’ e ‘depois’. Ela atribui a essa alteração a perda da coroa de miss Brasil. Se ela tivesse se aceito como era – e já era muito bonita -, não teria ido mais confiante, expondo sua beleza natural, sem artifícios, sem recauchutagem, e quem sabe até conquistado o tal título?

O Grêmio optou por construir outro estádio, ou Arena. Poderia reformar o Olímpico, como eu mesmo já defendi, mas optou por buscar investidores e erguer um estádio moderno. Se dependesse de mim, a Arena seria construída ali mesmo na Azenha, colocando-se abaixo o Olímpico.

Hoje, no Rio, se questiona a última reforma feita no Maracanã. Na época, havia defensores da ideia de colocar o estádio abaixo, como foi feito com outro templo do futebol, Wembley.

A Revista Veja, edição do RJ, publicou a seguinte matéria esta semana:

“O Maracanã prepara-se para mais uma plástica. Será a terceira em pouco mais de uma década. E a mais cara de todas. O governo estadual já gastou ali 300 milhões de reais. Orçada em 430 milhões de reais, a nova reforma ficará a cargo de uma empresa privada. Somadas, as três reformas custarão 730 milhões de reais – o dobro do investido para erguer o Engenhão (350 milhões de reais) e um valor similar ao que foi gasto na construção da Allianz Arena, em Munique, o mais moderno palco do último Mundial (776 milhões de reais)."

A Arena do Grêmio vai custar em torno de 350 milhões. Eu ainda duvido que a obra seja concretizada. Não será fácil buscar investidores para esse projeto. Na verdade, ainda torço por uma reviravolta e que o Grêmio continue na Azenha. Mas numa casa toda nova.

QUESTAO DE ORDEM

Quem está de casa nova é o Felipão. Eu ainda vou entender por que um profissional consagrado, milionário, vai se meter nos confins do mundo? Felipão no Uzbequistão? Se fosse em início de carreira, e tal, tudo bem, mas agora? Vai gostar de dinheiro assim...

Retirado da wikipedia:

O Uzbequistão ou Usbequistão é uma ex-república soviética da Ásia Central, limitado a norte pelo Cazaquistão, a leste pelo Quirguistão e pelo Tadjiquistão, a sul pelo Afeganistão e a sul e a oeste pelo Turcomenistão. Além do território principal, inclui também os enclaves de Sokh e de Iordan, no Quirguistão. Capital: Tashkent.

O país é grande exportador de algodão. Tem ouro e petróleo por lá.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Souza e o seu sonho de voltar

O Souza realmente disse a um jornal francês que gostaria de ter nova oportunidade no PSG. Ele acredita que hoje teria condições de provar em Paris que é um craque, um grande jogador, etc.

Não vejo nessa manifestação desprezo ao Grêmio. Quem em sã consciência não trocaria o futebol gaúcho pelo futebol francês? Lá, não tem a imprensa em cima a todo instante. Nem a torcida para pegar no pé com tanta facilidade. Herói hoje, vilão amanhã. É mais tranquilo, e mais rentável, jogar na Europa ou no Qatar.

O Paulo Autuori quando chegou disse que estava trocando a tranquilidade por um desafio, ou vários desafios, entre eles o de ter que dar explicação quase todo dia para a imprensa, a torcida. Lá não tem tanta cobrança, é mais fácil trabalhar no futebol.

Então, não vejo motivo para criar uma tempestade em cima do desejo, ou do sonho, de Souza. Ele quer ficar no Grêmio, mas voltaria correndo se o PSG o quisesse de volta.

A única coisa que me preocupa nessa história é a inteligência do Souza. Ele disse à repórter que o entrevistou que não poderia dar esse tipo de declaração (que prefere jogar na França) aqui no Brasil, em Porto Alegre, porque repercutiria mal.

Souza ainda não descobriu que a informação hoje voa, e isso sim é grave. Quando ao seu desejo, quem não gostaria de viver em Paris, e ainda por cima muito bem remunerado? Quem condena o Souza, que atire a primeira pedra.

domingo, 7 de junho de 2009

Roth e Dunga

O surpreendente não é o Inter liderar o Brasileiro invicto na quinta rodada, mas já sem os 100 por cento.

O surpreendente, o escandaloso, é o Atlético Mineiro estar isolado no segundo lugar, a dois pontos do lider. O Atlético do técnico Celso Roth.

É claro que faz parte da biografia desse treinador começar bem e depois ir caindo, caindo, caindo até ser afastado como cão pulguento, ou deixar escapulir um título brasileiro que estava na mão, como ocorreu ano passado no Grêmio.

O problema que esse time do Atlético é fraquinho. Bem, mas até nisso fecha com a atual campanha do Roth, que gosta de trabalhar com esforçados, deixando os jogadores talentosos ou no banco ou os transformando também em operários.

Tudo isso para dizer como é fácil ser treinador e ganhar milhões. Vejam o caso do Dunga. Não fosse o Júlio César, e em contrapartida, a falha do goleiro uruguaio, o Brasil talvez continuasse com o jejum de 33 anos sem vencer no Centenário. O resultado não diz o que foi o jogo.

Mas o Brasil goleou e Dunga já deita falação, diz que só o Brasileiro jogou futebol e o Uruguai só bateu, ignorando o trabalho do seu goleiro.

De onde concluo que Júlio César está para Dunga assim como Victor estava para Roth no ano passado.

QUESTAO DE ORDEM

Que os uruguaios não me leiam, mas a sorte do time foi selada sexta-feira, quando eu declarei no programa Terceiro Tempo, na rádio Guaíba, que iria torcer pela Celeste. Bastou isso para 33 anos de tabu irem para o espaço. Ainda mais que o Ernani Campelo, vulgo Montanha, me acompanhou nessa, inclusive cantando o hino uruguaio.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Briga de cachorro grande...

Em briga de cachorro grande, guaipeca não se mete. O editorial do CP de hoje, dia 5, ataca a ZH, que ontem publicou uma nota, reproduzindo outra de um colunista do centro do país, na qual é informado que o ex-ministro Zé Dirceu estaria articulando uma frente de jornais mais simpáticos ao PT. Com grana de um grupo de simpatizantes, seriam comprados o Hoje em Dia (MG) e o Correio do Povo, ambos da Record e da Universal.

Parece que foi declarada guerra. Bem, se essa articulação for confirmada (o que não acredito), o Zé entra por uma porta e seu saio pela outra.

Outra negociação está em andamento neste momento. O Grêmio, através do douto sr. Meira, negocia na cidade do La Vie em Rose a contratação de Souza. Temo que boa parte do patrimônio do clube – passes de jogadores talentosos, entre eles o de Bruno Renan – entre na transação.

Que o Souza merece investimento, não há dúvida. Mas muito em razão das circunstâncias. Em meio a Libertadores, na reta de chegada, o time não pode perder esse jogador, que é o principal do setor ofensivo. Fosse em outro momento, mais fácil seria dizer adeus, um tapinha nas costas, e deu. Nunca entregar jovens talentos em troca de um jogador que se aproxima do ocaso profissional.

Ontem, Souza mostrou sua importância. Marcou dois gols e fez boas jogadas. O Alex Mineiro, recuando para articular, já foi mais útil. Jogou bem.

Agora, gostei mesmo foi do Maxi Lopez. Acho que foi sua melhor partida. No gol que marcou, ele mesmo iniciou a jogada, tocando para Joilson, que cruzou na medida para o argentino marcar de cabeça, um belo gol.

O Joilson é um caso à parte. Em uns 15 minutos, fez mais do que o Ruy nos últimos jogos. Um cruzamento certo, preciso, e uma expulsão absolutamente injustificável. No vestiário, colegas o defenderam, dizendo que “é a vontade de mostrar jogo”. Está bem, mas um atleta profissional deve ter mais equilíbrio. O Autuori ficou sem seus dois laterais para enfrentar o Fluminense.

Quem sabe, agora, ele não dá uma olhada nas categorias de base, atendendo clamor do nosso amigo Francisco, que vive destacando alguns nomes em seus comentários aqui, mostrando muito conhecimento de causa.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

O Gremista Patético e a falta de fraldão

O Gremista Patético, um colega da redação do CP, acordou hoje, depois de uma noite mal-dormida por causa da classificação do Inter à final da Copa do Brasil, reforçada por pesadelos com Taison e Nilmar, todo entusiasmado. Pelo menos é o que me passava aquela voz sonolenta ao telefone no começo da manhã:

- Ainda resta uma esperança -, disparou ele, sem sequer dizer bom dia. Eu que já não acredito que a ‘esperança é a última que morre’, porque já sepultei tantas, fiquei em silêncio.

Eu costumo dizer, na redação, que o GT é um sábio quando não fala, quando mantém silêncio.

- Sequei ontem e não adiantou. Eles ganharam de novo, estão com muita sorte. Agora, vou secar o sorteio. Se eles jogarem a segunda partida fora de casa, eles vão se dar mal. É a minha última esperança – explicou. Pelo seu tom de voz me pareceu que seu entusiasmo começava a virar desespero, ou as duas coisas juntas.

Pouco tempo depois aconteceu o sorteio. E adivinhem? O Inter joga a segunda em casa, no Beira-Rio lotado. É claro que o GT não me telefonou, nem irá telefonar. Deve ter ido para a Sibéria, ou se refugiado no interior de Pelotas, onde ele tem um sítio.

O Inter, que já era favorito ao título, ao menos na minha opinião, agora ainda mais. Passou por um grande sufoco em Curitiba. Aos 30 minutos do primeiro tempo eu sentenciei do alto da minha sabedoria futebolística.

- O time inferior que pressiona dessa forma, ataca e ataca, mas não marca, não faz gol, não tem a menor chance.

Não deu outra. O Coritiba sempre foi melhor, mas o Inter teve suas chances de gol. No final, deu Inter, apesar da derrota por 1 a 0. Tite armou o time com base no regulamento, e atingiu o objetivo.

Agora, que jogou um futebol de preocupar o colorado mais confiante, jogou. Faltou Nilmar, sem dúvida. Mas ficou provado que é possível armar uma equipe capaz de se impor ao Inter. Bem, o técnico do Coritiba é o Renê Simôes, que conseguiu ser melhor, e bem melhor, que o Inter. Renê, o técnico que os doutos do futebol gremista rejeitaram.

NOS ACRESCIMOS

Ouço na Guaíba que o douto Luís Onofre Meira está negociando a contratação de Souza, em Paris. Levo um susto quando ouço que Bruno Renan, o volante talentoso que vi no juvenil no ano passado, será incluído no negócio. Não importa o percentual. É lamentável.

Sem escala, o Grêmio segue rumo ao abismo.

Acho que vou passar uns dias no refúgio do Gremista Patético.

QUESTAO DE ORDEM

Faltou fraldão na redação ontem à noite.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Os craques cansados e o trabalhador

Quando eu penso que já esgotei minha capacidade de indignação diante das barbaridades que percebo diariamente, tropeço em alguns fatos que me surpreendem (eu ainda me surpreendo depois de tanto tempo) e me irritam, e me revoltam.

Um exemplo: li que a seleção brasileira não treinou na manhã desta terça-feira, lá na Granja Comary (local em que já exibi minha arte com a bola nos pés num campeonato nacional do Banco Central, o RS ficou em segundo lugar porque a gente só queria saber de fazer festa), porque os jogadores estavam muito cansados.

Pobrezinhos. Haviam chegado de ônibus lá pelas 23 horas da noite anterior. Deve ter sido uma viagem horrível do Rio até Teresópolis, pouco mais de 100 quilômetros. O ônibus deve ser daqueles com banco irreclináveis, sem ar condicionado e serviço de bordo.

Ai, fiquei pensando no trabalhador comum. O sujeito que acorda às 5 horas, engole um café (quando tem) na corrida, enquanto a patroa prepara uma marmita, pega um ou dois ônibus, rezando para poder sentar e completar o sono. Trabalha o dia todo, muitas vezes pegando no pesado e com alimentação precária.

Na volta, outra longa viagem, muitas vezes em pé, no ônibus lotado. Chega em casa à noite.Toma um gole de cana que ninguém é de ferro e encara um banho frio. Depois, engole o que a patroa coloca na sua frente. Descobre que no outro dia terá de levantar mais cedo pra preparar seu café e sua marmita porque a patroa está doente e precisa entrar na fila de madrugada para conseguir consulta no posto de saúde.

O trabalhador comum derruba mais um martelinho, ou dois, ou três. E vai dormir. Pensando quem sabe no Inter, no Grêmio, na Seleção e seus craques cansados.

NOS ACRÉSCIMOS

Uma ceva no Apolício ou no Natalário, tanto faz, para quem acertar quem são os 'três bananas' do futebol gaúcho.
Uma dica: são três.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Autuori erra e eu é que sou amargo

Encontro o técnico Beto Almeida no programa do Reche na TV Ulbra. Foi agora à noite. Ele vem ao meu encontro estendendo a mão e perguntando se eu estou satisfeito com o novo técnico do Grêmio.

- Depois do jogo em Salvador? Claro que não.

Beto, um técnico que há muito merece oportunidade em clube grande, responde alguma coisa, algo como 'mas já está criticando, deixa o homem trabalhar'.

- É que eu sou amargo mesmo -, respondi de pronto, quase sem pensar.

Será que sou mesmo amargo? Já fui acusado de pessimista. Quando o Grêmio vencia no Brasileirão do ano passado, eu colocava defeito. E agora, o que devo fazer? Criticar, ora. É o que me resta. Me lembro que critiquei o Alex Mineiro no começo do ano, quando todos o elogiavam no Gauchão (o Paulo Santana o comparou ao André Catimba). Quase fui linchado na porta do boteco por uma turba de gremistas desvairados. E o que está jogando o Mineiro, hein?

Retomo a conversa com Beto: 'Mas como não criticar o Autuori se o Apodi passou 90 minutos jogando livre e o técnico nada fez?'.

Beto respondeu: 'ele colocou o Jadilson, foi uma tentativa'.

Ia começar o programa e paramos por ali.

Agora continuo eu: mas um esquema com três zagueiros e dois volantes de marcação, além de dois alas, não consegue cuidar do Apodi? Benzadeus.

Outra coisa: quem deveria entrar no jogo era o Douglas Costa ao lado do Souza, sacando um zagueiro e colando o Fábio no Apodi, que virou craque de seleção sábado jogando com aquela liberdade.

Bem, se um treinador que custa os tubos não vê isso, como devo reagir?

Quase chamei o 'indesejado' pra tomar uma olina com limão e são comigo, a bebida que ele está acostumado a tomar de manhã quando acorda.

Nos acréscimos

Durante o programa do Reche, surgiu a informação de que Souza estaria pedindo uma fortuna para ficar no Grêmio. Claro, o SP entrou na jogada. Ai, eu disse que seria a chance do Douglas Costa. O Beto concordou. Elogiou muito o garoto, disse que ele lembra o Carlos Eduardo, e que realmente seria um bom substituto de Souza. Bem, agora só precisamos de um técnico que não o escale nos minutos finais.