domingo, 30 de janeiro de 2011

A vitória de quem não teve medo de perder

Um Gre-Nal como esse disputado em Rivera só serve pra avaliar os jogadores que estão surgindo e pedindo passagem.

É claro que o torcedor festeja porque sempre é bom bater o maior inimigo. Além disso, o clássico entra pra estatísticas, sem contar o fato de ser o primeiro disputado no exterior.

Então, fiquei ali atento diante da TV para analisar algumas promessas. Nesse aspecto, confesso que me decepcionei. Não vi grandes coisas em nenhum dos times.

O Muriel foi o melhor do jogo. Fez algumas defesas difíceis, embora tenha vacilado no gol de falta de Bruno Colaço. No final, Marcelo Grohe, menos exigido, evitou o empate colorado.

No Grêmio, o melhor foi Colaço. Gostei também do Clementino. Lins, autor do gol da vitória gremista, mostrou que tem estrela. Marcar gol em Gre-Nal é sempre importante.

Sobre Colaço, Roger, com a autoridade de ter sido um lateral-esquerdo que marcou história, sentenciou:

- É um grande lateral-esquerdo.

A vitória por 2 a 1 foi justa. O Grêmio foi na maior parte do tempo o time mais ambicioso, mais atrevido.

Ficou claro que os dois técnicos reservas eram monitorados pelos titulares. Roth implantou seu projeto de time: o Inter começou com três volantes. Thiago Humberto, um dos mais experientes do grupo, acabou ficando no banco em função dessa decisão de Roth.

Até nas substituições foi perceptível a mão de Roth: a troca de seis por meia dúzia. Se Enderson tivesse autonomia talvez o Inter tivesse ido melhor, ou ao menos seria mais agressivo.

O técnico interino do Grêmio, Roger, também seguiu os mandamentos do chefe. No segundo tempo, isso ficou visível. Renato/Roger mandou o time ir pra cima do Inter. A virada acabou fazendo justiça ao time mais ousado, mais criativo e menos covarde.

Se num jogo como esse um técnico não ousa, não demonstra criatividade, então merece mesmo a derrota.

Por tabela, Renato venceu Roth.

Venceu quem não teve medo de perder.

Para completar, alguns jovens mostraram qualidades (além dos já citados), mas nenhum me deixou entusiasmado a ponta de registrar nomes aqui.

Mas aguardo os comentários dos botequeiros.

SAIDEIRA

Ficou claro que se o Grêmio depender de seus reservas para conquistar a Libertadores vai cair na segunda ou na terceira fase.

FECHANDO A CONTA

Espero que a Federação não invente mais Gre-Nal no Interior.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Apostas e contratações

A maior credencial do volante/meia Éverton foi ter marcado um golaço no Inter, vitória do Cruzeiro por 1 a 0.

Aos 26 anos, esse cearense canhoto tem uma trajetória discreta. A seu favor, porém, a indicação do técnico Renato.

Imagino que Renato tenha apresentado uma lista de sugestões de jogadores que possam exercer a função do Lúcio pelo lado esquerdo, pensando, claro, na Libertadores.

Não vi tal relação, mas Éverton deve ser uma das últimas opções. Reserva do Cruzeiro pode ser realmente um reforço para um clube que tem como prioridade vencer a Libertadores?

Pela lei das probabilidades, não. Mas o Grêmio parece apostar no azarão. Alguém sempre vai lembrar Jardel. Desprezado no Vasco, marcou época no Olímpico.

Para cada exemplo como esse de Jardel, temos pelo menos dez que confirmaram o que deles se poderia imaginar em função do currículo.

Resta torcer que Éverton entra no grupo dos jardeis da vida.

E isso pode acontecer, por que não?

Eu jogo todos os dias na Quina. Se eu jogo tenho chance de ganhar.

Mas a hora não é de apostar, é de trabalhar e buscar jogadores que tenham mais condições de dar uma resposta à altura de uma competição como a Libertadores, na qual o nível de exigência está muito acima dos nomes que chegam ao Olímpico.

O Grêmio, que já deveria ter como exemplo o Inter na elaboração de contratos com seus jogadores, poderia fazer como o seu rival: contratar pouco, mas com precisão cirúrgica.

O Inter traz Cavenaghi. Sua história recente é semelhante a que tinha Maxi Lopez quando desembarcou em Porto Alegre há quase dois anos. Poucos gols e boa parte do tempos esfregando banco de reservas.

E daí? Qualquer contratação tem um percentual de risco.

A arte é trazer jogadores com mais chances de dar certo. É o que o Inter tem feito.

Já o Grêmio busca fora jogadores que tem em casa, em sua base. SE é pra apostar, que se aposte nos guris criados no Olímpico, que pelo menos têm muito mais identificação com o clube.

A contratação de Rodolfo aparentemente é uma boa. Há problema na zaga, busque-se alguém que possa resolver. Rodolfo tem credenciais para isso, da mesma forma que o argentino recomendado pelo D'Alessandro.

SAIDEIRA

O Gre-Nal será muito útil para Renato observar quem está apto a disputar lugar entre os titulares. Matheus Magro é um nome que se destaca há algum tempo. Mythiuê pode, enfim, deslanchar. Vamos conferir.

A decisão de deixar Renato distante de Livramento foi acertada. Conforme escrevi aqui tempos atrás, Renato não pode correr o risco de ter sua imagem arranhada por causa de um
Gre-Nal de Gauchão e ainda por cima contra um Inter C.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Há muito o que fazer

Sem Jonas e sem Vitor o Grêmio ficou menor. Sim, sem Vitor, porque custo a acreditar
que o goleiro que levou os dois gols do Liverpool era mesmo o Vitor.

Acredito que o Marcelo Grohe em seus piores dias não levaria esses gols. Um botequeiro já previa que Vitor poderia sofrer uma queda por causa da convocação para a Seleção.

Duvido que seja por isso, mas o fato é que o Vitor desta noite não é aquele goleiro quase imbatível que conhecemos.

Se Vitor foi mal, o time não foi melhor.

Os gols do Grêmio também ocorreram por falha do goleiro. Os dois goleiros pareciam competir para ver quem errava mais.

No final, o empate por 2 a 2 foi satisfatório. A classificação fica praticamente garantida. O problema é o que vai acontecer depois.

Com o time atual o Grêmio não passa da segunda fase. Rodolfo está chegando, e vem em boa hora. É preciso um zagueiro para impor respeito.

Claro, é preciso considerar que o time está treinando há menos de três semanas, e sentiu falta de melhor preparo físico.

Além disso, o Liverpool fazia uma partida histórica: era sua primeira participação em Libertadores.

O fato é que faltou qualidade no meio de campo, que ficou sob controle do adversário boa parte do tempo. O Grêmio abusou da ligação direta.

Na frente, Viçosa se esforçou, mas não tem a menor condição de ser titular. Não de um time que almeja o título da Libertadores.

Há muito o que fazer.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Não tem como fazer do Liverpool um Mazembe

Um grande time começa a ser derrotado pelo menor antes do jogo. É o que tenho sempre dito aqui. Há que se respeitar qualquer adversário.

Escrevi o mesmo quando o Inter entrou em campo para enfrentar o Mazembe pensando na Inter de Milão.

O Liverpool é uma zebra esperando por um time de salto alto.

Esse time uruguaio perderia para o Mazembe, que é forte no continente africano. O Liverpool não é forte nem em Montevidéu.

Numa melhor de três, perderiam os dois.

Eu não tenho dúvida de que o Grêmio vence logo mais à noite. Sei, o jogo é num potreiro, tipo aqueles em que eu jogava na colonia do Vale do Taquari, encarando uns caras que recém haviam saído da roça e que estavam loucos pra patrolar os 'bundinhas' da cidade.

A gente entrava em campo (no potreiro) tocando a bola, enfeitando as jogadas, e quando a gente se dava conta estava perdendo o jogo e ainda por cima com as canelas cheias de hematomas.

Como eu sei que Renato não vai deixar ninguém entrar de salto alto, o Grêmio vence e encaminha sua classificação.

Só não garanto as canelas sem hematomas.

FECHANDO A CONTA

O Francisco, antigo botequeiro, sabe tudo de categorias de base. É através dele que soube que Fernando foi muito elogiado pelo técnico da sub-20. Sinceramente, nunca levei muita fé nesse jogador. Espero ter me enganado.

SAIDEIRA

Só não enganei em relação ao Jonas. O David (que não é o Coimbra) me passou um link no comentário anterior. Tem mais gente que pensa como eu, e gente que investe grana nessa convicção. Eu não, eu só dou palpite. Ah, tem botequeiro secando o Jonas.

http://www.clicrbs.com.br/esportes/rs/noticias/default,3186792,Dirigente-do-Valencia-Jonas-sera-um-novo-Nilmar-.html

GORJETA

Vou assistir ao jogo no telão de um amigo. Sei que o Grêmio vai vencer, mas por via das dúvidas levo umas 1983, a cerveja da sorte (pro Grêmio).

APAGAR DAS LUZES

Em breve, novidades pra marcar os 100 mil acessos (a metade tem o meu clic, mas isso fica entre nós).

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Poderia ser pior, muito pior

No comentário anterior eu escrevi que o caso Jonas poderia ter um final ainda pior:

Ele, o goleador do Campeonato Brasileiro, jogando no Inter. E a troco de bananas.

Pois ao participar do programa Cadeira Cativa, há pouco na Ulbra TV, Roberto Siegmann, homem forte do futebol colorado, confidenciou no intervalo que soube há poucos dias da situação de Jonas e que havia designado um companheiro do clube para tentar sua contratação.

Como eu não sou cofrinho da informação, revelei essa informação assim que o Reche recomeçou o programa.

O dirigente colorado ficou furioso. Negou. Eu confirmei. Ele negou de novo ao ser questionado pelo Reche, e ainda disparou:

- Eu pensei que as coisas ditas no intervalo morriam ali.

E eu retruquei: não pediu segredo, eu divulgo. Não sou mais repórter, mas continuo sendo jornalista. E ainda por cima fofoqueiro -, brinquei.

Eu fiz questão de informar que o Inter por detalhe não conseguiu tirar Jonas do Grêmio quase de graça para escancarar o erro monumental desta e da atual direção.

A direção anterior errou feio, grosseiramente. A atual teve todo o tempo do mundo para consertar o estrago. Mas preferiu concentrar seus esforços no RG. Deixou Jonas em segundo plano.

Ah, esse fica pra depois. Primeiro, o Ronaldinho.

Deu no que deu. Por pouco Jonas não veste a camisa colorada. Se é que ele toparia no negócio.

Ao deixar o estúdio, Siegmann disse que não poderia confirmar a informação para não entrar em conflito com o Grêmio, e lamentou:

- Mais quatro dias e eu contrato o Jonas.

E fez muito bem o Inter em tentar. É isso aí mesmo.

Se o rival vacila, tem mais é que aproveitar.

Agora, que seria uma bomba no futebol gaúcho, seria>

O salão de festas

O Grêmio tem sido o salão de baile dos procuradores, empresários e afins.

É a principal conclusão a que chego depois que o vice de futebol Antônio Vicente Martins anunciou a saída de Jonas mediante o pagamento de uma multa irrisória de 2 milhões de reais.

O goleador do campeonato brasileiro sai do Grêmio por um dinheiro de zagueiro pangaré.

A gestão da dupla Duda/Meira segue causando danos.

O sr Meira declarou há pouco na rádio Guaíba que teve dificuldades para renovar com Jonas e que teve de fazer algumas concessões.

Está bem, a gente sabe que os jogadores são espertos. Cedem aqui, tomam dali. Faz parte.

Mas é bom lembrar que dois ou três meses antes de acertar a renovação de Jonas até o final de 2011, os dirigentes tentaram trocar Jonas pelo glorioso lateral Vitor, do Goiás, e que nem sei onde anda.

Quer dizer, os dirigentes não levavam fé em Jonas. Diante disso, até devem ter achado que a multa foi razoável.

Fossem dirigentes que vislumbrassem em Jonas (que só não foi goleador do brasileiro de 2009 porque se lesionou na reta final) um jogador precioso, que em breve alcançaria alto valor
no mercado do futebol, com certeza (será?) teriam feito outro negócio.

Renato saiu do Grêmio em troca de 600 mil dólares parcelados; RG saiu de graça num primeiro momento; e agora Jonas.

Se revirar o baú de memórias teremos outros exemplos.

Agora, poderia ter sido pior.

Imaginem se o Inter vai lá, acerta com Jonas, e paga a multa rescisória?

A atual direção também não está isenta completamente de responsabilidade. Sabendo que havia essa multa, poderia destinar uma parcela do que havia programado para RG ao seu
goleador.

Quando a torcida joga contra

Se com a torcida a favor já é difícil, o que dizer com a torcida contra.

O torcedor é o único que realmente é movido à paixão no mundo do futebol, não a dinheiro,a busca de prestígio, notoriedade.

É o torcedor quem movimenta essa engrenagem milionária. Sem receber nada em troca, a não ser a felicidade de ver seu time vencer, conquistar títulos, alegrias que se dissipam facil e rapidamente, porque o espetáculo não pode parar e logo em seguida há outro jogo, outro campeonato, outro objetivo.

O torcedor do Grêmio nesses dias de expectativa e ansiedade tem sido intolerante. Já o do Inter, ainda se recuperando do golpe desferido pelo Mazembe, parece um pouco distante, contemplativo.

O torcedor colorado fica ali, à espreita.

Já o gremista está inquieto, agitado. A alegria pela derrota do Inter redobrou, multiplicou, a esperança de que seu time volte a conquistar um título que ultrapasse a fronteira e a divisa do Rio Grande do Sul.

Por isso, o gremista está nervoso. Quer aproveitar o momento em que o adversário está no canto do ringue, lambendo as feridas e recuperando as energias, para buscar o nocaute: o título da Libertadores.

O problema é que o torcedor, que não é bobo, já percebeu que as coisas não estão indo de acordo com o que esperava. Os reforços não chegam, e quando chegam são inexpressivos, apostas.

Sobra, então, pra quem? Para os jogadores. Jonas sentiu na carne a fúria até então reprimida do torcedor. Foi vaiado, e reagiu.

Gostei da reação de Jonas. Goleador do time em duas temporadas seguidas, Jonas merece mais consideração.

Vaias em início de temporada só atrapalham.

Neste domingo, contra o Canoas, alguns jogadores, jovens que buscam seu espaço, foram vaiados.

Poderia escrever mais umas trinta linhas apenas sobre esse assunto, mas assim como o torcedor, não estou com paciência.

Vaiar gurizada em começo de temporada é coisa de torcedor rabugento, que desconta no atleta a raiva que deveria direcionar para a direção, ou ao seu patrão, colega de trabalho, etc.

Nesse aspecto, a torcida e a direção estão se equiparando: pouco contribuem para o sucesso do clube na Libertadores.

A continuar assim, o modesto Liverpool uruguaio vai parecer o clube inglês.

SAIDEIRA

Bergson foi emprestado a um time coreano, o famoso quem. O guri é uma das promessas do clube. Não entendi esse negócio.

Negócio. Talvez esta seja a explicação: negócio. Nunca se sabe exatamente o que há por trás dos negócios do futebol.

Enquanto a torcida vaia guris (e Bergson já foi vaiado), a direção os manda pra longe.

Repito o que escrevi dia desses: não estou gostando desse começo de ano.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Começo preocupante e a má vontade com Odone

Não estou gostando desse começo do Grêmio.

E não sou o único. Em contato com alguns torcedores, percebi neles o mesmo sentimento de dúvida e preocupação.

Há um consenso: a atual direção gostaria de ter contratado outro treinador.

Teve que engolir Renato. E isso realmente não é bom.

Alfinetadas, provocações, frases ásperas e queda de braço entre as partes.

Renato disse que não gostaria de comandar o time B nos jogos no interior.

O vice de futebol Antônio Vicente Martins retrucou em cima, sinalizando que quem manda é ele.

Poderia ter feito isso ao pé do ouvido do Renato, mas ele tinha que mostrar ao público que
ele é quem manda.

Nesses momentos a questão passa a ser de economia interna, não de alimentar a imprensa, que está no seu papel e está sempre buscando o inusitado.

Nesse aspecto, Renato é uma fonte inesgotável.

Um dirigente mais preocupado em preservar a harmonia teria tratado de outra maneira esse incidente que seria pequeno, reduzido à pó, se Martins tivesse agido com discrição.

Não, não esperem discrição de Renato. Ele até pode dar uma amenizada, mas logo irá retornar ao seu normal, que é falar demais.

Cabe à direção do clube administrar essa situação e deixar Renato trabalhar em paz.

A condução das 'contratações' é outra preocupação que constato entre torcedores.

Em alguns, essa preocupação é tanta, tão grandiosa, que eles já começam a sentir saudade do ex-presidente Duda Kroeff, o que é grave. Gravíssimo.

A gestão do Duda só não foi uma calamidade porque, depois de muita resistência, ele concordou em contratar Renato.

Renato poderia ter vindo quando Celso Roth foi demitido e o time ficou 40 dias esperando pelo cidadão Paulo Autuori, quando a torcida nas pesquisas pedia Renato Portaluppi.

Ainda assim há quem sinta saudade do Duda, não pelo que Duda fez ou deixou de fazer, mas pelo que Paulo Odone está fazendo nesse início. Há, também, queixas aqui e ali sobre as questões envolvendo a Arena.

Mas detecto também que existe muita má vontade de muita gente
com relação a Odone.

E aí fica difícil, mais difícil.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Renato: um prato cheio

Renato sempre falou demais. Desde os tempos de jogador iniciante no Grêmio.

Sempre foi um prato cheio pra imprensa. Quando o Grêmio 'deu' Renato pro Flamengo (600 mil dólares em quatro parcelas que o Flamengo sempre atrasou) eu era setorista.

Lamentei o fato porque perdia um 'assunto' e, claro, porque o clube perdia o seu melhor talento, um sujeito que dava gosto de ver jogar, que levava gente aos treinos e aos jogos.

O Grêmio e o futebol gaúcho ficaram mais pobres com a saída de Renato. E isso vale para mais uns poucos jogadores.

Renato como treinador segue sendo um 'assunto'. Fala demais e muitas vezes diz coisas sem pensar direito.

Aqueles que não gostam de Renato se aproveitam, chegam a salivar de satisfação.

Renato não quer ir a todos os jogos no Interior com o time reserva.

Ele está certo.

O que importa é o time principal, é a Libertadores. Se ficar à beira do campo e começar a perder, Renato terá sua imagem abalada. Sempre vai ficar aquele estranhamento. E sempre vai aparecer alguém pra cornetear.

Há quem queira Renato treinando os reservas no Gre-Nal. No outro lado estará um técnico reserva. Do lado do Grêmio o técnico titular?

Estão de brincadeira, ou de sacanagem.

Outra coisa: Renato é gremista. Para ele é insuportável perder Gre-Nal. E também por isso ele deve ficar distante de Livramento. Que veja o jogo pela TV.

Sobre observar um ou outro jogador nesses jogos no Interior, é interessante que Renato vá a alguns deles. Mas tem auxiliares capacitados para avaliar no seu lugar.

Renato deve ficar concentrado na Libertadores.

E, se possível, pensar mais antes de dar entrevistas que possam dar armas ao inimigo.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Wiki ataca

Sou fã do WikiLeaks. Seu dono, o australiano Julian Assange, não deixa pedra sobre pedra.

É uma metralhadora giratória.

Ele está prestes a realizar um velho sonho meu: divulgar quem são os ricaços que possuem conta nos indevassáveis (até agora) bancos da Suíça.

Os clientes são de vários países.

Não tenho dúvida de que vai aparecer nome de brasileiro aí. Afinal, os brasileiros estão em todos os lugares.

Tem tsunami, tem brasileiro; tem turista retido na Patagônia, tem brasileiro; torres gêmeas, tem brasileiro; e por aí vai.

Então, estou louco pra ver os nomes que irão aparecer nessa lista.

Minha esperança é ver gente da política e, principalmente, gente do futebol.

Quem sabe saberemos, então, por que tem tanto clube endividado. E não é apenas porque os dirigentes gastam mal (afinal, não sai do bolso deles).

Depois do WikiLeaks, aguardo ansioso por uma operação da Polícia Federal no setor
esportivo de um modo geral, não somente no futebol, mas principalmente no futebol, que é afinal onde mais gira dinheiro.

Minha sugestão para nome da operação, já que a PF gosta de batizar suas investidas:

Operação Bola na Rede.

Vai ter peixe grande caindo nessa rede.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Troca-troca no rádio

A Guaíba ganhou um reforço de peso. O nome vai ser anunciado amanhã e a estreia será na quarta-feira.

Mesa de boteco é isso: tem até notícia quentinha.

O nome dele: Marcos Couto.

São as ironias da vida. Couto começou imitando o Haroldo de Souza e hoje tem seu estilo próprio, que ainda lembra o mestre um pouquinho.

O Haroldo foi pra Band e o discípulo pra Guaíba. Um troca-troca no bom sentido.

Todos saem ganhando.

Agora, tem gente estranhando o comportamento do Haroldo no jogo de ontem, em Canoas.

Repasso conforme ouvi.

Haroldo chegou ao estádio da Ulbra e foi direto pra cabine da Guaíba. Agiu como se fosse narrar o jogo pela ex-emissora. Pegou o microfone, se acomodou como nos velhos tempos.

Chegou a perguntar pelo Reche. Alguém respondeu que o Reche estava de folga. Haroldo, com aquele seu jeitão, resmungou:

- Só eu que trabalho nessa rádio...

Perguntou quem seria o comentarista. É o Belmonte, informaram. Haroldo reagiu positivamente.

Depois, alertado de que estava na cabine errada, Haroldo assumiu o microfone da Band.

Dizem que ele dava risada.

É um brincalhão.

Mas há quem jure que ele não estava brincando. Que teria sido a força do hábito.

Normal. Afinal, foi muito tempo de Guaíba.

E quem vestiu a camisa da Guaíba como ele vestiu, com entrega e pura emoção, custa a se acostumar.

Mas ainda acho que foi brincadeira do magrão.

sábado, 15 de janeiro de 2011

A Mazembier já existe

Promessa feita, promessa cumprida.

Está aí a Mazembier.

A notícia sobre a cerveja repercutiu em outros Estados. Do Rio, recebi e-mail do representante do Mazembe no Brasil, Paulo Sérgio Alves de Oliveira (Oliveira e Figueiredo Advogados).

Ele quer algumas unidades para levar ao presidente do clube agora em fevereiro. O problema é que fiz apenas 25 garrafas, a maioria long neck.

Agora, representante do Mazembe tem prioridade, não é mesmo?

O clube africano foi responsável pela maior alegria gremista nos últimos anos. E, de quebra, pela maior frustração colorada neste século.

Então, vou dar um jeito de enviar ao menos uma garrafa para o presidente do clube.

É o mínimo que posso fazer.

Ah, o rótulo tem as cores do Grêmio, e o símbolo do Mazembe mordendo uma bola vermelha.

Está escrito que é uma homenagem ao Mazembe "exterminador de sonhos e Vice-Campeão Mundial Fifa/2010".

O amigo Chico Izidro provou e aprovou, e até criou um slogan:

MAZEMBIER, A GENTE TOMA DUAS E VOLTA LIGEIRINHO PRA CASA.

Criativo o Chicão.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Gauchão e a Mazembier

Mais um Campeonato Gaúcho na vida de todos nós. O de 2010 foi o meu último como cronista esportivo.

O bom da vida é isso: tem coisas boas, tem coisas ruins.

Agora, depois de 32 anos, vou acompanhar o Gauchão sem compromisso profissional, apenas como espectador. Nem como torcedor, porque realmente é um campeonato que não me motiva, ainda mais com um Coca Cola de rabo.

É claro que aos poucos o Gauchão vai conquistando a gente. Sempre tem algumas confusões ao longo das rodadas.

Mas no início ele quase passa indiferente.

Eu só me toquei que o campeonato começa neste sábado quando um colega me apresentou os jogos para eu preencher os palpites do buquimequi.

Andei muito envolvido com a produção de cervejas para atender minimamente o pessoal que anda me escrevendo. São dezenas. Uma enxurrada, pra usar uma expressão tão empregada ultimamente. É impressionante a mobilização dos gremistas em tudo o que envolve o clube.

Sou ruim de buquimequi. No campeonato brasileiro do passado fiquei na zona da sul-americana, namorando o rebaixamento.

Estou quase chegando à conclusão de que quanto mais a gente acompanha, menos conhece futebol.

O Gauchão começa insosso como cerveja sem colarinho.

Ainda mais que o Inter vai de time B. É um time B aparentemente forte. Mas o Cruzeirinho joga em casa, o gramado deve ser ruim. Acho que o Inter não vence.

Já o Grêmio pega o time da cidade onde me criei, joguei bola e fingi que estudei. Bons tempos.

Saí de Lajeado no início dos anos 70. Queria fazer faculdade. Não aceitava terminar meus dias bebendo no clube Caixeiral ou Tiro e Caça como os caras mais velhos que via todo final de tarde, começo da noite. Todos fazendo um tempo antes de chegar em casa. Uma rotina até boa, pra quem gosta.

Com seu time titular, o Grêmio deve vencer o Lajeadense com facilidade. Cravei 4 a 1 no buquimequi.

Bem, o Gauchão é assim: começa como treino pra Libertadores ou Copa do Brasil. Depois, se torna importante.

Vencer o Gauchão nao significa mais muita coisa. Perder, sim.

SAIDEIRA

A dupla Gre-Nal tá devagar nas contratações. O Grêmio, Renato revelou, anuncia um grande nome ainda neste sábado. Falam em Giovanni, ex-Cruzeiro.

O Inter traz outra promessa: o atacante Alex, do Fluminense.

Falta dinheiro nos dois clubes.

FECHANDO A CONTA

Hoje, dia 14, é o Mazembe Day. Quem me alertou foi um gremista que me telefonou à tarde. Queria saber se eu já tinha a Mazembier pra ele brindar à noite.

A Mazembier será lançada durante o dia aqui no boteco.

Está boa demais.

O problema, conforme observou o amigo Chico Izidro, é que

"a gente toma duas e vai ligeirinho pra casa".

O Chicão não perdoa. E não esquece.

Quer dizer, o que é ruim ele apaga.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A fonte secou

Depois do blog do David Coimbra e do Bebendobem, ontem foi a vez do Clube da Bolinha, um blog do clicrbs. E um blog com grande índice de leitura a julgar pelos inúmeros pedidos de cerveja que recebi em poucas horas.

A 1983 ganhou um belo espaço. De quebra, eu apareço. Daqui a pouco vou dar autógrafo.

Minha resposta aos que pedem a 'cerveja campeã' é uma só:

não tenho uma unidade sequer disponível. A fonte secou.

Recebi pedidos de gremistas até de outros Estados.

É força da torcida gremista.

Aumentei a produção logo após a virada do ano. Mas as cervejas ficam pronta só a partir da próxima semana. E o número é insuficiente pra atender todo mundo, infelizmente.

Por outro lado, fico contente com a repercussão.

Os gremistas gostaram da ideia de marcar o ano de 1983 através da bebida preferida dos brasileiros.

Os colorados ficam meio assim. Alguns até compram para presentear um amigo gremista. Outros ficam na bronca.

Teve quem escrevesse estranhando que eu, um cronista esportivo que sempre se mostrou neutro e imparcial, tenha agora um blog 'gremista' e ainda crie esse cerveja 'provocativa'.

Durante o tempo de profissional de imprensa sempre exerci a profissão com ética e dignidade. Os textos principais do título da Libertadores e do Mundial do Inter, em 2006, são de minha autoria. Eu estava chateado, mas isso não interferiu no meu trabalho.

Tem colorado que chorou de emoção com o que eu escrevi, o que muito me orgulha.

Naquele momento, como em tantos outros, procurei me colocar na pele do torcedor. Escrevi como se fosse o mais fanático dos colorados. Acabei até me emocionando de tão fundo que fui ao incorporar o sentimento colorado.

Quem leu os textos acredita que é coisa de colorado. Naquele momento eu fui colorado.

Se eu não me importasse com o Inter não teria esse blog pra fazer brincadeiras e provocações.

Hoje, não sou profissional de imprensa. Sou ex-cronista esportivo. Mas sempre jornalista.

E agora também cervejeiro.

Por fim, peço paciência aos que querem degustar a 1983.

Vale a pena esperar.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Bebendo bem e o RG 'carioca'

O texto abaixo saiu no site globo.com.br, agora à noite:

Samba, praia, futebol. Sempre que possível, na companhia de belas mulheres. Esse é o roteiro de todo carioca da gema de bem com a vida. Por mais que seja gaúcho na certidão de nascimento e no codinome que carrega em sua carreira de sucesso, não há como negar: Ronaldinho tem o jeito do malandro nascido no Rio. E agora, que vai viver na Cidade Maravilhosa pelo menos até 2014 - se cumprir na íntegra o contrato assinado com o Flamengo -, o jogador certamente será visto desfilando da Zona Norte à Zona Sul.

- Lembro bem que o Ronaldinho sempre comentava que gostaria de ser carioca, ter nascido no Rio. Ele ama a cidade, diz sempre que no mundo não tem lugar mais bonito - afirmou o amigo Anderson, vocalista e compositor do grupo de pagode Molejo, um dos preferidos do craque.

Já estou na torcida para que RG passe a ser chamado de Ronaldinho Carioca, até pra diferenciar de Renato Gaúcho.

Gostei da ressalva no texto: '...se cumprir na íntegra o contrato..."

Sei lá, mas acho que não completa este ano.

SAIDEIRA

Conheci um site legal dia desses. É o www.bebendobem.com.br.

Tudo a ver aqui com o boteco.

O idealizador é o Fabian Ponzi, que gostou tanto da 1983 que decidiu contribuir na divulgação
dessa marca que incomoda os colorados e leva ao êxtase os gremistas.

Vale a pensa conferir o 'bebendo bem', que une coisas que a gente tem em comum, como cerveja e futebol.

Nesta ordem.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Clara e Totó

Antes que alguém imagine que eu surtei com essa história dos Assis Moreira, informo que andei envolvido em outras atividades, menos agradáveis, mas mais rentáveis.

Minha ausência aqui no boteco é, portanto, justificável.

Mas passei o dia ouvindo e lendo. Os colorados, da mídia e fora dela, ficaram eufóricos com o final da novela.

Alguns gremistas também festejaram.

Eu torci pela contratação de RG até que me caiu na ficha, conforme escrevi na postagem de
sábado, pela manhã, quando acordei com um cutuco.

Naquele momento havia percebido que o enredo da novela não fechava, como um filme nacional de segunda categoria.

Ronaldinho dizia (Assis dizia) que queria retomar sua carreira pensando na Copa de 1014. Sinalizava, portanto, que queria trabalhar de novo, deixar a vida de festas e pagodes.

Por outro lado, só queria saber de festas. Não treinou um dia sequer. Nem um corridinha na beira da praia de Jurerê. Cheguei a escrever que ele só assinaria um contrato depois do fim de semana, após o show da Amy.

O discurso não combinava com a prática.

Foi aí que me toquei que ele iria para o Flamengo.

No Grêmio e no Palmeiras, com Felipão, ele teria de trabalhar.

O trabalho enobrece, mas cansa. Deve ser o pensamento de RG, acrescentando que já está milionário, embora sua fortuna seja administrada pelo irmão (iiiiiihhhhh) ardiloso.

É esse o Ronaldinho que o Flamengo está contratando.

E esse Ronaldinho só daria problemas para o Grêmio. Imaginem um contrato de três anos com um sujeito como esse.

O Ronaldinho que preferiu o Flamengo é o Ronaldinho da prática, não do discurso.

O verdadeiro Ronaldinho, esse que não joga há quatro anos. E esse, realmente,
não acrescentaria nada ao Grêmio.

SAIDEIRA

Depois que larguei o jornal, fiquei com as noites livres. Faço cerveja e outras coisas. Mas vira e mexe dou de cara com uma novela.

Passione, por exemplo.

Ali tem uma vilã, a belíssima Mariana Ximenes (velha paixão do Luís Henrique Benfica, que babava na redação do CP toda vez que ela aparecia).

Pois a personagem da Mariana, Clara, me lembra o Assis.

A mulher passou a novela aprontando, fazendo o diabo.

Trambiqueira pra mais de metro. Mas sempre se dando bem.

Sacaneou todo mundo. Mas sempre apareceu alguém para acreditar nela, como
o italiano Totó.

Hoje, ao ver a Clara sendo presa e o Totó aparecer depois de morto (novela é isso), não pude
deixar de comparar a Clara com Assis, e o Totó ao Grêmio.

Assis sempre aprontou com o Grêmio, desde guri.

Mas, como a Clara, deu um jeito de voltar. Clara, ao que tudo indica, vai se dar mal mesmo.

Já o Assis só se dá bem. Ao menos por enquanto.

Novela, sabe como é, são longas e sempre reservam surpresas.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Os Assis Moreira: a história se repete como farsa

Eu cheguei a escrever que o Grêmio anunciaria RG até o dia de Natal.

Errei. Confiei numa fonte absolutamente correta e honesta.

O problema é que essa fonte confiou em Assis...

Confiou na palavra de Assis.

Dez anos depois, a história se repete.

A história acontece como tragédia, e se repete como farsa.

Assis é o empresário de década. Faz o seu irmão render muito dinheiro, muito mais do que qualquer outro. Para isso, pisoteia a ética, os bons princípios. Sentimentos como gratidão e amizade não integram o jeito Assis de negociar.

Assis quer mais, sempre mais. E o resto que se dane.

Paulo Odone anunciou que o Grêmio saiu do leilão. O Grêmio foi instrumento para Assis
atrair outros interessados.

O David escreveu em seu blog há pouco que Assis culpa o Milan.

Se na coletiva foi anunciado que o Milan liberava RG e Assis estava livre para negociá-lo, o que diabos tem o Milan a ver com o destino do jogador?

Ao meio-dia, o dirigente italiano que não tinha mais nada a ver com a coisa acertava tudo com a presidente do Flamengo. Molharam a mão dele?

O Milan é a saída que Assis encontrou para dar outro balão no Grêmio na esperança de não sair de novo como vilão.

A culpa é do Milan. Mas como do Milan?

Assis só pensa em dinheiro. Só não sei se tem capacidade intelectual para articular essa trama sozinho.

E Ronaldinho? Ele não tem vontade própria?

Bastaria fincar pé e dizer que prefere voltar ao clube o que formou e que lhe deu toda as condições de se desenvolver no futebol.

Uma gratidão a esse clube. Gratidão inflada com muita grana.

Falta ainda a palavra final de RG.

Fico no aguardo, mas já sei que a voz continua sendo do ventriloco, e que RG não passa de um boneco no colo de seu irmão/empresário.

Será que, finalmente, RG vai falar com a sua própria?

Que diga sim ao Flamengo, mas que seja pela sua vontade, não pela de Assis.

SAIDEIRA

Ouvi uns dois ou três foguetes no meio da tarde. Os colorados estão eufóricos. E com razão. Fosse o contrário, a torcida gremista tomaria a Goethe e a Cidade Baixa.

Vibram os secadores, de dentro e de fora do Grêmio.

FECHANDO A CONTA

Muitos anos atrás, ainda na redação do CP, fiz uma previsão, baseado no golpe que outro jogador famoso aqui no RS havia levado de seu irmão mais velho:

O Assis ainda vai tomar o dinheiro de RG.

Eu esperava que o Assis tivesse ao menos a hombridade de assumir: nós preferimos o Flamengo.

Simples.

GORJETA

Ficou claro, ao menos pra mim, que RG não quer trocar mesmo a vida de baladeiro pela de jogador de futebol sério e aplicado.

A não ser que ele me surpreenda mais uma vez e diga que prefere o Grêmio, que só joga no Grêmio. Nem que seja como Pelé disse, de graça.

Se ele fizer isso, será recebido como um Deus no Olímpico.

Caso contrário, será desprezado e odiado pelos gremistas até o fim dos tempos, ou até que apareça outro dirigente bem intencionado, como Duda Kroeff, para abrir as portas do clube para os Assis Moreira.

Definitivamente, Ronaldinho Gaúcho e Assis não se importam com o ódio de alguns milhões de torcedores, nem se preocupam em ficar bem em sua aldeia.

Como já disse alguém, agora o Brasil inteiro sabe quem são eles.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O show da Amy e o desespero dos secadores

Faço um esforço violento e tento pensar pela cabeça de Ronaldinho Gaúcho. Chego a ouvir um pagode, me sinto agarrado a uma baranga e meu cérebro é tomado por um mantra: quero jogar com alegria, ser feliz.

Estou em ritmo de férias. Poderia dedicar parte do tempo a treinar um pouco, correr ao redor de um campo, fazer alguns exercícios físicos, porque, afinal de contas, quero mudar de vida, voltar a ser um atleta compenetrado, determinado a jogar futebol novamente.

Entre minhas resoluções para 2011 está mostrar que posso ser de novo aquele Ronaldinho que conquistou o mundo jogando bola com 'alegria'.

Mas tudo isso pode esperar.

Quero me despedir desse mundo boemio com um fim de semana daqueles supimpas, de estourar a boca do balão, de arromba (aí já é o lado Ilgo se expressando).

Se eu assinasse contrato com o Grêmio ou outro clube qualquer na sexta-feira, o que seria do meu fim de semana? O que eu faria com o camarote que comprei para assistir ao show da Amy Winehouse com as barangas e os 'amigos' que estão à minha volta como moscas no açúcar.

Tenho direito a esses últimos dias de absoluta liberdade e descompromisso.

Se eu assinasse com o Grêmio, por exemplo, teria de começar a treinar já neste sábado, talvez no domingo. Acabaria a moleza.

Minha volta aos velhos tempos pode esperar mais um pouco.

Então, vamos deixar tudo para segunda-feira, de preferência para o final da tarde, início da noite, porque precisarei de tempo pra me recuperar das noitadas, e ainda quero pegar uma praia em Jurerê, levar o pagode pra areia onde os ricos se refestelam.

Será uma espécie de despedida de solteiro.

Se bem que depois, como a maioria dos casados, poderei dar umas escapadinhas.

Afinal, ninguém é de ferro.

SAIDEIRA

Mais um boato: o Grêmio anunciaria RG no Jornal Nacional deste sábado. Acredite quem quiser.
Larguei.

FECHANDO A CONTA

Quando leio e ouço determinadas coisas a respeito dessa novela mais eu torço
para que o Grêmio consiga mesmo fechar com Ronaldinho.

Vai doer nesse pessoal como a conquista de uma Libertadores ou de um Mundial de clubes.

Depois, vai aumentar a secação.

Pode ser que o Grêmio não feche com RG, mas só o fato de ter tentado com tanto afinco já
merece ser exaltado.

Sinal de que a nova direção pensa grande. Sem limites. Pode até pagar um mico, como repetem os secadores de dentro e de fora do clube.

Mas ainda assim terá valido a pena.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O boneco e o ventriloco

Ronaldinho Gaúcho fala ainda. Foi o que de mais importante vi na coletiva no Rio.

Só não sei se ele é apenas um boneco no colo do ventriloco.

Por um momento o boneco traiu o ensaiado. Assis disse que estava agora liberado para negociar com outros clubes.

Minutos depois, o boneco disse o que todos já sabiam: que Assis já havia conversado com alguns dirigentes.

No mais, ficou claro que há um leilão em andamento.

O Grêmio está mais adiantado, porque os advogados das partes já definiram o contrato.

As bases financeiras estavam acertadas antes do Natal.

A impressão que tenho é que eles iriam anunciar o Grêmio como destino. Mas o Flamengo implorou para ser ouvido novamente. Quer cobrir tudo o que o Grêmio oferece e mais um pouco.

O Flamengo exerce fascínio na maioria dos jogadores, em especial naqueles que não gostam muito de trabalhar.

É uma baita vitrine.

RG deixou claro que mira a Copa de 2014.

O Fla seria o melhor caminho para chegar lá.

Na verdade, RG só volta à seleção se trabalhar e muito. Por esse raciocínio, o melhor
caminho para ser chamado por Mano Menezes é o que leva ao Olímpico.

Ainda aposto no Grêmio, mas não mais do que um cafezinho.

SAIDEIRA

O juiz que apitou Grêmio e Marilia (6 a 0), na Copa SP, hoje, cometeu um dos maiores erros de arbitragem que já vi. talvez o maior.
O jogador do Grêmio marcou gol de pênalti, a bola cruzou a rede furada.
O juiz, um tal de Cristian, viu bola fora.
Um absurdo. Ridículo.





RG e a fábula do escorpião

Acordei com um cutuco.

Ronaldinho não vem mais.

Há uns 15 dias dei como certa a contratação do RG. Afirmei que ele seria anunciado no Natal.

Não foi. Estava tudo ajustado, mas faltavam detalhes no contrato. Foi aí que o Flamengo entrou com tudo, dizem que até com a rede Globo por trás.

O roteiro dessa novela não fecha, há muitos furos.

O primeiro: para RG voltar ao Grêmio é preciso antes de tudo que ele esteja realmente determinado a voltar a ser jogador de futebol, colocando em segundo plano a vida de pagodeiro.

Eu acreditava nessa disposição do RG.

Mas aí me toquei que o seu comportamento continua sendo de ex-atleta. Vive na noite. Para o enredo fechar, ele teria de estar treinando, mesmo que minimamente.

RG não demonstra em seus atos que quer voltar a ser o grande RG. Parece disposto a continuar sendo uma caricatura do jogador que já foi o melhor do mundo.

Eu sei que está tudo certo entre GRêmio e Assis, o mano empresário, procurador.

Mas faltam as assinaturas.

Para reforçar minha desconfiança e meu temor (sim, eu sou a favor da volta de um RG determinado a jogar futebol), tem a frase no site do jogador:

"Pela minha vontade já estaria com a camisa do Grêmio".

Um otimista diria que a frase é um indicativo da vontade de RG. Se bem que a 'vontade' de RG é ditada por seu irmão e guru.

Eu leio a frase com olhos de que já foi mordido por cobra.

RG pode estar preparando o espírito dos gremistas.

Se ele não voltar, foi contra a sua vontade.

Uma tentativa de atenuar a revolta que irá acontecer se tudo der errado e RG fechar com o Flamengo.

A próxima frase no site, então, seria algo assim:

"Vcs sabiam que eu queria voltar, mas infelizmente não foi possível".

Está bem, podem me chamar de pessimista.

Mas eu não consigo esquecer a fábula do escorpião, que nunca foge à sua natureza.

E o Assis é um escorpião, dos grandes e dos mais venenosos.

SAIDEIRA

Ah, a frase do RG é completada com o seguinte:

... viria para o Grêmio até ganhando menos.

É de estremecer, ter calafrios.

Assis nunca aceita ganhar menos. Ele quer sempre mais. E já comprovou
isso. O muito é pouco pra ele.

Espero estar enganado.

E à tarde ver o Grêmio anunciando a volta de RG.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Os colorados e o RG

É impressionante o que tem de colorado preocupado com as finanças do Grêmio a partir da contratação de Ronaldinho Gaúcho.

Ontem fui abordado por um colorado daqueles que até os olhos são vermelhos. Um colorado veterano de guerra, daqueles que sofreram na década de 60, tiveram orgasmos múltiplos nos anos 70, sofreram forte abalo em 1981 e em 1983, padeceram no inferno na década de 90 e hoje se recuperam do golpe desfechado pelo Mazembe.

- Bah, mas é um risco grande demais trazer um jogador pra ganhar um milhão e meio de reais por mês. E como é que vão ficar os outros jogadores? Olha, vai ser ruim pro Grêmio isso, hein?

Imagino que os frequentadores deste boteco já tenham deparado com esse tipo de figura: na verdade, um colorado angustiado, temeroso, assustado com o salto que o Grêmio poderá dar com Ronaldinho Gaúcho.

É claro que esse salto vai depender do jogador. Se RG decidir voltar a jogar futebol e largar a vida de boemia, de pagode, o Grêmio está fazendo um grande negócio. Caso contrário, o resultado poderá ser catastrófico.

E aí nós encontraremos colorados nas ruas, nos microfones e nos jornais exclamando felizes, sorriso de orelha e orelha:

- Eu não disse?

Tem muita gente torcendo para que RG continue pagodeiro.

Mas eu estou convencido que RG vem pra fazer aquilo que ele sempre fez de melhor: jogar bola.

Não fosse assim, ele iria para outros pagos.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

O gato da vizinha

O galo não havia cantado quando ouvi a campainha de casa. Olhei o relógio: 6h30. Deve ser engano. Quem seria numa hora dessa, com o sol recém aparecendo?

Quinze minutos depois, toca a campainha de novo. Duas vezes seguidas.

Levantei-me irritado. Espiei pela janela. Era uma senhora junto ao portão da rua. Não tinha jeito de pedinte. Quem poderia ser?Curioso, fui atender.

Abri a porta. Cara de colorado depois do segundo gol do Mazembe e dos pulinhos do goleiro.

Ela percebeu meu humor de gremista chateado com essa novela Ronaldinho.

"Desculpe, mas é que o meu gato caiu do apartamento ontem e agora está aí no seu pátio..."

Mas não dava pra esperar mais uma hora?, perguntei. "Eu estava dormindo, pô!"

Ela desculpou-se toda chorosa.

Desci e abri o portão. Não conseguiria mais dormir mesmo.

Nos fundos do pátio, tem um puxado onde faço minha cerveja e guardo umas coisas.

Ele foi entrando, dizia:

- Gato, gato. Meu filho, é a mamãe, é a mamãe, meu mimoso.

E nada do gato.

- Vem com a mamãe meu mimosinho, pode vir.

No início, achei engraçado o jeito dela. Mas logo senti o quanto aquele gato significa pra aquela senhora. Fiquei comovido.

Depois, quando ela me disse que era professora do Estado, aposentada, fiquei penalizado.

O gato finalmente apareceu. Saiu detrás da geladeira. Era um baita de um gato preto, com uns fios brancos na cabeça.

Na hora me lembrei do Kabangu.

Minha irritação havia passado. A dona do gato agradeceu. Perguntei qual o time dela. Grêmio. E o nome do gato?

- É Gato, só Gato.

- Posso dar uma sugestão?

- Pode, claro, o sr foi muito tolerante, muito legal.

- Kabangu.

Ela estranhou o nome. Percebi que não é muito chegada ao futebol.

- É que é um nome diferente, tem sonoridade, altivez.

Ela ficou pensativa.

- Olha, diga o nome do gato a um colorado que a sra vai saber por que esse nome

é o mais adequado. Ah, se ele cair de novo, pode voltar. O Kabangu merece

todo nosso carinho, nossa atenção.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A 1983 no blog do David

Volto do litoral com areia até nos ouvidos, sobrevivente do nordestão. Fiquei uns dias sem internet. Chego em Porto Alegre e logo no começo da tarde um amigo me diz que
o David Coimbra me honrou em seu blog com um post sobre a 1983. Saiu no dia 1º. Uns coloradinhos não gostaram e me atacaram.

Eles andam desesperados desde aquele vexame interplanetário diante do glorioso Mazember. Não tiro a razão deles. Podem me atacar, sem problema. Faz parte. Só não gostei de um comentário se referindo a minha pessoa como 'tiozinho'.

Eu quero declarar que 'tiozinho' é a ... Deixa pra lá.


Ah, quem quiser ver o que o amigo David publicou, clique aqui.


SAIDEIRA


Por falar em Mazembe, informo que hoje vou engarrafar a MAZEMBIER.

Depois, no inverno, uma cerveja ainda mais escura, forte, tipo a Guiness. Nome: KIDIABA.

FECHANDO A CONTA

Dependendo do que acontecer nos próximos dias, em breve sairá a cerveja

TRAÍRA.